Estrela do Norte 1865

. t: ., var-me quanto ara inc nsato comparan– do as :ilegrias da terra e m as do céo . m seculo se pas ou para mim orno um dia ouvindo a vo~sa voz; comprehondo agora o ParaL'.> , a suas eternas alegrias. Sêde bemdito, ó meu Dcos, o perdoai ao vo so ind i;.rn0 servo. DPpois de assim ter fallado, o irmão Alfus estendeu os braços e abraçou a ter– ra': elle acabava de entregar o espírito ao c.reador. ( Da Estrella elo Sul. ) O peB"dão dll\8 í:njnllrias. João Gualberto, nobre militar, indo em certa occasião accompanhatl o de alguns soldados, encontrou o matador do um seu unico irmão, em um cami nho tão estrei– to, que era impossí vel que cllo lhe e ca– passe. Vendo-se o crimino o neste esta– do, iiesesperou da sua vid.a; o julgando– se perdi do, prostra- se por terra, e espera a morte com os braços estendidos em cruz. Gualherto se compadeceu, e cm at– tenção e respeito á cruz de Jesus Christo, que clle naquella postura representava, perdoou -lhe, dizendo-lhe que se retira~– se, e que d'ahi em diante pod ia andar li– vremente sem temer nada. Gualberto encaminha-se d'ahi para a igreja de 5. Mi– niato, perto de Florença, e ajoelhando-se para orar, viu qu e o Crucifixo se inclina– va para ell e, como cm testemunho de ap– provação do acto h eroico que acabava de praticar. Esta cruz foi guardada, e ainda hoje se mostra em Florença. João Gualberto, compu ngido por este milagre, começou a meditar seriamente em deixar o mundo, e en tregar-se todo a Deos : tendo chegado ás portas de Floren– ça ord.eua aos se ns famulo s que vão pr - parar-lhe o aposento, e volta outra vez á ígreja d.o S. Miniato. Como ahi havia um mosteiro, per'1un tou pelo abbade , e rogou-lhe que o aJ l1<lasse nos seus i nten– tos , contando-lhe tamhem o milagre da cruz que acabava de acontecer. o abbade aconselhou-lhe que de ixasse o mundo; mas , para o experimen tar, repr esentou– lhe os rigores da vi da monastica, e quan– to era difficil supportal-os na flor da mo– cidade. Gualberto porém não mudou de resolução. Entretanto vendo um dos seusfamulos que clle não Yinha de Flol'en~a, volta á casa o diz ao pai de Gualberto o que se ti n ha pnssado. Este, cheio de susto, pro– cura por tDda par te sou filho; e depois de muitas indagações, sabe que clle está ,em s. 1\liniato, onde queria tomar o bar- fl bito monastico. Este pai dir ige-se logo para o convento, pede o seu fübo, x la– ma ameaça, se lh'o não entregam. João não queria apparecer diante de seu pai, pois bem sabia que elle vinha para o ti– rar elo mosLeiro; e nesta extremidade, diz comsigo mesmo : << De quem posso re– cebei· mais di namente o santo liabi to, senão do altar onde e offerece o san e de Jesus Ch ri sto? n chando então por acaso o habito de um do monge levou-o prornptamentc á igreja, pol-o com res– peito sobre o altar ; e depois de cortar os cabellos, vestiu- o com alegr ia. Todos os monges admiraram a sua fé ; e entrando o abbade, e vendo-o assentado com os ou– tros, mandou a seu pai que entrass . Ape– nas elle Yiu seu filho naq11elle estado, bate u nos peitos, e parecia fóra de si; mas emfim o ahbacl e, os monges, e o sou pro– prio filho, fallaram-lho com tanta effica– cia, que elle tornou a si, aben oou o fi– lho, e retirou-se adoranuo os designios da Providencia. Este foi S. João Gualberto, que abraçan– do depois o iu 0 tituto dos camaldulen– ses, fundou o celebro mosteiro de Valum~ broso. REFLEXÕES. A' vista da cruz de Jesus Cbristo que sacrificio se póde recu sar a Deos? Este Deos Salvador, quando morreu , oron pelos seus in imigos, e lhes dedicou a sua morte : e recusaremos nós conceder ao5 nossos inimigos o perdão de algumas leves offensas ? Reconheçamos que o unico inimigo que neste mundo temos é o peccado. Um acto heroico pode tornar-se fon te das mais abundantes graças e 1101 penhor de predestinação ; julguemo-no~ felizes se tiver-mos occasião de o praticar. ( Da Voz da Religiao . ) Neee118id&de, e valor do tle,•er. O homem não pode subtrahir-se á.idéa do dever; e não pode deixar de sentir a importancia desta id éa., o dever está ne– cessariamente ligado com o nosso ser; disso nos adverte a consciencia desde que começamos apenas a ter uso de .razão; disso nos adverte com mais força no cres– cer da razão, e sempre vae em augmento quanto mais esta se desenvolve. Tudo q-u anto está fó,.,i de nós adverte-nos igual– mente a esse re peito, porque tudo é re– gido por uma lei harmonica, e eterna;

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