Estrela do Norte 1865

11 sua ima"'em em u m dia cm que eu quero mostrar os effeilos da sua bondade para com a sua indigna sena. ão insistiram mais; ~largarida foi buscar a imagem de l';o3sa Senhora, pô-la ao hombros, atravessou com clla a lg-reja e desscu a escada para a praça publica. Cedeu então a outros a honra de levar a imagem : mas, com cirio na mão fo i an– dando ao lado da i magem da sua augus– ta bemfeitorn durante toda a procissão. Toda a multidão fitava os olhos na fe– liz rapariga. otavam-lhe pallidez, exces– siYa magreza, resultados de tão lon o-a do– ença, porém admiravam a facilidade dos seus movimentos, e a agilidade do andar. Tendo-:ie espalhado rapidamente a no– ticia da sua cura inesperada, veio muita gente das cidadec; visinhas para ver aquel– la rapariga priveligiada, e voltarm viva– mente commovidos, e bemdizendo a Ma– ria . Eis aqui a narração fiel d'um aconteci– mento que tem feito n'este paiz tão viva sensação . O facto é incontcstavel. Expliquem-no outros differentemente ; quanto a mim, que o presenciei, digo : fez-se a cura de– pois de reconhecida a in utilidade dos re– .cursos da arte, fez-se no fim das orações dirigidas á i\lãi de Deos, foi repen tina, completa, duradoura, pois Margarida não consonou signal algum da sua antiga enfermidade, senão tal vez a cabeça um pouco inclinada para o hombro direito, e não podemos deixar ver n'isto uma -0bra sobrenatural, um signal de alta pro– tecção de Maria. Pelo que me diz r espeito, não posso assaz deixar de louvar á Sa.ntissima Vir– gem por ter escolhido a minha parochia Jrnra dar uma nova prova do se-u poder e bondade. '.\Jargarida Lucas confirmou a narração do ecclesiastico : além disso ninguem ne– go u o facto . ( Oo Dim•io ele Pernambuco. ) 1Jna uut.r1y••i@ e111 nossos te1u- 11os. ( :1. 8 3 3 ) Eis~ac1ui os actos elo !J'lartyrio, do Padre Gagel1n escriptos por elle mesmo e taes como a historia da Igreja os esc~everá : A' llir J accard, H de d'O iitubro : l\1eu se– nhor e ~aríssimo irmão; a nova que me annunciaes penetra-me d'alegria até ao fundo do cor.ição. Não temo certificaT– vos de que é e ta :i novidade que mais prazer mo tem dado; egual, nunca jamais a experimentaram os mandarins · !&ta– tus snm in /11. q11re dieta sw1t mihi : 'ln do– r,w ,n Dorniui ibimus . A graça do mar tv rio de que hem indigno sou, foi, desde a 'mi– nha mais tenra infancia, o objecto ar– dentissimo dos meus votos ; roguei-o princi p· ,mentu cm toda as vcze que elevei o r,ri cioso sangue uo santo sacri– flcio da missa. Dentro em breve Lenho d'apparecer perante o meu juiz, para lhe dar conta da minhas offensas, do bem que me olvidei de fazrr, e mesm do que fi z. Se por ~m lado m horrorisa o rigor ela sua .J ust1~a, por outro lado fortificam– me as suas mizericordias, e a esperança da sua ressureição gloriosa e da bcma– ncn turacla et rn idaue consola-me de todos os trabalhos que passei, de todas as penas e humilhações L1Ue soflri; de bom grado perdoo a todos que me offenderam e peço pr,rdão a todos aguelles que escan– dalizei. A' vista de meu Jesus crucificado consolo-me de toda amargura, que pode haver na morte; a minha ambição con– siste toda cm sahir promptamcnte des– te corpo de peccado para mo re unir a Jesus Chrislo na bemaventurnda. eterni– dade : Cupiu dis·o lvi C't esse Cllm. Christo . Só u ma consolação desejo e é encon trar-vos e ao padre Odorico, pela ultima vez. ' Ao mesmo, no dia i O: Dez jo muito ver– vos, e creio que podereis en trar . Fallai c:om o Ong-Doi-Bâ que nos estima muito • no caso d'haver difllculdadc consolar-me~ heis com dizer-me que haveis de fazer todo o possível para vir. Desejo confes– sar-me e receber o Sagrado Viatico antes d'entrar na minha etern idade. Creio ql:e como me uizeis, não me condemnam se~ não in odinm religion,s, por isso que o, Bõ não ·me inter roga. Parece-me que é co isa essencial ter u ma COJ>ia. da minha sen– tença, e mormente saber o dia da minha execução ; porque é mu ito de costum~ occultal-o aos condemnaclos. A nova que me destes daminhacondemnação ,ímpres– sionou-me somente com um contenta– mento . Es ta noute dormi tão tranquilla– mente como d'ordinario e cómo com muito appe tite ; somente a canga, que me sobrecarrega nas espad uas, me cança cada vez mais e cnsta-me estar assenta– do. Quando escrev~rdes para a Europa, peço- vos que façais conhecer a minha morte á P.,·opagaçao ela I?é, que até hoje tem testemunhado tão grande zelo pelas missões estrangeiras ; perante Deos não esquecerei os membros da obra, se eu ti– ver a felicidade d'i~ para o céo, como es– pero. Hecoromenda1-me tambem ás ora– ções das almas fenoro. as . Escri ptas estas linhas, e acabado 0

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0