Estrela do Norte 1865

, ,. ,. . .... ropa em christã me mo em sua forma; e o porioclo moderno, em c1ue a Europa so refaz pagã. tal era a condição ah oluLamente neces a– ria para não ver-se algucm excl uído como barbaro ela republica das Iettras. Ora e sa cpoch'l, é o soculo XV, chama– do por um nome acceito por todos : o :cculo do Renascimento. Estes elogios exa""erado tendo ido ac– rolhidos cóm confiança, con ideron - e como re 0 -ra á cxpul ão dos modelo lll'is– tüos do melhodo de on ino. E' enteio, sim é então crue a Europa co– meçou aber tamente a repudi ar o seu pus~ sado chri stão, 11 a tbcologia, sua philoso– pllia, ua littera tura, sua política, suas arte , suas instituições, cmDm toda sua civilisação ch risLã, e applicou-se a ?'enas– ce,· crcando para si uma arte, urna lilte– ratura, urn:i philosophia, urna políti ca, 1tma civilisação inteiramente fóra d sua fé religiosa e de suas tradi ções historicas. Os unicos li vr o do p:i.giio me Ires nece arios e obr igados da mocidade, nüo fizeram mais resoar aos seu ou Yido . - não os elogios, a acl mi ração o en tb11si– nsmo pelas proclucções do genio anu a-o. Eu não di go aqui uma só palanaque não possa ser JJrovada por cem pagina da hi - toria. A consequcncia. necessaria de tudo isto foi o que devia ser. Desde esse momento começou contra a idades christãs anteriores a esta nova vida, uma guerra de injurias e calumnias tal que nenhuma outra, conspiração fo~ nunca. dirigida com mui destreza e com mais unanime perseverança. Sendo admittlclo como prin cipio in– contestavel qu e o paganismo é a verdadei– ra fonte_ d<? bello, _não s01pentc li tterario, mas art1Jt1c~, plnlosorluco 1 socia l 1 tudo o que nao t111ha o seu cunno, devia ser posto de parte ou destruído, como um resto ·de gothici:smo e ele barbaria. Desde esse momento os seculos durante os quaes o cbristianismo tinha sido tão florescente, e os grandes homens que elle tinha produzido, as artes e a li tteratura que clle tinha creado, todas as grand es cousas quccllc tinhainspirado, tornaram– se um objecto de sarcasmo e de desprezo. A Meclia-Edade, cujas desordens deram á Egrcja occasitío de desenvo lver o seu maior poder e sabedoria; os seculos de Crcg-orio VII, de Silvestre H, de.lnnocen– cio Hl; os seculos Je S. Thomaz, do Al– l)erlo 1\Jagno, de S. Anselmo, de s. Boa– ventura, os seculos de Giotlo, de Fra An– gc lino, de Cimah~10, das gra_nd cs ~athe– drnes, da rnar;:i.v1lhosa ounvesa.ria, da pinLur~ sobre vidro e ele c?m n~il_outr~s maravilhus, fru ctos do gemo ch1 stao, nao foram mais <1 ualificados senão de secu los de i'gnorancia a de barbaria. Prouvera a Doos que, em nossos d ias ainda não obstante as obras primas his– tori ca; que !i ão rehal.iili tado o mercci– rncnlo e o valor pbilosophi co, litterario e artisLico dessa epocha eh ri stã, todos re– JJellissem com indignação tão clesarrasoatla calumnia ! Conseguin temente vin-se durante tres seculos os zelad ores dessa religiüo do bello mutilarem e ele natura.li arem nosso mo– numentos indi genas ; a pagarem as pin– turas christãs de no sas igreja, ; despre– sarom as obras litterarias e mesmo scien– tificas dos mais pie<losos escriptores e dos mais santos doutores ; hymnos súblimes da liturgia, hagiog-raphias, legendas lançarem tudo isto de parte qualficanclo-~ de mystic smo, solasticismo; perverterem toda instituição christã e encherem as prnças o jardins publicas, as galerias e es– cadas dos palacios de es tatuas pagãs e do uma ind ecente nudez . Pou co faltou que não se collocassen'l nos templos grego-romanos, que foram fabri– cados, as divindacles do Olympo . Extrnvaganto paixão dn antiguidade pretendida classica, que não tinha um pen amento e não in spirava o menor sen– timento de amor de neo ·, do céo, da. vir– tud e, de .Jesus Christo ! Ora, pela. fé de neos, como é que depois' de tudo isLb, o que agora acontece não teria acon tecido ! Ao denegrimento systematico _dos sccu- lo christrros ajunta-se o enthus iasmo fa– natíco dos seculos pagãos. Proclamou-se á bocc.a chefa que o bollo nas artes, na poesia, em toda a so rte de 1itteratura, n ão se achava de nenhum moLlo nas obras do chrislianismo, que nestes difforentes pontos de vista, os 1'11;– dres da Igreja cc;tavam abaixo ~os class1- cos antigos; que aprender a lmg ua e a 1itteratura dos seculõs do Pericles o de Au– guslo era o uni co meio de formar-se o 110mem no bom gosto e na elcgancia; que Como é que a mocidade estudiosa ou– vindo sempre repetir este estribilho' tan– to na escolas de lcttras como nas do artes e elo 3cie_ncias, a sahcr qu e a humanida– de nao trnha nunca procluzido cm qual– lfller género que foss e, nada c:(ue pocl se s~r compa rado com a. producçõcs do an– tig·o_s Grcg~s_e dos antigos Romanos, tei·üt podido deixar 9e _t ornar-se em ge1·al, qut~n ~o I!)enos, md1fferente n. respeito do chr1stia111sruo eru suas obras cm eas institui ções e em seus homens, quo não 1 "

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0