Estrela do Norte 1865
., t:8'1'11ELl_, A IJO ~on·t'I'.. peço; porque estou desejo a de ouvir-Y<L . - Sim, senhora., re i.JOnd u l\lathildc._ - Fclicito- ,·os por tcrdc uma fllha tao A expre são de vo~sa figura diz-me vi – dentement que vossa palavras me da– rão grande prazer. Depois qne :\lathildo recebeu o e. tirnu– los da nobre mulher, reprimiu a timidez e, bem que um lige iro temor ainda a cm~ baraça e, comtuuo recitou o seu poema rom um encanto infinito , e com UIJ\a fe– liz inflexão de. voz que deixou presentir qnanta ternura e sensibilidade havia em seu coração. A oberana vi ivel mente im– pres ionada, estenueu a mão para Mathi l– de, e lbe di. se com um tom alfectuo o: amavcl, continnon a. ober:rna , dirigin– clo-s :i digna aldeã. 1\o mai s, a si m r1ue se a vê, conllccr-s qu e fo i pcrfeitamente educada. Certi fi t:0-Yos que um dia colhe– rels o fructo eh hoa educação qu e lhe dé - de . Tendo- o em segu id a informado do no– me da menina, clla conti nu ou: - Mathilde, causaste-me uma mui vi a sati fa<:ão e ta manhã. Quer o recompen– sar-te. Pede-mo o que desejas, e •u pro– mctto dar-te. - Exccllente menina, é facil comprc– hendcr que tua palavras são incc ras , e que o sentimentos qu e me exprime par– tem do fundo de tua alma. Tu me fallas do amor que os habitantes de Sainingen me tem consagrado : eu tambcm os amo e nunca perderei occasião de lhes provar. Quanto a ti, minha filha, desejo que ve– nha ás duas horas em meu ca tello : da– rei ordem para que conduzam-te á minha presença . E depois de ter nova rr, ente feito um sig– nal de satisfação á Mathilde, a princeza di sse aos boleeiros que andassem alé á porta da igreja ..... Assim qu e ella ahi chegou, o veneravel pas tor recebeu-a, e exprimiu-lhe a felicidade que elle experi– men t:1va vendo-a ainda no meio de seu amab ilissimo rebanho, antes de voltar ao seio de: Deos. A princeza e toda a sua comitiva desce– ram do carro e foram prostrar-se piedo– samente no sancto templo . A sim que r.umpriram o primeiro dever, dirigiram– se para o castello, onde acclama ões de alegria encheram os ares. Voltemos á l\lathilde. Quem poderia pintas o que e1la tinha rcsenticlo r ecebendo o con vite da sobera– na? Seu pai e mãi partilham a emorão de sua filha, e agradet:em ao Senhor por ter permittido que ella desempenhssse t ão bem o papel. Ahora para se achar no ca - tcllo ch eg·ou: desta vez a menina não tre– meu mais : está impaciente de se .ichar ainda di a nte da nobre senhora; algumas doces palavras retumbaram-lh e os ou vi– dos, e su a alma as recolheu com um indi– sivel reconhecimento . Com cffcilo , logo que ~1athildc, acompanhada ele sua mãi, chegou ao castello, co nduziram-na á uma immensa sala sumptuosam nte armada . A princezn. estava almoçando com as auc– todclades de Sainingen, e todos os offi– c iaes da casa. Assim que avistou a meni– na fez-Jhc signal para se ch egar a clla, est ndeu-lhc n. mão P perguntou : - E' rsta. a, tna mãi, cara menina? ' e te convite a rnoçn. corou , pertur– bou-se e guardou silencio. - cara menina, dis ·c ainda a prince– sa, não temas de ser ex igente. Estou deci– dida para não recusar-te nada. - Oh ! senhora, acrescentou Mathilde com uma voz afllicti va, poderei offonder– vos; nunca ousarei dizer-vo que dese– jo. E' mui l.o, muito e muito ..... - Minha filha, eu repito; tu obterás tudo o que es ti ,·cr cm meu poder dar-te. - Pois bem I senhora .... eu vos peço, sêde generosa ... dignai-vo dar-meu ma cabra .... - uma cabra I exclamou a princesa. Que singular desejo exp rimes , Mathilde. Diz-me francamente em que sen tido me pedes isto ? -Oh! ó tudo uma tr iste historia, se– nhora. -Conta-me tua historia, menina. - Existe, senhora, n 'uma villa visinha uma desgraçada familia. Opai está doen– te á mais de desoito mezes; se nu tria com o leite de uma cabra qu e estes infelizes procuravam conservar , nilo obstante sua miseria. Ilontem perderam este ultimo r ecurso ; o doente está despojado de tudo. Oh ! se consentirdes qn e eu leve depressa uma outra abra, elles e consolarão, se– nhora, e abençoarão vossa bondade ..... A princ.eza a inda mais entornccida dis– se â menina: -Terás uma cabra, l\tathilde, mas cha– ma- me essa familia tão experimentada, e que te inspira grande intcressr.. - o homem que está reduzido á tão pro– funda mi seria, foi um de vossos guardas forasteiros , senhora. Chama-se ~lcinrad. Accuzaram-no de tnr feito uma arçiio cul– pavel; perdeu seu emprego; os fiilhos não tem tido pão, e a dôr o tornou doente. Além disso, Meinrad sofftfa ser accusado sendo innocente. Oh! certamen t , senho– ra, elle não é culpado. - Mathilde, interrompeu grnventcnte·a prin ·eza núo diga ' rssa~ cousn.s, Quem
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