Estrela do Norte 1865
- - aP.U..a:arm. ~ s gunda vez a Jud ith, fillrt c1 ·11111 con e de JJaviern, e desta II nião tc\'e Carl0s. cha– mado Crtlvo. Luiz, qncr·,· ndo tlotar este príncipe tentou annulla r a primdra par– tilha. ' Pepino, Luiz e LoLhario, rcrnltaram-se r;rntra elle e o :ançaram n'um claustro . Os grandes rlu Estado rcstaheleccram 110 throno a seu rei; enlrelaoto seus tres fi- 1 ,os o forçaram de norn á depór a corô.1, e encerrarum n' um mr,sleiro a rainha Ju– dith. Lotbario sahi u da llalia, acompa– nhado dos 7rande.· de sua corte : Pepino cleixon Aqu itan ia; Luiz o r,crmanico, rei da Ba viera cllegmr rle _ua parte. To<los foram crueis para cum .;;eu dc;:;– <litoso pa i, o q11 al sendu toda \'iarc. tahclc– . cido no tbrono, cm 834, morreu do des– gosto apoz uma nova ,euição de Luiz o Germanico. Durante a terri\'eis pcripccias destas continuas revoltas, Pepino obrctudo dcs– tinguiu- e n'uma i"cbellião constante. Sua dcsohcdicucia á vontade paterna não conhecia limites; trahalhon para atrahir au seu partido o conde '\Vide, podero o se– nllor qub possuía numerosas proprieda– des na Suissa, nas quacs poderia refu– giar-se no caso de um máo successo. Um dia, qu"rcndo dL trahir-se da ngi– tação de seus projectos amlJiciosos e cu~– pat.!os, partiu ellc para a caça com scq111- to pouco numero ·o. Esc n tando omente o ardor da. juventude e a virncidade de seu genio, obstinou-se cm perseguir um ])C]lo cervo, o qual acontou-se immcdia– tamente n ' um sitio perigoso e i nacccssi– vel da floresta. O misero cer\'o, fu gia com a ,·apidez do raio, mortalmente persagni– do, e o príncipe, irritando-se poi- cau sa do obstaculo, pers is tia cm não ahandonal-o. Já á muito t .mpo tinha Pepino dei– xado a sua comitivaatraz de si. Em summa, o cervo dando um grande 1mlo, salvo u um roch edo e desappareceu. O r ei d'l\quitania, cego d dcz~jos, per– correu o mesmo espaço, e encontrou o ccr-..-o deitado n'uma ro\'a e in teiramente mutilado. o pobre animal, cncaranuoo se u inimigo, pareceu pedir-lhe perdão . i\'o mesmo in lante sahiu cl'um cspe so bos– que um homem de alta esta.tum e me– <lonho semulante. Os cabcllo · ueg-ros e erriçados fluciuavam-lhe em torno da ca– beça. Seu aspecto era sinistro, o seus olhos escondidos nas longas sobrancelhas esta– vam chammc,iantes. A barba hirta e es– pessa, cobria-lhe o peito• e uma pelle de urso ?nvolvin-lhe o corpb. Este ente que parecia selvagem agitava um nocl oso lJas– tão. A esta apariç_ão ine pera.da, Pepino estre meceu. Absalao ! Absalão! exclamou com uma voz rouca o de C()nllcchlo ere– mita; porque ,·ens aqui pe rsegu ir este cerrn '? Lio tens p,,r Y ntura mu ita cara no~ bosque~ de Tours ? • ~ P.Jrqu c to afadigas tanto cm cercar um tímido ani mal? ' ào tens Lu mati lha e cavalgadore ? E n&o oppri me:; de apie<la damentc aLé mc:.?mo na côl'te o ceno, a corça e o cor– ço, ,obo? (·I} Dize-me, filho inp:rato, conhece a his– toria do Ab ·alão? Pepino, voltando ele seu e;;panto, pu– xou pr ln esp.1da e anemessou-se furioso . obre o ins~li-n te qu e se atrev ia a !lesrc - peital-o; mas seu ad\'Crsario licou impass sivel diante ua colem do principc : fez– lhe altar a espada da mão e a lançou por terra. Vendo o rei o perigo perturbou-se no– Yamcntc e exclamou : -Eu sou o rei d' Aquilania ! Sou ten Senhor! .. . . :-Eu se i 9ucm ús, replicou o seh·ngem, sei-o, e qmzera ter ariui cm men poder Lothurio, rei da ltalia, e Luiz rei da Ba– viera . .. . ~epino, julgas qne' não te co– nheço? Eu fni teu favorito, teu compa– nheiro . .. -Winhohl ! exclamou o princi pe, com profunda smpreza . . . . E contemplou no– vamente essa sombria figura. - bsalão ! bsalão, tornou Winhold bramindo, é assim que eu me chamo : Tenho, como a ti, este nome infame . Ab– salão foi tambern para com o seu pai o qneeu fôra para com o meu: foi para corn o seu pai o que vós, Lothario e Lu iz sois para com o Imperador do Occiden te. Ver– gonh a· para mim e para vós ! ·ós somos todos Absa.lãos ! . Eu 11ltrnjei e prendi o meu pai: não so– mos i 6 uaes por nossos crimrs? Pepino 1 Pepino, rei d'Aquitania ! conheces tu o quarto mandamento do Senhor? obser– vaste-o ? Não, nfio é assim? Pois bem I t u és digno de ma1dição .. . Pepino sentiu-se commovido até o inti– mo de sua al ma. Estas amarg·as palavras o fizeram olhar fixamente para o chão, por um momen– to; mas vo1tando logo ao s ntimento da conservação, deitou-se a corr r com to– das as forças, afim de subtrahir-se ao olhar terrível de Winhold. (1.) Por esta allu~ão o m_ysterioso personagem queria designar Lmz o benigno, sob a for1m1 de cervo ; Judith , sob a de corça, e Car\03 o call'o emflm sob a imagem de corçosinho. '
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