Estrela do Norte 1865
E Herodes o Idumeo esperava ancio o a Yolta dos :'.lago . - (( Ah ! dizia, foi o r ' i de Israel que na cen ! E não é meu o throno, e mio sou eu o rei I Virá arrancar-me o sceptro a c1·eança que vai ser adorada ! E mil projecto sinistros lhe pairavam na mente, e mil pen amentos de sangue lhe fazim bater violento o coração. Mas não voltaram os . lagnos. 'oitc e dia e_sperava-o~o roi,_equandoae peran– ça nao era ma:s poss1 vcl; e quando teve o desen•.rano cio que fóra illudiuo acce o em ira, com o olhar faiscante da' colera , ordena a morte de todos os innoccntos. - u inguem sej:.1. poupado, disse o réi desde· o meu filho até o do mais misera~ ruvel dos meus vassallos; não quero que me escape aquelie que o destino indigi– tou para reinar no tb rono que occupo . . . Foram cumpridt1s as ordens do rei; o sangue dos innocentes, dos primeiros mar– tyres do Cbristianismo, regou o solo da Judéa; e o inferno, que se sentia abala– do, soltou stridente e immensa gargalha– da. Mas as prophecias deviam cumprir-se, e avisados em so nho José e Maria, fugi– r am da sanha e retiram-se para o Egypto a b uscar em plaga estranha a protecção e a segurança que n ão tinham na sua. Até aqui a narração bíblica. l[ Agora a lené!a . . . cireza ~os corredor s in fatigaveis ue os perseguiam . Lá ao longe vi ram o levantar • na nu vem de poi::ira, que pouco a poucu se ia approximando, como esse rolo que a ventania levanta, - quando preludia o ruo-ir da tempestade. .l\lais uma hora, mais duas .. . e a ,rean– ça que levavam ao collo sentiria o gume da espada deshotar-lhc ri.s roza dfl. face no derramar do ~anguc. E além estava um ampo em que lavra– dores semeavam trig-o. Ofl.egante approximou-se a virgem de um d'elles. - u n'aqui á po uco, lhe disse, chegarão aqui uns homens quo vos pcrgunlarão: (< Vi tes passar por aqui um homem, uma mulher e uma creança? (< E lhes respond ereis : (( Sim, passaram quando sameavamos o trigo. E rapida affastou-sc a Virgem. i\lilaure de Deos I No mesmo momento as sementes lançadas á terra germina– ram, o trigo cresceu, e bollas espigas, amarellfls como o onro enfeitavam o cam– po á pouco liso e despido. E os soldados chegaram : - (< Vistes passaT por aqui um homem uma mulher e uma creança? ' « Sim, responperam os lavradores, pas– saram quando semeavamos o trigo . Soubera o r ei qne a creança que temia lhe escapava á raiva. Soubera que sem resultado fora o san– g ue derramado de. tantos ir.nocentes .. . Então desanimados, julgando fóra do seu alcance aqu elles a quem perseguiam, voltaram os emissarios caminho da Ju– dêa, levando a Herodes a noticia da sua malograda t entativa. Padre FRANCISCO TIERNAI\D!NO DE SOUZA. Soubera que só colhera a maldição das má.is e o anathema dos pais. Va;.-ieall ades. PARAPHRASE DAS BEi\lAVENTORANÇAS. Mas n ão desanimara o insensato. 1 ·es– sa lucta travada entre os decretos do des– tino e os r eceios que lhe assaltavam a mente, julgara poder triumplla r e n ão nemaventurados, exclamava o Christo r ecuara na t entati va. á multidão qu e o seguia, bemaventurados - (( Eia, grita a espumar de raiva, tu- são os pobres de espírito , aquelles qne do quant o a um rei fôr possível dar, tudo crêem, porque têem fé, que n ão discut m q°:n.nto a ambição poder sonhar, tudo fa- nem sophismam as verdades que apren– re1 por aquellc que, vivo ou morto, me deram desde o b erço e que lhes foram en– trouxer o recem-n asci<lo de Belém. sinadas pelos labios puros e santos de suas . A' voz do rei preparam-se os seus satel- mães ; bemaventurados , porque delles é o lltE:s e cravando os acicates nos fogosos rein~ dos céos. ammacs, como O furacão do deserto, por Bemaventura~os os ~ansas os qll:e ani– enLr e nuvens de poeira, partem em de- nham no coraçao a vn'!ude da car_1dade, manda 5ios fugitivos de Belém. os que estendem a mao compassiva ao E Jose ~ l\iar ia caminhavam tambem; mendigo das ruas; os (lUe amam de todo g:ande d1~ntcira levavam aos emissiona-\ o coração a paz e evitam derramar o san– nos do rei, l!_las cm heeve seriam al can- gue de sen ir~ão; bemaventurados elles. ça.dos, que nao podiam luc tar com a li- porque poss uirão a terra.
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