Estrela do Norte 1865

.. S91 m!Ci(:-,SC:S,-::e!J"W"'#':12 --, i N 8 Havia dez annos que nüo Liuha pus lo os pé em tel'ra, nem tinha sahido de seu quarto mais qne duas vezes, a primeira para passar o verão no campo ha alguns annos, a scgun d<t para ver uma immen– ·a corôa de flores, qu e algumas senhoras de sua amisade Linham tecido para ornar cdgreja parochial de S. Martinho, durante a adoração perpe tua do San tis imo Sacra– mento. a quarta-feira i 3 d .T :rnho. Yes– pcra da adoração, foi o vigariu \'isital-a para a 0 -radecer-lhe quatrocentas rosas ar– tificiaes, fructo do trabalho de muitos an– nos, que el!n lhe tinha enviado para ador– no da igrej a. Waren, o que todos os medicos não ha– viam podido fazer, fel-o Deos por si só. O Sr. Dupont de Loges appressou- e em vi i Uu· a paralytica cmnda: é este o no– me qne lhe dá toda a cidade. Um numero con ideravel de pessoas do todas as con– diçõu::; Leu1 i<lo igualm nte Yisital-a. A Sr.• Clery, cujas forças se refaziam todos os dias, manifestou dr.sejos de assis– tirá procissão que devia ter lugar em sua parochia no domingo 25 · e com effeito foi á ella, não obstante o espaço percorrido não exigir menos de uma hora. Hoje 29, continúa cada vez melhor an– dando com a maior facilidade; a enxa– queca só lhe havia acommettido de t i para cá uma unica vez De r epente occorreu ao vigario convi– dai-a para fazer -se conduzil' á igreja nos JJ raços do sua criada na quarta-feira se– gu in te, vespera do Santíssimo, dia fixado para a meia hora de adoração aos habi– tantes de sua rua. Cumpre advertir que a adomção contiuua não tem logar em l\íetz senão de quatro em quatro annos, que dura tres dias em cada parochia, e finalm ente que so di stribue entre os visi– nhos de cada rua as meias horas de adora– ção por meio de co n rites, que se dirigem ao dom icilio. ~ ASr. • Anna Clery acabou por aceitar o convite do vig-ario, qne lhe fez observar qu uão tinha mais que atravessar ojar– dím da casa e uma curta passagem para chegará ig reja; e de feito, no dia segui~: te a paral vtica, acompanhada de sua mai e da Sr.•' de Coatlosquet, foi levada nos braços de sua criada, sobre ct~os hom– bros apoiava a cabeça, que, h~via dez an– nos, não podia sustentar por s1 mesma. Ch egada á igreja, '!- m~llrnr que a leva– va assentou-se no pnme1ro banco que en– controu no fundo da igreja, tendo sobre seus joelhos a polJre paralylica. ASr.• Cle– ry apenas começou sua oração sentiu do– res t ão atrozes , que exclamou : -Se não es tivesse diante do Santíssimo Sacramento rompel'ia em grit_?S- Depo1s sen ti u uma con vulsao geral em todos os seus memb!'os, e acrescentou : - Orai orai ponde-me de joelhos! Um mo;nent~ depois levantou-se, e poz– se a anda r com a mais viva emoção, segu– ra apenas nos braços por sua mãi e pela Sr.• de coetlosquet, que exultavam de ale– gria. Antes da informação aberta pela auto– ridade não qu eremos naua mais accres– centar. Diremos apenas, que cada dia se augmenta a emoção produzida por este successo em i\Ietz, e em toda a comarca. A familia de Clêry é muito conhecida em França e em Argel. A Sr.• Cler ' tem um irmão procurador imperial em bran; outro substitudo em HPmiremont; uma irmã r eligiosa do Sagrado Coração em Al– sacia, e um tio maj or do 2. 0 de enge– nheiros em Metz. " ( Da Fsperança. ) Variedatle, O ESCRAVO VOLUNTARIO. A's tres horas voltou só ft. igreja para assistir ás vesperas; no dia se~uinte ás s~te horas para commu ngar , subrndo sem aJU– da de ning uem os cinco degráos q?e ~a para chegar ao lugar da communhao. No ilomingo 18 foi á igreja muitas vezes. Em uma pahtvra, segnni! o a expressão do Dr. Sorapião, cognomin ado o Sindonita, to– eado do miseravel es tado d'nm comedian– te , serviu-se , para procu rar convertel-o , d' um meio em que suppunba muito zelo e caridade : vendeu-se ao proprio pagão na qualidade de escravo pela somma de vinte moedas, e aproveitou com cuidado todas as occasiões que tinha para ins– truil-o e edi fi cal- o. Seus discur os o ex– emplos produziram emfim o effeito qu e elle esperava: o comediante converteu-se com sua familia e deixou o tbeatro. Elle não consentiu mais que Serapião fosse seu escravo; rl eu-lhe a liberdade em signal de reconhecimento, mas não poude convcn– cel-o a guardar para si, ou ao menos para os pobres, as vinte moedas que recebera por sua venda. Pouco tempo depois o santo tornous-e a vender para soccorrer uma viuva afílic– ta. O novo senhor ficou tão ·ontente com os seus serviços, que o libertou o fez-lhe ainda presente d'um habito, d' uma. tu ni– ca d'11m livro de Ernngelhos. penas Re-

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