Estrela do Norte 1865

1 ·" l~!!iTHELL.4 IJO IWOHTE. p ia. em um paiz do mundo se orna com lgrr,ia. tl-1o esplcmdi<las, Lcllas e ricas, edHlcios Li.io su mptuosos e perfeitos, e fo n– tes que são verdadeiros monumentos o muraYilhns d·art e, no ruoio de maj estosas prnps abandonadas e injuriadas pelos ho– mens de hoje ! que foi morto o Princepe dos Apostolos en tre marty rios inauditos, e dores que se não igualaram t1 inda. . ~evanto_u Constan ti no r ara memori a rlo s1tw, a pnmeira basilica , áqt?al succedeu o templo actual, idoiado por 'icoláo V, começado por J111io IT, e terminado por Pau lo V. Vrnte quatro Pontífices tomaram J1pparent domus intus et atria parto na s ua construcção , que exgo tou os longa patescunt. ( * ) theson_ros de íl oma , e obrigou as nações São os templos romanos magcstosos e l1armonicos, como as obras da antiguida– de, cujas trad ições não perderão de todo os ilalianos. Pelas dimensões e di visões, luxo e gosto de floreios e ornamentos, marmores, porphyros, pedras precios:is, mosaicos, multicores, e estatuas magnifi– cas, de que fazem constante emprego, não são exced idos de certo. O que ha de mais pri moroso do que a Sé de São Paulo , res– tau rada á pouco ? Com que Ig rejas se po– dem comparar as basílicas de São João de Latrão, Sancta Maria Ma ior e coração de Jesus ? Acima porém de Lodas está o famo so templo de Pedro, que vale em elegancia, gr a ndeza, magnificencia, maestria e su– blimidade todos quantos encon tram-se dispersos p elo mundo. Hevela os talentos raros que trabalharam em suas obras, desde'Bramante que concebeu o primeiro plano, até Bernini , q~ e terminou os ac– cessorios : deve-se a l\11g uel Angelo a nova forma da cruz g rega, a columnada, opor– t íco copiado do Pantheon, e a cup~la so– berba cuja ideia bebeu nas concepçoes ae– r ias de Brunelleseh i, que inventou a da Sé de Flor ença, qu e a tordoava co!n a sua magestade o proprio Duonarro~t1. Leva n– tan clo a cupola, que gyr a por _cima de to– da a cidade de noma, e domma os pala– cios, edificios, moo u men tos, deserto_s e mon ticulos, que lhe forD? am uma crn– tu ra ari da e coberta de ru1!'.ias, e que pa– rece um sonho, on a supphca do homem qu e deixou a terra, atravessando ~ es– paço e su bindo _aos ~éos, creou M1g u~l Ang-elo tres IgreJas d iversas, um a sobre outra , a subterra nea, qu e occupa gr::i.nde ospaço abaixo no ní vel d;;i _terra, ~ que propriamente se ch ama de Sao Ped10 , na (fnal celebra-se ordinariamente o culto, e a aeria rrne sobresâhe á ambas. F'oi edificado o templo de Sã~ Pedro por cima do rirco, em qu e Nero fazia sus.(>en– der em cruzes inflamma.das, ~ lap_1da r po1· seu s carrascos, os 1 aza~enos rnfc)JZes, qne cahiam em poder de tao precom sado dcspota; ali colloca a t rad ição o Jogar em ( • ) Vergilio . caLIJUllcas a concorrerem com tributos em p~·ol d~s suas obras, e a todas as escolas d arte a orna-las com as seus primores. . B~sta o :'estibulo para formar uma 1g rrJ a adouravel : é prodig ioso o elTeit o da en trada. novela-se como um trecho sublime de i\lilton, ou 11 ma ma"'nifi ca me– lodia de Cimaroza. Exaltam-~e a alma e os sentidos. E' o seu aspecto de um es– plendor que se sente e não se pinta. Entr~ a luz para o seu recinto tão reg u– lar e diaphana , qu e cah em os raios em li nhas deli ciosas sobre o marmore elo ch ão e são r efl ectidos e transmi ttidos de mod~ a innundar suave e docemente o templo ~odo, produzindo uma impressão, que é 1mmorredoura. Dir-se-hia effeito de ma– gica o que e sente, collocando-se !lo cen– tro do monumento, ao p é da escada soto– po:, La a cupola, e que, cercada de cem lam– pad as de bronze, e ornamentos de ouro, e poeiras preciozas, desce para o tumulo do Sancto, e para a Ig reja subterranea. Apo– dera_:-se a vista de toda a magestosa ex– ten sao do templo, per corre a escala intei– ra de tantos acccssorios admiraveis e der– rama-se pela série de bellezas, q~ e ton~ team e embriagam, como se fora um pá– lacio de fadas. Parece qu e se per cube o.. sen timento da uni ver salidade, que tanto cu sta imag inará cr eatura human a. Não t~m nome a. arquitectura, poi que se n ao assemelha a n eubum dos ge– noros que concebeu a a rte. Ab or vc tudo quanto é bello, g ra nd ioso e su blime. l'o– de-se compar ar a um poema supc1·ior a quantos escreveram o poet as mais a fia– mados. Não ha severidade sq)tentri onal. 'ão so desenham as formas exquisita.s e fl.exas ou torres ~rreg-u ~ares do gen er o denom\– n ado gotl11co. ao a ornam vidros colon – dos, e 11in t_uras disparatadas, qu e SCl'Ven1 p~ra o e1fc1_to geral , e p r oduzem impres~ sao sombria e melancolica, como a· ca– thedraes de ColonlJa, Stra burgo ou An– tu erpi a . Não adm i tte a pha ntasla l)ittó– r~sca5los Arab_es, e nem a.s risonha i ns– p ll'açoes do Onente, como a Jgreja dü s. A,1arcos, q ue possue Veneza. ~ente- s gr~vidado,lmas serena e tran – q\11l1a,; granel z-a, temperada pela graca.

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