Estrela do Norte 1865

.4 lli~TIU:LL..1. DO NCJHTE. podia ella dar alguns passos com a ajuda dar provas d'ella, e hão de render-se á cvi– tie uma muleta ou dando o braço a al- dencia. g-uem. Aqui está como todos da freguezia co– nheceram a posição de i\Jargarida Lucas durante se te anno . Veste-se sosinha, o qne a sete :nrnos não potlia fazer, salta da cama, e desce a esca– da agilmente. Assim qne a viram corre– ram pnra a ajudar. Um medico a t1·a ctou, mas cm vão; o mal resistia a todos os esforços, a todGs os se"'rcnos da arte, e fazia sem progressos. l\ largarida deveu então levar mais alto s11as esperanças e não esperou a sua cura senão do céo, pela intercessão de i\laria, á qual se encommendou com um fervor e urna confiança admiraveis. Sua esperança não foi baldada. Na segunda-feira de Pentecostes, o u !ti– mo dia do mez abençoado, ella exprimiu um vivo desejo de ir rezar aos pés do thro– no levantado na igreja á Mãi de Deos. os pais cedendo ás suas instancias, fa– zem-na levar nos braços dos criados da casa era o unico meio de trans1Jorte, de que ~lla se podia servir, por Cdusa de sua fraqueza. Margarida confessou-se, commungou, e rezou algum tempo junto do altar de Ma– ria; emfim, extenuada de fadi ga, fez-se levar a uma casa visinha da igreja. Ali deitou-5e para descançar e sentin– do-se um pouco melhor pediu um livro, o Mez rle Maria; dernm-lhe o devoto livro do 'ienhor de Bussi no qual ella leu um boccado: eram quasi quatro horas. O li– vro cabiu-lhe logo das mãos; e então « diz ella (r epito as suas proprias palavras) e!?-– tão senti o que quer que foi, que eu nao posso exprim!r, ~enti_-n:e livre d'~m gr~~– de peso, r espirei mais a vontade, fiz dili– gencia para voltar a cabeça para todos os lados, e pude; para mexer o_s pés e taJE-– bem pude facilmente. Oh! chsse eu entao á pessoa que tractava d~ mim, e que.esta– va sentada ao pé da mmha cama, smto– me tão bem ! estou curada ; esta tarde po– derei assistirá procissão. » . - Deixem-me, disse ell:i. já não nece - sito de braço nem de muleta, eston cura– da. E poz-se a andar. As pessoas da casa ao ver isto, ficaram maravilhadas e estupefactas. Depressa chegam os visinbos; de todos os olhos correm lagrimas, todas as boccas repetem : - milagre! Um instante depois Margarida estava ajoelhada no altar de Maria, d'onde sele– vantou para ir ter com o seu director. -Conheceis-me, diz-lhe ella com trans– porte de alegria? - Sim, minlia filha, respondeu o padre, mas desconheço essa agilidade, que admi– ro, e que a tanto tempo tínheis perdido. - Já não tenho muleta: agora não me é precisa, e sabeis o que quero fazer della? Offerecel-a á Nossa Senhora, porque me curou : vêde como eu ando. - Pois bem; se o facto se confirmar, resp?ndeu o mi.nistro do Senhor, o vosso deseJo será cumprido, e para o anno o me– lhor ornato do throno de i\Iaria será a vos– sa muleta. Margarida foi depois mostrar a sua feli~ cidade a um grande nu mero de seus ami– gos d'aquella povoação, e a sua presença por toda a parte fazia correr lagrimas de alegria. Depois fôra a pé, e sem encosto a casa de seus pais, situada á distancia de um kilometro. No sabbado seguinte veio pedir-me que lhe lançasse o escapulario. . Maria curou-me, pertenço-lhe devo ves– tir a sua libré. EnJ quanto lhe lançei o bentinho, re– parei, que estava derramando copiosas lagrimas. N"esse dia cantava-se missa em acção de graças. A amiga de Margarida estava longe de suspeitar o que acabava de se passar, e sorrindo, induziu a pobre doente a ren~n– ciar aquella esperança, e a_ c~nserva!-se em descanço. Só lhe perm1ttm um ms– tante antes da procissão, que_ se levan– tasse para ver da janella a sabida de Nos- sa Senhora da -igreja. . No momento em que a santa i[!Jagem passava o limiar cln igr eja, parecia-i:ne, disse ella, que Maria sorria para ;PJm, .Porque eu já sentia que tinha rece i O ~ beneficio que esperava de sua bondade· a minha cura. No dia seguinte acordando ced~-de um som no socegado, di sse comsigo : Na? que– rem acroditar na minha cura, pois vou Aó outro dia, domingo da Trindade se– gundo _um antiquíssimo uso d'aquella freguezi:i, ~ahi?.. 1:1-ma procissão para uma capella a _distancia de tres kilometros. Margarida apresentou-se pedindo por fl!-v~r, que _lhe deixassem ievar na pro– cissao uma imagem de Nossa Senhora em um andor. Responderam-lhe que apezar d~ ter recobrado o uso de seus membros amda estava fraca, e seria talvez cxpôr a s~ud~, sujetando-a, a semelhante expe– riencia. Oh, respondeu ella, Maria que me co– rou , dar-me-11(\ bas tante força para levar li

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