Estrela do Norte 1865

U i Kf 4Nlí#AtCQUiílH tAK»:ZS $ # o u•ct.a~e~to Sauiun.uo. - ~leu carn amigo, lho <1iz olla, roga a Ocos te dê corag-cm de praticar o que c1·es. (Conclusiio.) !\las, parece-me que e <li -e e no Sr. abbadc o que me <li scs te a mim, estaria con Ycrtido. Carv:i11Jo escu tava sua mulher com at- E' na rnrdade essa minha in tenção , res- tcnção. Quan doHcabou : pondcu carvalho. i'\largarida , lembra-to - n11,l her, lho di se rn u fallar fran ca- que é prcdso procurar o padre antr. do men te, e direi a ti aquillo que a mim mes- medico; porqu e não e pero morrer cm mo não 011 o dizer. confls ão ... ,\lesmo , como me não sinLo Nur~ca deixei de ter fú, de crer qu o hoje muito bem, póde 1-'l'Hrnnir O sr. proprw fil ho de Doos e Deos como o Pai abbad e que eu o receberei amanhã com de~~eu á terra , para qno a Igreja r noss~ gosto. '!1ª1, q1~e . Nosso Senhor e tá pre~cntc na - Porque não hade ser hoj e '? J:.uchar1 stra, e q•rn ha na outra vida um - 'ão, amanhã, digo eu . Céo, um inferno e um purgato1·io. Con- - Amanhã, é muito tarde. fe sarei mesmo q ue es tou persuadido que Não qu e Car valho morresse ; pelo con- a_quelles qu e, como eu, crêem e não pra- trario, restabeleceu-se : ao outro dia es– t1c~m, se vierem á morrer sem confissão, tava bom . E quando o nbbade chegou, serao Justamente condemnados. achou-o levantado . - Como, meu amigo, tu crês isso e Todas as boas relações de Carvalho se perseveras na tua separação da llelig ião? ! tinham dissipado , e o pobre abbade não Ai de mim I Sim. ão mo comprehen- pôde tirar delle senão palavras graciosas do a mim mesmo. Isto prova quanto é e uma longa discussão sobre as noras ma: tri ste ter abandonado uma vez seus prin- chi nas de desgargar o tri g·o. cipios, e qu anto é difficil voltar a elles. Dez annos, quinze annos correram sem Duas cousas me reteem affastado de uma nada mud ara vida de Carvalho. Sua mu– Heligião em qu e crêio e qne amo : ores- lher não mudava tambem dos seus inten– peito humano e a rotina. - Tenho um tos. medo , que não te posso explicar, do que Na primeira communhão de seu filho, me diriam algumas pessoas se me vis- e quando seu visinho Andr6 morreu se.m sem, por exemplo, nn confissão ou á meza sacramentos, ella tentou ainda alguns es– da communhão; esta id 6a me faz suores forços ; mas foi cm vão. O respeito hu– fri os em todo o corpo. Demais, p'lssaram- mano tinha-se tornado para Carvalho um se doze annos vivendo longe de toda a monstro horri vel que não se atrevia aen– pra.tica religiosa. E' uma rotina em que carar. Arotina, que ató alli à.penas o pren– me conser vo, rotina commoda ; para sair dia. mani etou- o completamente. Aos 60 della seria preciso um grand e esforço para annos, /l'Iaximiliano tinha. engordado de– que me não j ulgo com coragem. Não fa- masiadamonte, e adquirido todos os c;ig– zcr differ cnça elos di as do semana dos do- naes el o um temperamento apopleLico. mingos, comer carne·á sexta-feirn, cm l\lar ga rida tentou bater ainda uma vez a logar de peixe ou bacalhúo , logo que me esta por ta tão difficil el e se abrir. levaoto ir para o trabalho, cm logar de me - 1eu amigo, lhe di sse ella, tu fazes-te humilhar um pouco di ante de Deos ; a velho. Podes de um dia para outro' cair no ite, qua ndo chego fa Liµ-ado dos campos, em paral ysia, em apoplexia. E perarás até deita r- me sem es tar obrigado a nj oclltar então para te r econciliar com Ocos. e a orar sobret udo n nnca vrr ·hegar de Can alho crue não gos tava se lhe fallasse tempos 'a tempos a necessidad e, do me , na mor_te, mesmo com rodeios, qnasi se con fessar o que é como uma visita que se cncolensou. faz ao de~ tista de do us em dou s mezes. 'a noite seguinte um grande barnlho - Vi rnr assim' sem estas mortificações, se ouviu no seu quarto. Tinha- e seJle– som es tas peia s 'que põe a noligffío, é um vantado e cai d~ sem conhecimento ... habito que tomei e de que me não pos o Houve os ma10res tr~balhos do mundo CHrar, ainda que o conheço culpavel e para o fazer voltar a_ vida. A metade de fu nes to. . seu rosto estava ~1orn velmen te desfig ura- i\Iaro•arida estava tocada da confiança da. Seu corpo ass1melhava-se a uma mas– do seuº marido e aterrada do estado de sa iner te. ão failava. Fazia sómen te com sua al ma qu e ~ia ás bordas do abysm_o a cabeça algun? sig naes, mas tão confu– para on de escorregava sem fazer um um- sos qu e se du vida va que sua razão e ti- co esfor ço por sair d~Ile. Tinha t ~nto a vesse li vre. • . . clizer-lhc cm respos ta q ue não sabia por Quando Margarida VIU seu marido nes- onde p r incipia r. te es tado, correu á casa do abbade. Elle ti-

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