Estrela do Norte 1865
310 nha saido. Então procurou - e outro padre. Quando appareceu um, o estado de Gar– rnlho tinlH• peiorndo. :-.1argarida tomou o aLbade pelo hraço o conduziu parajun– to de seu marido, a q;iem mo trou o cro ajunlando a mãos. ·m:i especie ele luz se viu entilo brilhar no espírito do mo – ribundo. ~.las liav ia nos seus olhos, meio extinctos, nma tal mistura de terror, de remorso , de de espcração qua. i, e, ao mesmo tempo um pri ncipio de confia nça; e1le agarrou a mãos do padre com um tal phrenc- i, batendo 110 pei to como se o qui– zesse q•rnbra r. -Tudo isto accusa\'a um mixto de entimentos contrario , e a p0- };re Margarida experi mentam algum ali– vio. O abb,Ldc deu a absohjção a '.\iaximi– liano e admini strnu-lhe a Extrema-Un– ção. Este multiplico u os signaes da in– telligcncia, e viram-se seus labio~ agitar– se conyul h 1 amentc, como se quize se re– tomar a palavra. 1\Jorreu assim - e '.\largarida, que ama– va sobretudo a alma de seu marido, con– serva no cor ação um pezar mortal. neos ter-lhc-ha feito mizericordia? Ou o es– pectaculo des ta morLe cruel , <les ta im– possibilidade Je Yoltar ao Deos que tinh,L dcsIJresado tantos anoos , seria um exem:– plo destinado áquelles que ningu em esca seguro? Esta terri vel incerteza é o per.ar permanente e a incon olavel desolação de l\lar""arida . Tn compreheu tle agora o porque, ape– zar de sua fel icidade apparentc, ella tem um ar tão profundamente tri ste. Que Deos tenha piedade da alma de Ma– ximiliano, que faça com q ue a li ção de sua morte não seja perdida para nós. ( Da Estrella do Sul) Poezia. J Quando a aurora desponta, e o céo se veste De galas e pr imor, Eu vejo n'essas pompas da natura O poder do Senhor . Quando o sol se leventa, e a terra inunda _ De SP-u almo fulgor, Ah1 contemplo divinaes prodígios Da mão do Creador. Quando o·véo do crepusculo começa , No mundo a se estender, E que uma estrella scin tillante assoma Tibia luz a verter; Quantloo mantodanoitecnvolveem trevas A vasta rodomdeza :&a:nax:::::..sH a , ~ E em lemn m ndez, cm paz tranquilla Dormita a natureza; Quando o pég-o revolve- ·e no leito Rebrnmindo em furor ; Quando, indomita , rug-e atempe lade Com rouqucnho e:;tridor ; Em todo· este,; qu,1dros eu percebo O poder do Senhor, Que se mos tra - ou n 'u m raio de bonança -Ou no mar em fu ror 1 Em tudo o que me e •rca eu Yejo cu si nto, De Deos occult:i mão; E, fa scinado, a minha fro nle t.!óhr, Em Santa adoração ! 1L Oh! meu Doos , como soi grande, E o vosso poder immeuso 1 Confundo-me quando penso os prodígios que fazeis ! Ningucm occultar-se póde Ao vo so olhar soberano; - Que o ma is r ec nct ito arcano Vós peneteais se quereis 1 Ao vo" o aceno se dobr am As frontes dos potentados, <)ue em torpe vicio engolfados Desprezam as vossas leis ; - A um sopro de vossos labios Os astros perdem o brilho. E seguem diverso trill)o - O trilho que vós quereis ! A um gesto vosso, os archanj os Humildes curvam a fronte; -Que so is a mystica fonte Da grandeza divinal! Em vós se en cerra o thesouro Da mais suprema scicn cia ; E da Yossa Providencia Dais prova mais que r eal 1 Oh ! meu Deos, como sois grande, Como ois inimitavel ! o vosso Nome adoravcl Enche o u ni verso, Senhor! Elle faz-se ou vir em tudo; -Ou cruer nos cantos das aves, tilellilluos, puros, suaves, - ou quer no mar em furor 1 Vós sois o Deos soberano, Que d'um rochedo escarpado co·a tcnue vara tocado, Fizes tes agua sahir ; Vós sois o Deos Poderoso , o neos forte e ínimitavel, Cujo n ome admiravel Em tu~lo vemos fulgir!
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