Estrela do Norte 1865

1 - Do_■UiH!JO it.uuo IS Il 3 de Deze■ub;.•o A ESTRELLA DO NORTE. SOB OS AUSPICIOS nH S. EXC. 11 BV~IA. O 511. D. A:-ITONIO DE MA €EDO COSTA, 0151'0 DO PA11Á. 1Fa1Jiola OU A IGREJA DAS C.\.TACUMD S . .. P ELO CAllDEAJ.. WISEIIAN. l'n1rtc Prhu.cira PAZ · IV- A FAMILIA PAGÕ. (Continuação.) Entrando em casa de rabio, encon tra– mos Fabiola reclinada cm seu leito athc niense : tem n a mão esq uerda um espelho de prata, e na direita um ob,iecto que não é muito delicado para sua linda mão. E' um stylete agu·do, de cabo de marfim de– li cada·m·cn te esculpido e termi nado por um annel de ouro que se prendia ao sen dedo. Tal e1·a a a rma f~vorita com que a seahoras romana castigavam suas escra– vas, ou exhala vam sua có1era sobre ellas, ao menor accesso de vapores -nervosos, de impaciencia ou de má n humor. Tres es– cravas estão n este momento occupadas em roda de sua senhora. Pertencem a ra– ça diff'erentes, e foram compradas muito caras n ão tanto por sua bellesa pessoal corno' p elos raros talentos que s_e lh es at– tribu em: Um::i. clellas é neg-ra, nao da raça degradada do negro, mas da que l?m. tra– ços tão regulares como os povos-asiat1cos, taes ·como os qu e se acham entre os Ab 'S– sinios e Numidas. Dizem quo ó muito ha– bil no conhecimento da5 plantas e das suas propriedades curativas e Sfl:lu car~s e talvez tambem nos seus uzos mais perigo– sos - isto é na composição de philtros,_ de magias e p rovavelmente de venenos. Ella nã0 é conhecida senão p elo nome de sou paiz : chama-se Afra ( a afriúana): Urna grega apparece em seguida : esta foi esco– lhida p elo seu gosto exqui sito na arte dos ornamentos e pela p uresa de seu canto. Yenile ct amhu:cmus in lumine Dolllini. is 1. ll. :;. Chama- e Graia (agrega). O nome da ter– ceira, é Sym ( a syr ien e) e nos indica que veio d',\sia ; disting ue-se po r ua destre– za e habilidade no bordado e por ua as– siduidade no cumprimen to tle seus deve– res. E' mansa, silenciosa e sem pro absor– vida nos trabalhos que se lho impõe. A ou~ras duas pelo contrario são ale 0 -re ·, levianas e procuram d:ir muito Yalor ao pouco que fazem . A cada iu stantc dirigem á sua jorn11 senhora as lisonjns as mais cxtrangan– tes, ou pi;ocuram favorecer junto a clla os interesses de um ou de outro dos joYens libertinos, que a piram sua miio, e que tem pago melhor ou mais rccentcmrn te es ta protccç,1o . - Quanto seria feliz, nobili sima e– nhora, diz a africana, se pudesse se quer achar-me rsta tarde no triclium ( salla de jantar), quando ahi entrardes, para gozar o cffeito poderoso que fará sobre vossos hospedes nos ·o novo stibium ( massa de anLimoni o com a qual se pinlaYam a pal– pebras ). Cu stou-me rrrnito o tornai-o tão perfeito, mas estou certa que igual n ão acha em Boma. . -Quanto a ~im, inter rompeu a a rlifi – c10sa grega! na~ 0~1saria aspirar tanta honra; fi cariasatisfeitaem permanecer no limiar da porta, afim de ver d 'ahi o mao•_ nifico m~ito desta maravilhosa tu nica de seda que nos chegou da Asia, com a u1li– ma remessa do ouro dos tributos. ~ada poderá igualar sna bellesa ; mas eu po o dizer, o foi tio e o córto, frncto de meus estudos, n ão são. dignos da fazenda. -E tu , yra diz a senhora com um de - desdenhoso sorri o, o que desejaria ? o que fizeste hoje di ~n o de merecer clorrio-? --:: Nada tenho a desejar, nobre senhora seliao de vos Yer sempre feliz; uo que fi~ nada_ ha par~ louvai_', pol'que estou con– venc1~a d_e nao ter feito senão meu do\'(:r : tal foi a rncera e mod esta resposta eia es– crava.

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