Estrela do Norte 1865
.'I. ES'I' BEL.LA D O ~ @KTJE , ram os mini tros e Yi va o P. ei, mas sim ameaçando o Rei, o throno e a unidr.de catholica. E prosegue nestes termos : « Cheguei a esperar, senhores, que o amor qne votais M inst ituições, segundo dizeis; que o juramento rrue todos temos prestado, e ao qual havemos de ser fieis; que o Yosso proprio interesse e o de ,·ossos filhos, poderiam ser parte, não direi para harmonisar os an imos, mas pelo menos para pôr treguas ás lut::i.s sanguinolentas e in e-n:ratas ; porém enga nei- me, e de tal sorte que cheguei a crer , que ne te paiz todo o patriotismo tinha morrido, o que nelle não anda mu ito são o senso cornmum . « Puz-me depois a considerar, e pnreceu– me que pod ia haver alguma explicação menos offensi va a tantos erros. « Pensei as_im: no mundo physico h a ,enfermidades mysterio as , o 0holera por exemplo , cuja natureza ninguem conhece, e do qual apenas sabe-se que é um my s– terio que mata , tambem no mundo mo– •ral pode haver alguma enfermidade des– conhecida , que ob rando em n o sa in tel– ligencia n ão n os dei xe ver tão claramen– t e, n em ,julgar tão rectamen te como nos tempos ordinarios. Ph enomeno ~ingular, por cer to, q ue de quando em quan do se t em notado no mundo n os tempos de gr ande decaden cia, e prin cipalmen te nas vesperas de grandes transtornos. sidero ao h omem que ama a verdade e o bem, quando o intc:1·es e não o otfusca ou a compaixão não o arrasta, e obsen o que coexi tem n lle dois princípios, na appa– rencia contrarios, o amor ao ronheciclo e o desejo do uorn; l mentas de conscna– ,;ão e de progresso. « Considero ahumani<lade cspargidaem diversas familias sobre a terra, e noto no mundo social o mesmo que no mu ndo phy ico 1 du as leis constan tes , a que cha– marei, a uma lei de desigualdade, e á ou– tra de l uta perpetua. « Vejo na sociedade a maior parte dos homens, imcompara velmentea maior par– te, é debil e fraca , e só esse facto, sem ou– tras razões pr ofundas, baslaria para pro– Yar- me que a sociedade é na tu ral e ncces– saria; e por consequencia tambem o é rr au torid ad e, que ampara o direito dos pe– quenos e dos fracos. << A autoridade, como elemen to neces– sario para que a socieda ·e viva e progri– da, vem do alto , exerça-a quem a exer– cer, Rei ou Consul es, essa au lo ridade é di– vina. « O que varia são as fórmas do gover– no, cousa accidcu tal, o essencial é a au– toridade : por ella vive a justiça, pelaju s– ti çaa liberdade. Em ncnhumpaiz elo mun– do houve liberdade , se a aucto riclade não foi profundamente respeitada. « A justi ça faz a liberdad e, porqnc r e– conhece e sustenta os direitos que Ocos deu aos homens, ou as obriga ·ões que lhe irnpoz. Muitos h a , e n esse numero e~– táo os democratas, que n ão sabem o que são direitos naturacs. << Todas essas cousas são vulgares , mas tenho para mim que profundan1Pnteme– ditadas demonstram ev iden temente a fal – sidade dn dou trina dcmocratic:i., a fu Lili– dade da dou trina lí beralesca . « ~endo, pois, a maior par te dos homen s a dos pequenos e fraccrs, e os pobr es in– comparavel mente cm maior numero qu e os r ~ os, e os que soflrem muito mais a-o qu e os que gozam , d'ahi resulta qu e tem sempre havido no seio de t odas as soc ie– dades, e ás vezes se tem levantado for mi– davel essa mysteriosa questão chamada – ques tão social. « En tão vê-se andarem os homens como per tu rbados e tontos, apenas occu pando a lgum o seu devido lugar : apenas h aven– do algum qu e diga o q ue sente, ou sai– ba o qu e quer , ou obre corno deva. Usa-se d'uma linguagem estranha, em qu e a sig– nificação das palavr as n ão corresponde ao sen soro, e apparece pa ra cas tigo do mun– do, appar ece urna cast a rara, uma especie à e meninos, que em vez de estudar de– claram-se ingenuamen te grandes homens e mofam, escarnecem e fus tigam o que ha de mais alto, nobre e sagrado n a socieda– de ; e outra casta surge, a de homens qu e .figuram ser graves , e n ão são mais que meninos r ediculos que b r igam , e escan– dalisam por ninhari as; e quando " ed i– .ficio social se est á desmoron ando são ca– pazes de irem-se ás mãos por cou sl'l s mui gTaY?S- ... Oh! mui graves I como se h a ,de prntar a fachada do edificio que de a– ha, e por quem b a de ser pin tad a? " Passando a mostrar í( ue só a esse esta– d o ~e transtorno se póde attri bu ir o pro– ~ed1mento do pa r tido liberal , e a vi nda ao pod~r do Duque de Tetuão, o grande ins– titmdor da democracia o nobre parla– .mon tar continüa dizen tl'o : « lff editemo.~, senhores, meditemos.~ Co:t;.t- u No mundo pagão se resol veu geral– men te pelo infant icídio e pela escravid ão . no mundo christão pela resign ação e pel~ caridade. « Hei de fa.llar n essas cousas, senhores deputados, porqu e h ei de dizer toua a ver– dade, ainda que sej a temerosa : a revo– lução que ameaça a Uespanha é 1wofun– damente social. « A Igreja catholica t eve, t em e terá ...
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