Estrela do Norte 1865
~ E~TUELl,A. DO ~ORTE. E' de necessario mertcionar outros mui– tos exemplo . Basta dizer que a neligião jámai fo i nocirn a pe oa alguma; o acramcnto não matam. O bom Oco , que por e te meio nos vi ila, traz-nos felicidade e benção . Lam ntamo o igno– rante , qu e não comprehcndcm; seja– mo mais prudentes que elle , e tome– mo a firme rc,olução do e, itar, a todo custo, es tas deplora, eis fraqueza , que no podem enviar ao infBrno. ( Trad.) Armande era a mais piedosa e carita– tirn das raparigas da sua idade. Contava apenas tres annos e meio e já repartia com os pobres o que seus pai lhe davam cm premio de sua obedicncia filial e de outras qualidades recommendavcic:;. Por occasião da sua primeira commu– nhão, sua mãi, que possuía muitos bens de fortuna, mas cuja sande era muito· melindrosa, encarregou Armande de re– partir prudentemente por algumas fami~ lias necessitadas, as abundantissimas es– molas que costumava dar e tal era o zelo e intelligencia com que a boa da rapariga desempenhava este cargo, que por assim dizer era maior o valor dos bencficios que fazia. A maior parte do tempo que tinha para as suas distrações, empregava-o ella cm informar-se das necessidades reaes daquelles a quem devia soccorrer, procu– rando sempre o modo de tornar mais pro– veitosos os seus benefi cios, e quando dos seus estudos lhe sobejava algum tempo, aproveitava-o em fazer camisas para as crcanças pobres. · No dia de so us annos, a mãi, que não deixava perdei' uma só oceasião de lhe fa- 7,or nma :fineza, convidou p_ara o jantar r1ão só os sous parentes mais chegados, u 1 as todas as am~gas do Arma~de. Todos os conv~daflos I?arec!am muito animados, mas ainda assim nrn guem es– tava contente como Armande, _que se acha– va profundamente reconhecida a tantos testemunhos de atreição que acabava de receber nes ta reunião de familia. No momento em qu e punham a sobre– mesa, que era composta d_~ morangos, de cerejas, de pêras, de _qu e1Jo, de doce de lima e de toda a qualidade- de doem, vem nm criaao dizer a Armande q'ue es ta~a ~ porta 1~ma pobre m~lher que parecia muito afflicta, e querrn fallar-lhe por fo~a . . Armando pediu li cença J?ara lhe 1r ra~– lar, voltou depois de um mstante, v1s1- velmento commovida, e aproximando-s ele sua mãi, dis e-lhe ao ouvido algumas palavras. A mãi parecia he itar ao 1)rincipio; dc– pob beijando-a na te ta, ro pond u-lhe com tri teza: - Vai minha filha , Yi to que o desejas, dize á tua governanta que te acompanhe, e Deos de abençoe. Que foi feito de minha sobrinha? p r– guntou uma senhora de idade que não tinha dado conta deste pequeno inciden– te; não estai·á ella doente ao menos? Não, diz madame de lllorel passa opti– mamente ; e espero que esteja comnosco em pouco tempo. Todavia acabou o jantar sem que appa– recesse ATmande, e como tivessem che– gado os musicas, deu-se começo ao con– certo, que foi entremeia.do de cpisodios divertidissimos; porque no fim do cada peça do musica que se tocaYa havia um empalmador que fazia as mais surprehen– dentes habilidades e ligeireza de mãos ; depoic:; vinham os criados com um exeel– lente serviço de geh1dos, de bolos e do re– frescos de toda a qualidade. Ao começar da soiréc pcrgunt::LYam as companheiras de Armando umas ás ou– tras a cada momento o qu e era feito della: mais tarde divertiram-se tando, que não poderam occupar-se mais de sua amiga ausente; mas madame de Morel olhava de vez em quando para uma pendula, e dando um suspiro, dizia: « Leva bastante tempo a chegar u; o a velha tia de Arman– de tambem pensava nclla. E' bem para estranhar que minha so– brinha não esteja aqui. Finalmente, pe– las onze horas da noite, pouco depois dos musicos e empalmador se haverem reti– rado, e quando o maior numero de con– vidados tinha já sabido, appareceu Ar– mand~ com a sua governanta, e com o rosto 1lluminado de alegria disso á sua ma1 : « Está salvo 1 » llfadam'e more! cha– mou sua filha para o lado para lho fazer a]gHmas perguntas e depois mandou-a tirar o chapeu. :-- Poderei finalme~te ~aber o que~ rros ,~ prn~ou ~a companhia deste anjo r disse entao a tia. - Eu lhe digo o que foi, respondeu ma– duD?a de Morel. Armando soccorria ha mmto tempo \lm pequ eno qu e era filho de uma pobre vmva; um attaque de ctoitp pol-o á J.:?~r~e. Envim:am o nosso medi– co que d1c1dm es ta ~01tc que só O poderia salvar uma operaçao dolorosa feita na g-arg-anta ~a crc?'nça ; mas a viuva, mais terna qu e rn_tclllgente, vendo qne seu fi– lho se debatia para repellir o dou tor, niío --·
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