Estrela do Norte 1865
Entretanto ella desagradou á orgulho- ! quanto po S11ir slo dom invisivel e eilc a patricia, que replicou : : não podo perecer, lanto uma como outra - Parece-me, cscn1va, que tu não és ser-me-hão impo siveis. prodig-a em louvores, raramente se ouve j As 011tras duas es~rarn.s muito pouco ti- _ uma palavra agradaYel sahir de tua boca. , nliam comp rehendido de las pala, ras, - Equl' valor teria uma palavra vinda '. eslaYatTI immovei de admiração em pr - de mim , rc pondeu Syra, vintla ele urna · sença da audacia de sua comp:rnheira. A pobre e crava e dirigida ft uma nobre da- mesma Fabiola estarn corno atordoad a : ma a~o tumada a ouvir lou,·ores todos os mas, elevando- e a allura de seu orgulho, dias dos labios dos mais eloquentes e po- exclamou com uma impaciencia vi ivcl: lidos mancebos da cidade ? Acreditaes nos -Onde arrrendesle toda e ta extra va– lou rnre quando vos vem dellcs ? Não des- gancias 'I Quem te ensinou a falla r deste denhacs quando vem cte ·nós? mod o? Pol' minha parte ha varios annos As duas companheiras de Syra lança- que estudo, e tenho concluído que todas r am-lhe um olhar cheio de r espeito; Fa- estas idéa de existcncia espiritual, são biola estava irritada com o que lhe pare- sonhos de poétas e sophü,tas, e eu as des– cin. uma censura: um sentimento nobre prezo como taes. P1·etendcl'ias tu , por acu– em nma escrava ! so, tu uma esc rava ignorante, saber mais - E' preciso lembrar-to aind :i , respon- que tua senhora i Ou anles, pensas ·ver– deu clla com altivez, que tu me pcrten- dadeira mente qu e quando depois de tua ccs, que fostes comprada por mim e muí- morte teu corp-0 mish1rado com os dos to cara, para me scrYires como eu c11ten- outros escravos, mortos por excessos de du ? Tenho tanto direi to ao excrcicío de bebidas, ou de pancadas, para orem em– tua língua, como ao de teu braço, e se 1ue fim queimados cm uma fogu eirc ·gnomi– convier ser louvada, li;;ong-eada, cantada niosa, quando tua;; cinzas ti\"erem sido por ti, tu me louvarás, me cantarás, me lançadas em um fosso commum, pensris lisongcarás, quer queiras ou não . Cracio- qu e sobreviveras, tu, como um ser tendo sn idéa, na verdade ! Uma cscrava ter ou- consciencia de si mesmo, e que te r estará tra vontade que não a de sua senhora; ainda uma exi stencia de alegrias e de li– quando até sua propria vida pertence a berdades 'I esta ! - Non om11is mo1'iar ( n,lo morrerei in- - E' verdade, respondeu a e era va cm teiramente) como diz u m dos vossos poé– tom calmo e digno, minha vida pertence- tas, r espondeu a escrava com modestia, vos, assim como tudo que acaha com a mas com urna expressão de fervor que vida, meu tempo, minha saude, minha admirou sua senho ra; sim, eu espero , força, meu corpo e até minha propria res- quero sobreviver a tudo isto . Ainda mais, piração, t udo isto fo i comprado polo vosso creio e sei que no meio deste cemiterio, ouro, tL,do isto tornou-se vossa proprie- que acabais ~le descrever com tanto vi– dadc ; mas resLa-mc um bem que todos gor, uma poderosa mão reunirá todos. os thesouros de um imperador não podem os fragmentos dessecados de meu corpo. comprar, que nenhuma cadeia da escra- E' um poder que cl!am~rá os qu atro ven– vidão pode prender, que os limites da pro- tos do cóo e os mandara reunir cada ato- pria vida n ão podem deter. mo de minhas cinzas, que elles tiverem - Dize-me, que bem é este? dispersado, e serei res tabelecida ele novo - E' uma alma. neste mesmo corpo, não para ser mais. - Uma alma? repetiu Fabiola adniira- vossa escrava ou el e outra, mas para ser ela - porque n ão ti nha ouvido até este livre, para viver alegre, accumulada de momento nma escrava r eivindicar direi- glorias, amante e amada para sempre. t os a semelhan te propriedade; dize-me ,, Esta esperan ça firme r epou sa no meu ainda, o que entendes por esta palavra ? coração» . (Job, rn, 27 ). --:-- Eu não sei fa11ar a linguagem dos -- Que yisões são estas de uma imagi- pln1osophos, r espondeu a esc rava, mas en- nação oriental, que só servem para tor-– tendo por es la palavra, a consciencia in- nar-te incapaz de cumprir teus deveres? tima que.vive cm mim, que me faz ser1- E' preciso curar-te dellas. Em que cscolà tir que tenho direito á uma ootr a existen- de philosophia aprendes te todos esses ab– cia em companh ia de cousas melhores , surdos? ·aJa li de semelhante em ne~ que its que me eercam; consciencia que nhum autor grego ou latino. r e.cúa_sen~ivelmentc ~lin n te ela de lruição - Em uma escola_cio meu paiz, em uma e rnstrnct1vamente diante elo cpe lhe esta escola cm que se n ao conhece, ou se não prox~mo,. orno a rnolestia º. es t~ da mo~- admitto distin.cções entre o grogo e O bo.r– te. E por 1sso que esta consciencia abom1- baro, entre o livrec o escravo, respondeu na toda. li son,ia, e detesta a mentira. Em syrn.
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