Estrela do Norte 1865

- • ccu? E tás cansado'? - Não respondeu.º \ menino esfregando a testa; mas ouv1, papá, o cão qu~ vi na verdade era _B"ran- i Quando a noite começa o n gro manto de; porém cre10 que com tudo nao era J obre a face da terra a desdobrar, maior que ~ma vac~a. . . E pallrnndo no mundo um ma"'o encanto «En~ao, disse o pai, era ainda um multo Que a mente faz ele jubilo cxultal'; bom cao. n Um instante depois Alexandre- répctio : «Si m, é muito verdade, o cão era tão g't'ande como o b~z rro que temos cm nos– sa caza. n O pai não respondeu . Quando vemos arder no firmamen to :\lil scin tillantes tochas, cuja luz Vertida lá elo ethcr '·o luzimento Da terra aos pés do Eterno nos conduz; Todav_ia tinha-se feito u1:1a boa p,_trte I Quando a hrisâ su surra doce e amiga do caminho, e de l,rnge a n stava-sc Ja a I A' palmeira abraçando-se gentil ; ponte fata l. « Ainda dahi a alguns minu- Quando a rolinha candida se abriga t-0 , dís e o pai, vamos atra ves ar a pon- No ninho- e a flor exhala odor subtil i te dft qual t fallei apouco. » E tas pala– .vras fizeram estremecer o mentirososi nho, quede certo não quereria que se lhe qu e– brasse uma perna. Quanto mais se apro– ximava, mais sua inquietação augmcnta– va. D'um olhar consternado examinou a ponte; e parou dercpentc, precipitou- 1:,e aos pés de seu pai : « Papá, lhe disse elle com as lagrimas no olhos, cu vos enganei a respeito daquelle cão; porque para dizer a verdade, não era maior que os outros cães. ,, Esta confissão natural, arrancada pelo temor de se qu ebrar uma perna,. a _prin– cípio provocou a hilaridade do pai; de– pois tomando um tom serio, disse a seu filho repetindo : « De que te scrvio agora tua mentira? Para que me fallar d'um cão grande como um boi, logo que não viste semelhante'? fü ·-te ahi obri 0 -ado a confessar com ver– gonha qu e tens exagerado a consfts . Aqui ,neste negocio, não se trata senão ele uma ba,.,.tü lla; por( 1 m se continuares neste tom, contratarás o h ab ito de augmentar sempre os objcctos, acabarás por ~erde r .a confianç:a das pessoas que te ouvirem ; serás despresado e nunca poderás te apre– sentar cm uma sociedade honesta. Lem– bra-te, meu amigo, que neos v êos men ti– ra ·os com horrot, e que os punirá cedo .ou tarde. lla muito tempo que gemo de te ver fallndor, é tempo omfim do pôr um lermo á este descaramento e de t e per– suadires bem desta maxima : qu e só a verdade é amavel, e que não se eleve nun– ca fallar contra sua consciencia. n Alexandre desfeito em pranto, e apcr– tu.~do ('?ntra seu coração a mão de se u IJà_~ , P d~o-lhe que não contasse a seus ir– nrnos e 1rmans a historia deste cão e da ponte, e continuou o caminho sem medo pe que se lhe quehrasse a perna. ( Ex ll·.) Quanoo tudo é silencio magcstoso, Quando tudo é suave insp iração ; Quando se escuta o harpejar mavioso De l yra d'anjos na eternal mansão ; Eu gósto então de meditai sosinho , o meu pai, no meu I'leus, no meu Senhor; E então do mundo o circulo mesquinho Me foge - como sombra de atra côr . neparo na grandeza e magcstade De tudo o que os meus olhos podem ver ; A terra, o mar,-do céo a immensidade, – '.\'lil soes no manto azul a resplandecer ; E confundo-me, e fico fascinado ., Com tanto brilhantismo e esplendidez, Que faz-me crer n'um Ente sublimado Que a terra, o mar, o céo,- do nada fez ! E dig·o : Oh ! meu Senhor, que marav ilhas i1ostrus aos olhos do que prnsa cm ti 1 Astro immortal , em toda a parte brilhas; Sou Leu ; do inundo ing-rato .iá fu gi ! Onvo, Senhor , a voz da minha prece , Attendc aos rogos qnc te faço 1 ó ncus ; -~linha alma que já tristr dcsfallecc Ao Yor frustrados os dezcjos seus, Que na terra nutrio , ao céo aspira, Onde possa entoar hosannas mil Em louvor do seu Deus, por qnem suspira Desde a innocente idade juvenil: Dá, senhor, que ella possa na alturas Gozar da tua gloria divinal, Preparada de ha muito ás crcaturas Que no rriundo te seguem por funal. ~ FRANClSCO F . DE V. ALVES. Vig ia, 3 de .lulho de 1SG~ . Ty p. da ESTHELLA DO Nonn:. ..

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0