Estrela do Norte 1865

chegando a realisar-se, sc1•ia um d'ess:is acontecimentos, que echoam na historia e caracterisam uma época. Os pri ncipe.-;. que a houvessem conrnmmado, seriam por longo tempo nomeado e julgados por esse acto. Qualquer que seja a sua l!ar– reira, não teriam parte em nenh um ou- 1.To acontecimen to, cujas consequencias para além da sua morte fossem mais pro– longad os, nem de mais te,rrivel responsa– bilidade ante seus filhos e an te Deos. Se os francezes se retiram, se Victor Emma nuel se apr esen ta em Homa que fará o Soberano Pon tífice. Não tenho au– toridade alguma para o wzer. i\las sup– pondo, que sahi rá de Roma ; que doloro– sa altern:i.ti va se me apresenta aos olhos ! Proscripto , ou irá de cidade em cidade como o divino mestre, sem ter um asyl~ onde descance a cabeça : que espectaculo e que r emorso 1 Ou alguma potencia catholica lhe offe– recerá uma residencia soberana. Ser á ahi recebido como reL Cer ca-lo-hão os em– baixadores. Ainda mal ! Esta potencia não ha de ser a França, que con tribuira para as suas desgraças. Assim pois teremos feito tantos esforços, derramado tanto sangue, despendido tan– to dinheiro para votar o Padre Santo ao ex ílio, ou para o conduzir por nossa mão a alguma nação r ival. de carneiros desciam da collina, e jovens pa to res os seguiam, cantando uma bala- ta do paiz. Duas bellas cidades se acha– vam n'um valle ; distantes en tre si um quarto de lcgua pouco mais ou menos . A primeira era Sainingen, notavel por seu castello primicerio; a segundo era l\lasst– -ten tten . Esta nã:o tinha outra bellcza se- não suas casas todas brancas circumda- das de vinhas, que lhe davam o aspecto d'um ramalhete de assu cena e de verdu- ra. Uma estreita vereda conduzia de 5ainingen á P.lassttentten. No momento em que começo este conto uma moça a percorria com passo agil e elegre. Nada era mais bello do que suas fuces ros das guarnecidas de lisos e louros anneis. Seu olhar e seu sorriso eram tão doces, que ao vela sentiam-se todos possuídos ·d'af– feição para com ella. Os vec;tidos , extre– mamente simples, eram de bom gosto e de admiravel aceio. A moça trazia com .. precaução um saquinho atado na aspa e muitas vezes, consultava com os olhos a pla:iata que se estendia ao longe, como se estivesse preoccupada da chegada d' um ser que lhe fosse car o. Pouco a pouco ella retardava seu andar , e parecia rellectir. Parou finalmente , e foi assen tar-es na relva que borda':'ª o caminho . lzabel não pôde tardar, disse ella; eu quero ficar aqui: sab.indo de Masstten tten , ella me avistará sem custo. Depois d'estas pala- vras, a moça poz-se a can tar e a colher as rar as flor es que cresciam ao redor d'ella ; depois, estremecen~o de repente, ella diz corn u ma voz gen til, tornada melancoli– ca : Oh! eu sou muito descuidada \ Eu canto, ao passo que a pobre Izabel é tão desgraçada. Isto não me fica bem. En tre– tanto, Deos o sabe, eu cuido constantemen– t e della. Quanto eu desejava dar saude a seu bom pai. Mas, ah I i8so é impossi vel: Esta consideração, que me assusta , faz tambem_ a minha esperança. Quando a soberama pontificia já não r epou sar so– bre á espada da França, r epousará sobre a su~ honra. No dia em que o Papa fôr des– poJado de tudo depois do nosso abandono, a França ficará deshonrada. Mas não sera assim . Eeis a razão porque cu deixo cabir das mãos es te convcnio, que nada con– vém, es te arranjo, qu e nada arranj a mas c~nsola-me, esperando cm Deu s, e repe– tmdo sempre as mesmas palavras : . . Q~ando a França d'aqui a dois annos Ja nao garantir nada, ella será r esponsa– vel de tudo . Meirão não poderia cu ral-o : elle está mui– to triste : privado do emprego que occu– pava a muito t empo ; vendo soffr er sua mulher e seus filhos, como este excellen– te pai poderia restabelecer -se? A moça callou-se, algumas lagr imas brilharam em seus olhos, e cahiram, como perolas Não, a França não se dei xará enganar nem será cumplíce do Piemonte. ( Do Diwrio de Pernambuco . ) Ma1:hUde e Izabel. I AS DUAS AMIGAS . Era n'uma bella e calma tarde do ou– tomno . Osol punha-se lentamente atra– v?z das m?ntanhas, e projectava, seu s fr~uxos rn.1os sobro a alcatifa ainda ver– deJ::mte dos prados, umerosos r ebanhos ao longo de suas vermel has faces. Santis~ sima Virgem, disse ella ainda com um terno acento de oração, soccorrei esta infe– lfz familia. Oh l não a abandoneis, cu vos rogo. Apenas d~sse ella e~tas palavras, fez uma exclamaçao de alegna: o. moça tinh a r econhecido sua amiga, que vinh a a toda pressa ter co~ella. Izabel par e ia ter cer– ca de desese1s annos ; era uma esbelta e gentil moça; su~s foi ções denotavam tris– teza , e uma palidez mortal provava evi– dentemente quanto ella tinha já sof- - • " -

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