Estrela do Norte 1865
230 .4 t:~'Jl'RE.LLA DO NO l\'J.'E, pensa de rns o generosos e forço deYe ser a YOZ suarn da consciencía de pertan– do-vos emo<;ões de i ne[avel jnbilo, e at– te tando-Yo o cumprimento exacto de vos os deveres escholasticos . . . :\las não importa: o verdadeiro e solido merecimento nada perde ele seu realce e brilho q 1 iando, depois de ter na fronte estampado o sello do beneplacito publico, recebe ainda o tributo das homenagens e r espeitos particu lares. Se é ju to que o soldado brio .o e rnlen– te, em cujas faces crestadas pelo fumo das campanhas transluz o marcial <lenodo, depois de liaver arriscado a vida pela pa– t l'ia e fazer morder a terra milhares ele inimigos, se é jnsto, di"o, que o soldado voltando victotioso da lucta seja recebido em triumpbo no meio das demonstrações enthusiasticas do geral applauso, não é meno digno de ser commemorado e exal– tado aquelle que, despendendo no e tudo as forças corporaes para corroborar as in– tellectuacs, se prepara uma brilhanle car– r eira e obedece á ordem por Deos diclada á todos : - trabalhar ! Sim, meus amigos, Lodos vós que ten– des consciencia de não dormir o profundo somno da inercia, porque comprehendeis a mi ssão que vos foi imposta pelo Crea– dor; que curais do em prego opportuno do-, dons quo EIIP, liberalmen te por vó distribuiu, lembrados d q1w a intelligen– cia sem ser exornada pelas l uzes do est u– do é como um campo csceril e sem cul– tura, inçado de espinhos e urzes ; - to– dos vós trilhais sem duvida u ma senda venturosa e suhlime, por onde se encon– tram vestigios de tnnta5 geraçõ lS pas a– das ! Pois seja qun.l fôr a posir;ií.o social que occu peis, se tiverdes sahcdorin, nclla acha– :rcis um escudo forU5simo contra os gol– pes da adversidade, e um instrumen to vtilissimo para a felicidade de vossos con– t erraneos. 8e occupardes algum dia a tl'i – buna parlamentar, vossa palavra energi– oa e poderosa levará a pers uasão aos espí– ritos, quando se tratar dos i nteresses mais yitaes da nação; se advogardes a causa da mnoçencia e da justiça perante os tribu – naes, triumphareis das tramas urdidas pela pervcrJidade, fallando aos espíritos e _aos coraçoes; se subirdes emfim ao pul– p1Lo para annunciar as grandes verdades da moral, achareis recursos inexgotaveis para vos fazer escutar a inda pelos indif– ferentos e gelados de e"'oismo pint:mdo– lhes com vivos traços oº appar~to deslum– brante e passageiJ:o das vrudades huma– nas l Mas n ão é só nestas vantagens que podeis adquirir polo estudo, e para as q t~aes devem convergir vossos pensamen- to", Cfl;e se cifra todo o merito de ,·osso nobre exforço: trubalhand umpris tam– bem a lei immu tavel truçadu pela miio divina, e que ó por as im dizer a columna marmor0a que sustenta o ediflcio da so– ciedacle h umana. Que harmonia, que or– dem marfl.vilhosa não reina no uni,erso pela execução desta lei san ta 1 Começa a noite a adelgaçar o caligi.noso manto, e a reves tir-se o horisonte <las ru– bicundas cô res d'aurora, começa tambem para o mundo a vida, a animação, o mo– vimento, a alegria e o trabalho diurno ! As aves pousando de ramo em ramo faze::n echoar os ares de repetidos cantos : zum– be o enxame sugando o ncctar das Uores : sahem o animae" dos sombrios retiros para bu car 5ubsistoncia: emflm, a nat u– reza toda parece desp rtar de seu lethar– go, e obedecendo á voz de seu Author su– premo, e_levar-se para Elle em mysterio– sos hymnos ! E o homem, á quem fôra dado o domíni o sobre as demais creatu– ras, permaneceria no molle r egaço da in– dolencia, indi[erente á taes s<;enas de ani– mação e alvoroço? Elle, á quem com mais razão fôra imposta a lei do trabalho, fi ca– ria immovel vendo ao redor de si tudo em movimento? ... . De cer 0, aquelle que tal o fizes e degradaria a sa;1 cli;.;·nidade de homem, desconhecendo o Hm para que fo i creado. · Assim o comprehende i vós, que aca– bais de dar tes temunho inequívoco de, vossa appli cação, fazendo reflectir um raio de vossa aureola na fronte d vossos es– clarecidos mcslres. Oh ! bemditos vós todos que senlis a ne– cessidade d'u m trabalho assiduo. e lan– çais esperançosas vi tas vara o Í'uturo • vó , cnjo peito. sensíveis ás doces asp i~ rações da gloria se enchem d'uma emu– lação santa para sobresah ir na lides lit– terarias ; vós, rrue conhecendo o ines tima– vcl preço do tempo velais ·no silencio da noite para r esarcir as horas perdidas do dia, surdos aos reclamos exag·eraflos da natu reza, e ouvindo somente fallar- vos n 'alma a voz imperio: a do dever ! Vós soi • verdadeiros soldados destemidos, á quem não faz r etroceder o passo nem o saraivar das metr alhas, nem o écho temeroso das bombardas espalhando lmorles e ruina ! A patria não es pera mais d'aquelles que brandi ndo as armas fazem r os1)eitada sua bandeira, do que de vós , que man ej ando algum dia a penna sereis o susten taculo da liberdade e da~ leis, o obicc contra os abusos da ty ramn1a a sombra pr otectora dos vossos concidadüos. O lavrador, que senti ndo corrêr-lho cm bagas o suor da. fronte ara os campos, tirando das entrn.-
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