Estrela do Norte 1865
.il t:STllE.&.LA DO NOll'.l'E, sem que se saiba, a mi dade entra na pra– tica dellas. Em quanto ás ürtudes modestas o mun– do não as conhece , e es ti ma-as pouco ; é 11rec iso ter o cora<_:ão pu;i imo para as querer. De facto , cruem da attenção a esta con tante condescendencia com o mau humor do prox imo ; á pacicncia suam com as imperfeições alheia ; á pacicncia silenciosa com um caracter exquisito, com uma inj ustiçasinha, com uma preferen– cia sem moti\'O, e com estas mil picartel– las de alfinete, a que se chama-pequenas miserias da vida? a quem lembra gabar e admirar a humildade dos que sofJrem um nao, com doçura; que são gra tos a um beneficio; que tratam os seus inferiores com bondade e humanidade, e que são attenciosos e affavcis para com os pobres? Tudo isto nos parece pequeno; nós só q_ueremos virtudes explendidas e bem ves– tidas, como dizia S. Francisco de Salles · - ' e nao pensamos que a vida se compõe de pequenas acções, onde as grandes virtu– des difflcilmente acham logar. As occasiões do ganhar grandes som– mas, não se encontram todos os dias m~s todos os dias se podem ganhar algun~ r éis, e cada um economisando os seus pe– quenos ganhos, pode fazer-se rico com o tempo. . Ajuantaria-mos grandes riquezas espi– ntuaos e enthesourariamos muitos bens para o céo, se empregassemos no serviço do sancto awor de Deos todas as occasiões iIUe sé apresentam a cada momento. Por tanto, amigo leitor, r egosijemo-nos de poder-mos tão facilmente agradar a Deos, e tornarmo-nos perfeitos. Não dei– xemos passar nenhuma destas occasiões de sanctificar a nossa vida e de vivificar pela oração e pela lembra~ça de Ocos as nos_sas mais petiuenas acções, as nossas mais pequena! penas e trabalhos. Faça– mos tudo por Jes us Christo, e não perde– r e~ os a rccompcn a ; semelhante á for– m~g-a, que du rante o verão junta grão a i;rao as suas grandes provisões de inver– no, acharnmos depois da lucta da vida as nossas prov isões bema \'enti•·adas e eter– nas, i'ruclo do nosso hum ildo o terrestre trabalho. Variedade. os VCRDADlmos BRAVOS NÃO CONHECE:\! O III: PEITO HUMANO. t:_m __F('enera~ <la JJrussia , muito bom chr1stao e mn1 t0 apreciado pele, 1:;eu sobe– r a no, acabava"': l\:1·cbc·r um convite para j antar com o rei; porém elle desculpou- e dizendo que nes e di a cos tumava com– mungar, e ctue por tuDto, não podia acei– ta r o conú te sem quo se di trahls e de seu recolhimento de espírito, o que elle não desejam. Passado dia , elle appar o– ce na cô rtc e o rei lhe diz : - ~luito bem I meu general , como se faz a vo sa communhão ? A es tas palavras todos os ass isten tes r e– ben taram de riso. O general lev:intou-se sacudindo a cabeça, aprox imou- e do r ei, e, enclinando-se dian te dell ei .com uma voz gra vc e firme assim lhe fa ua : - Vossa magestadesabe que jámai s temi perigo algum , e que tenh o corajosamente combatido por vós e pela patria. O que tenho feito, estou prompto a fazer logoq°:e vossa mages tade determine. Por ém aci– ma de nós ha um Ser mai s poderoso que vós que eu que todos os homens : é o Re- ' ' . demptor, qne verteu s~u sangu e .P.ª~ ares.- gat.ar o mundo. E~ .-':1ªº consentn e1, ~or– tanto , que se lhe dmJ a um palavra d~ iro– nia, porque é nelle que_r epousa mm]:ia fé, minha esperança e mmh~ ?onsolaçao. E' com este sentimento r el1g10s~, que o vosso exer cito tem alcançado ~uitas víc– torias; se o quizerdes r ~nunc1ar, r enun– ciai tambem a p1:osper;dade _do estado: é O que tenho a dizer. I erdoai-J?e. . o rei a quem estas palavras tmham vi– vamente commovido, es tendeu a dextra • ao general, e lançando-lhe a esquerda so– bre o hombro, diz-lhe. . - Feliz amigo, eu respeito a voss8: cren– ça; guardai-a preciosamente, e ~~ai c~rto de que o quo se acaba de passar Jamais se ha de r enovar. Isto aconteceu no seculo XVIII, na Ale– manha · em uma epocha e em uma côrte onde a ~orrupção e a incr edulidade eram a ordem do dia. o soberano m esmo n es!e ponto dava o mais funes to exemplo, nao obstante seu s conhecimentos. DESPílESO DO RES PEITO HOnlANO. Achando-se um joven em um ban9-uete muito concorrido, foi tomar lugar Junto de um official condecorado . Não despre– sando scns habitos christãos, seu primei– ro cuidauo, ao tomar assento, foi fazer o signal da cruz, e dizer o seu JJenedicite. O official, olhando-o com ar ironico, diz-lhe: -Que fozeis vós, Senhor? - Capitão, respondeu o joven, enver- gonhai- vos de vossa cruz de honra? -certamente, n ão l diz o official. -1\luito bem I replica o .ioven, sab ei que o signal da cruz é para mim o mais b cllo signal de gloria e de ho nr a . ( Tracl. }
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