Estrela do Norte 1865
A E 8 T REI.LA DO NORTE. bendendo perfeitamente o valor de carla. palavra, e: penetrada de amor para com a soberana, a moça d notava nmabem ra r:i. sen ibilidade; sem arte alguma., akm d 'aquella que proYinba d'alma, ella com– municava aos seus ouvintes uma indi i– \'el emoção. :São tardou o escrivão a conduzir Ma– thilde para a casa dopa tor; e finda are– citação, disse o venera\·el sacer'áote a ben- çoando-a: ' Cara menina, nenhuma ob ervação te– nho a fazer-vos . Estou muito contente e nos a picdo a princcza o estará tam!Jerh. Orai hoje muitas vezes á lãi de Deos, em qnem pondes toda a confiança e con– tai com o bom exilo. .Mathilde passou o ilia a estudar e a fazer grinaldas de flores; ella não foi á Masttctten; mas muitíssimas vezes .pen– S?U em SJJa cara Izabcl, e, na oração á 1\Ja– r!a, pediu consolação para a pol;>re fami– lia de l\leinrano tão rudemente experi– mentada. No dia seguinte, annunciavam os sinos y. grande festa. Flores, verdu ras, bandei– ras enrequecidas d'allegorias, ostentav~m suas frescas e variadas cores; um sol ma– gnifico vinha tarnbem conc orrer para a belleza e explendor da fes.ta. Mathilde vestida de branco, esperava que seu pai á conduzisse ao Jogar d'ondç <> cortejo devia marchar para ir ao encon– tro da soberana. Derepente, urna moça entrou choran– do, e corria a apertar a mão de Matbilde. Que tens, minha pobre Izabel? exclamou a .menina. Porque choras assim? - Ma– .thilde, nosso ultimo recurso nos foi tira– do . . . ossa pequena cabra que dava lei– te morreu hontem .. . O que serà de nosso pai? Ah! elle sucumbirá de fraqueza. Tu sabes que só o leite da cabra o su s– tentava ... Pobre pai; o que lhe daremos _agora? Mathilde poz-se a chorar amargamen– te; ella comprebendia que esta perda er:a ~ma irreparavel desgraça para a fami– lia de Meinrad . Oh I Izabel, disse ella, esta noticia_ do– loro~ vai me impedir de recitar _mrnha pocz1a convenientemente. E terei o co– ração assaz magoado pensando na triste– za em que esLaes submersa· e verei mui– tos f~lizes, riqu.ezas respli;ti:{decen tes 1 vo~– ~erei ';lleus olhos para ti, para tl,la ram1- J1a, P~I vadu do neces:mrio ... Oh ! de cer– to miu,has lagrimas corr~ão com ~sta lembrança. - A m~i de Mathilde comprehendia que tudo qu~ dizia sua filha era verd13-dE:.; el l\l, tetma com effc:ito, que a moça nao iJ.WWW + srw.xa P?de se corres1~onder ao que . e esperava <l e:lla. Approx1mando-se d9.s <luas ami– g"a lendo um grande cantaro de eite lhes di se : -O bom Ocos nunca abandona áquel– les que n'elle esperam . Toma este leite Izabel, e leYa-o para a casa. Até oucellc se tenha esgo tado, talvez qt1c a cônsola– ção brilhe para a familia. Fazei votos para qt e nossa filha tenha bom exito, e eixai-lhe a doce certeza que ficarás calma e resignada. lzabcl beijou a miio da generosa c11 u– ]her, e, com_prehendendo perfeitamente o que a delicacl eza exigia d'ella n'este mo– mento poz-se a rir, prometteu a Mathilde ter confiança em Deos, e, em uma pala– vra, fez tn<lo o que devia para serenar o cora!;ãO da arnavel moça. Vem cada dia encher teu cantaro, accrescentou a boa mensageira. Em quanto a nossa vacc:i der leite, podes confiar que elle não faltará em tua casa. Esk'Ís palavras acabaram de tíJrnar Ma– thilde alegre e tranqu illa. As-ora disse _ella eu irei ao encont!'º da nossç1. boa prmceza. Fallar-lhe-hei sem hesitação, e minha r compensa será po– der ir á tarde á Masttetten ; consolílrei o bom ~ein,rad, e dar-lhe-hei o progrâm– ma da festa : .elle será feliz porque tam– bem arn_!!. a princeza. o .pai de Mathilde, entrou neste:momen– to , lb e dJz que era tempo d~ partir que a illustre visitante não tardaria a cbe– g11r . A moça abraçou a mãi, pediu-lhe sua benção, lançou um ofüar d'afl'eição e de coragem em sua amiga, e seguiu resolu– tamente a seu pai, corno se o acto de ca– r idade que se ia cumprir em casa 1le seus pais, lhe tivesse assegu rado o mais doce _press(lntimento. ( Continúa. ) Variedades. BELLO EX.ElllPLO DE RESPEITO AS COUSAS SA– GRADAS. Felippe II, rei de Hespanha, que a his– toria represen~a-nos como um dos maiores principes de seu seculo, &ah.ira de Madrid passeando em UIDil sege; quando encon– tro_u o :vig:11rio de uma pequena paroch ia campª.l que, precedido d'um menino, le– vâ-,a o Sancto Viatico a um enfermo. Elle de&ceu imµiediata.m ente do carro, fez su– bir o sace,rdote, e acompanhou nté a cas:t do dpente, leví).ndo a cabeça descuberta e
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0