Estrela do Norte 1865
thesouro e o entregou á Igreja. Eis– aqui o thesouro immenso d'onde e ti– ram as iudulgencia . Além da satisfa– ções de Jesu Christo é preciso contar com a da Santi sima Vir"'em e as su– perabundant de todos os antos, e proced ente na sua ori n-em dos meri– tos de Je us Chri to. Quarta : Que a fa– culdade de applicar este thesouro aos fieis resido na igreja. Quinta: Que o uso das- indulgencias é muito provei– toso ao poYo christaõ, como o Lem de– clarado o Santo Concilio de Trento ( b), condemnando e excommungando ao que dis crem <JU C saõ inntei , ou que a Jgreja naõ tem faculdade para as conceder, Suppostas es tas \·crdade , pas~emos a expli car o que saõ as indulgencias, das quae falla tanto o geral dos fieis e tão pouco sabe. As indulgencias são uns rasgos de misericordia que a Igre– ja usa com o pccr:idor, a quem ás concede, pagando por elle á Ju tiça di – vina do dito thesouro parte ou toda a pr.na temporal que aq uelle havia de pa– gar, ou n'esta viu a com penitencias pro– porcionadas as suas rulpas, ou na outra com as terríveis penas do purgatorio. Mais breve. São un pagamentos qne a Igreja faz pelo peccador á Ju stiça de Deos do thcsouro que Jesus Christo dei– xou á sua disposiçã<>. As indulgencias podem ser 1Jw·cü1es ou p lenarias. Parciaes são aquellas que se concedem com li– m itação, como qnarcnta, oitenta, cem ou mais dias de indulgencias : porém não se deve crer que cada dia de in– du lgencia liberta o peccado r d 'u.m dia de purgatorio, sen ão d'aquelle tempo que o havia ele libertar d'ollo um dia d e penitencia feita. segundo o ri gor dos antigos canones. Plcnarias são as q11e se concedem sem limitação, e con– sistem n'11ma remi ssão 011 paga de toda a pena temporal devida pelas culpas . Para ganhar indulgencias é nccessarío estar em graça de Deos e praticar as di ligencias que mantla quem as co nce– de. Estas cosluma!TI ser confissões, co– munhõ s, visitas de Igrejas de capcllas de altare , assistencias a sermões, a doutl'inas, a doentes, esmollas, jejuns e outras por este estylo, e todas ge– ralmente trazem a condição ele rogar a Deos pela paz entre os principes chri:;tãos, extirpação das heresias, tran'– q u ilida.de e prosperidade da fgreja e à.ugm en t o da cn.n la fé catholica . Po– r ém ('OU vém ad, irLir n'cste lugar aos (_h) Ses. 25 de indi,ty. que desejam ~anhar indulgencias, que tenham presente a cclehr declarar;ão de S. Cypriano: « 'ó , dizia e te gran– de Padre da <>rej a, não torno ind ul– gencias para os frouxos qu dormem na preguiça, senão para os diligentes que velam na penitencia. Tambern não as temo para o q ue vivem nas delicias, senão para o que tomam cont ra si mesmo as arma.s das mortificações. » A Orplaã. Chorai, nnjos do céo; almas da terra, Chorai-lhe a infausta sorte ! ( l'tiENDES L EAL. ) « Quem tem compaixão da orphã? Qu em me cobre e ta nudez? Quem dá-me de pão miga ha Que á fome que me retalha J\late ao meno uma vez?» Assim clamava em vos J esfallecida, D'humilde cr uz ao pé, Orphã chorosa para quem a vida Cruel martyrio é. No rosto tem crestadas da desgraça As rosas infantis ; Desde o berço libou de fel a taça Veio ao mundo infeliz 1 Co'as mãos ampara o corpo macilento Que a ndrajos mal guarnecem, Contra o frio hibernal e agudo vento Que os membros füe entorpecem. A fome lhe g ravou com ferreo sello ]';a fronte a pallidez; Fel-a espectro da dôr, por escabello Tendo a campa a seus pés ! Debalde a mão encarquilh ada estende Ao qu e passan do vrü ; Debalde os seios dolorid os fendo Profundo e triste ai ! A turba passa e olha inclífferent Tal scena de aftlicção, E no p eito de marmore não seu te :Fallar-lhe a compaixão! . . . « Qnem tem dó ( continuava ) « Da pohre rosu nascida. « Neste páramo da vida, « Sem 11m tronco proteclor ~
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