Estrela do Norte 1865
~ t::8'I'HELLA IJO ~ORl'l 'l t. na~cm . Filha unica ( sua mãi haYia fal – lccido dando- lhe a cxistencia) linha sido educada com muita indulgencia por seu pai, homem descui dado e honacho; tinha tido os melhores me. Lre. , possuía todas as artes de agradar e cn trega va-sc a todas as suas phanta ias. '.\unca tiuha abido o que era privac:ão de cousa alguma . · Tendo sido ainda muito moça entregue .í si mesma, tinha li t!o muito e principal– men Le obras sérias . Tornára-sc as im uma especic de -pbilosopho ela cita ep icurista TefinaJa, seita incredula e srnsual, tão bonr-3.da nesta época pela sociedade ro– mana. rada alJ ·olutamcntc conhecia do cllristianismo, do qual não ouvia faJlar ·enão como de uma cousa vulgar, baixa ., material; em summa, ella o desprcsava muito, para procurar instruir-se em sua <lo n trina. Quanto ao paganismo com seus deuses, seus vicias, suas fabulas e sna ido– latria, Fabiola o desprcsava coro simplici– dade p0sto que o praticasse exteriormen– te. De facto clla não cria em nada além <la vida presente e não cuidava senão cm >,;-ozar de seus prazeres os mais exqu isitos. En tretan to seu proprio orgu1bo protegia sua virtude, não gostava da corrupção da sociedade pagã r. despresava as fri volida– des dos moços qu e a perseguiam com suas o. ttenções invejosas, divertindo-se intei– l"amente com snas extravagancias ; pas– saYa por egoistíl e fria, mas êeus costumes eram irrepreh ensi veis. Se no começo da nossa hi storia, mos– tramos a1gum amor pelas descripçõe$, es– peramos que nosso leitor .comprehendcrá que ellas n ão só são nccessarias para pol-o ao facto da sit nacão material e social de lloma, na épocha de qu e lhe qu eremos fallar , cómo lambem porcrue tornam os fac tos mais intelligi\'eis. Se pensam que descrevemos cou sn.s muito m >1g ni(icas e muito apuradas para uma épocha em que ás artes e o bom gos to estavam cm dcca– den cia, tomamos a liberdade de recordar qu e quando visitamos Roma não a encon– tramos tão dist ante dos mais brilha n tes períodos da arte romana - do tempo de Anton ino por exemplo - e qne hoj e não estamos no seculo de Gellini, de llaph ael ou de Donatello; e todavia cm quantos pala.cios da ltalia se não co nser vam ain– da ::is obras primas desses grandes mes– tres, obras ql! e fo ~·ain devidamente apre– ciadas e q ue mfehzmente tem mai s imi- 1adores? ... sem duvida a mesma cousa t.1an1-se nas casas y-ue pertenciam ás anli– f{a& e opulentas familias de noma. ( ContinM.) MathHtle e :S:zabel. lll .4. RA!NllA . ( Continuação. ) o excellente coração de l\ lathilde, sua piedade, sua gentileza a tornaram cara ao habitan tes de ',ainengen; todos se apres– savam em sua !)assa:;em para felicital-a da grande honra que a soberana lhe ti nha feito, adm ittindo-a em seus salões ; mas a menina pouco se i mportava com isto ; eua un ica preoccupação neste momento r,ra a alegria qne dentro cm pouco devia gozar a familia pela qual ella acabava de pleitear corn.Josamente. Desde que to– mou posse da- cabra, prendeu-a e dirigiu– se á toda pressa para Masttetten . A menina segui:i o caminho favorito , tantas vezes percorrido por ella. •unca tinha sentido uma felicidade tão grande ;' tantava, sal– tava, fallava com o bemfazejo animal, e quando elle parava para comer a h erva qu e bordava o caminllo ella lhe ped ia do– cemente que a segui sse, para não tardar a felicidade de Isabel. Matbildc chegou j unto da cabana de l\leinrad, sem ser per– cebida da familia , amarrou a cabra atraz da tri ste morada, e entrou com um en– cantador sorri~o nos labios. o pobre pai estava aasentado em seu leito de solfrimento, e bebia lentamente uma gamella de leite ; Isabel, ajoelha– da diante dclle, exl10rtava- o á res igna– ção. Duas moças, Christoiiha e Ilertha brincavam pacificamente no centro da sa: la. A mãi preparava uma soupa de legu– mes. A ~begad~ de Mathilde mudou todas as phys10nomias, qu e antes pareciam cui– dadosas. 4, menina era olhada como um anjo de consolação neste pobre estado, cm que ella só levava soccorros e palavras de conforto. Depois sua visita era estranha . chegou a hora da comida principal • a~ alegrias de Sainengem faz iam suppor que nenhum dos habitantes deixaria a villa sobre tudo as meninas, para quem as fes~ tas tem sempre tantos attractivos. - Mathilde, como é possi vel que este– jas aqui n't::sta hora? perguntou Isabel com h esítaçi'i.o. - E' porque eu tenho uma boa cousa para te communicar , Isabel, respondeu a menina. Eu venho olferecer um presente que dará prazer a toda familia. Mas cada um de vós deve advinhar o que é. - ~ que ~~s pode dar ma!or prazer ago– ra, füz a ma1 com uro susp1r0, (, un\ can- 4
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