Estrela do Norte 1865
3 0 orgulho nascente era !>ingularmente hu– milhado. Em brern partiu elle . . . csteYe dois an– nos au:;ente; 0, como era intelli"'enlc, trouxe á f>u a terra um grande numero de olJservaçues nteis, que muito rontrihui– ram a aurrmcnlar a pequena fortuna de seus paes . ,largarida susteu tou sua. palavra. To– do que a têem conhecido sabem quão atlrnira\'el mulher ella tem sido. unca, nunca teYe Carvalho motivo para lhe fa– zer a mais leve censnra. Foi con,tante– mente ,1 e1e;:.;ria de sna ca a, :t :.:on ·ola.- ão nas suas penas, o seu melhor conse– lheiro nas circumstan i:is d irliteis. ,ias, porque pre~o pagou e. ta r.icncia r egta for tu □ a ! De:cle o primeiro d ia dr S1l'l ,·iagem , 11aximiliano encontrou um inimigo, que at(~ ahi de-conhecia : Q respeito humano. Yirnu muitos annos com clle S'm llw dizer uma ó pal:tvra sobre lleligifio , da qual CanaUio continua\'a, apezar de tu– do, afaslado : a:; Yi rlutlt.:s de ~!argarida fal– la vam por ena. :\. maior parte doe jonins a que se en– trrrrou eram ímpios e corrompido-. Car– rn 1ho ilÚO se a!ra veu a apparcccr mais, -ti iante d61les, christfío e lione to. l'lluítas n•ze mesmo, apezar das secreta repre– !1ensõcs de sua consdcncia, associava-sc– fües nns gracejos de máo gosto com que escarneciam de Deos, da neli?ião, dos pa– r1res, dos bons co tu mes e de tudo quanto .era respcitavel. Sobré tudo, nunca teve -coragem de cumprir com e tas 11rcscrip- -ções da J\eligião que seus companheiros tanto rcdicuiarisavam . «Ir a missa, co– -rner de magro e jejuar, nãri trallUlhar ao domingo e dias sanctificados, c:onfessar– Fe, sobretudo commungar ! ... Isto<- bom para creanr,·as, mnlhel'L'S, e gente estupi– -da. n A' força de ou vir isto, Carvalho aca– liou quasi prH· o acr ditar. Em todo o .caso procedia corno se o acreditas:;e. Quando fores maior·, men fiiho, per– mitta Deo qn , por tua pr,1pria cxpe- 1·íenria, nm1ca saibas quão farilmcn te nos ·h«bitaam<,s ao mal, e nos dcshallituamos r1o bem ! Carvalho rruc, a.,s 20 annos era um famoso Christão, tornou -se aos 22 tão estranho a- praticas neligiosas como se hou v rn nascido entre os st'rlóes da A.fri– ca. Por u ma série de pequenas infelici – uadcs, t inha ( ao m enos assim o pensam c1le) perdido a fé. Os seus patl'icios o tornaram a vêr, com A"l'nnd0 udmiruç·ão, o mesmo a todos os -1-esp •Hos, mudado sómente nas crenças e p1:aticas ~efr· iosas, pois t1uc nito punha ll~ na.Igre_p1, o travalllava nos campos, nos d ias sn;ntificados, nem mai:; n em menos t· .mo a semana.. C:irrn1ho abia perfeitamente que, se não fosse s m mulher tão piedosa, não va– leria a metade; e cu creio tfuc, quan lo a consciencia o arirnia, para calur pro– mcttia a i mesmo, de tarde ou cedo, 11nir– se ctn piedosos ·entímentos a ua Santa mt.lher. Pas ados tempo~, adoeceu Carvalho gra– vemente, '.\largarida compreheudeu en– tão a opportun idade de fallar . Orou an– tes muito temp0 prira <[u e o 5 nh- l' tlésse effk~wia ás sna: pnlan-as, - , approxi– mando-se do leito de 11axímiliano, assim fallou : - Meu amigo, eis-te aqui seriamente doente. Deos, que hn mais de dez annos nos concede uma felicidade nunca inter– rompida, nos abençoa todas as ernprezas nos tem feito atravessai-, sem dõre· ~ lagrimas, .a épocha terri vcl da ch0lera, Dcos quer agora provar-nus pela doença. conYertc-te, meu bom amigo; faze pelo l>om ncós, por cu mprir sua divina lei; ú um bem qu e fazes ,i á, pois qu e tu és natu – ralmente bom , se queres que tua cons- ciencia se tmnquilis·• . Totlo o hem t1uc nraticas de nada le servirá se · quecerc a heos, estou disto segu '[!. ; preenche teu s deveres de bom c:.hri tão. SaLes t.u que é uma g-ra.ncle desim-1.ça e um ,0rdndei1·0 es– cundalo a tua irreligião ou a tua i nfüíle– re ri ça? Qnantos homens, para sr. descul– parem da sua deser~ão ün tgrc,ic1. e el e Lrn.– balhar ao dol·ü ing-o, d irão : « Ora essa 6 hoa ! c«rvalbo qnc é a nat.1 dos h omens de bem, pratica assim! Porque ni'ío fare i 0 mesmo? n são naturalmente bons e mo tu, muitos se tornam fra. ncaruenle múos. :\os _2;; ~nnos, cason- s<.; ~larg-a1·ida. Dias, .t. mn1s piedosa filha cltl p0v0arão, ú i1•i– dl u-;-se a desposal-o, menos por sua "Tan– ·de lort11na e boas quallchdcs do q u pela -esp 1 • rnn\.' 1~ de o restituir a rÍeos. - :\l: i.si – nJ1.iano_ <· muito hom, dizia e,l:t, e volta– r?' com lncili lacl rto ponto d'onde saiu ha cinco anno,;. Al,;m disso amal-o-hei tan– to e o torna1•,,i Lã feliz 'que só para an-ra– dcrer :_1 Dcos u. s11a folídidade eUe se gon- ,crtcra. ,, ' ( Da füll'ella do Sul . ) A.e5r.io @"%a a ereaçã@. (Conclu:i:io.) Deos, pois trabalhou n n. creação do mundo. Ellc não rEspeita o titulo deGrn.n– üc Artífice, nem de pequeno oper aria. 'ão ha homem que não seja de u ma ma.-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0