Estrela do Norte 1865
.fl I!: 'J'RS~.ILL çar-se docemente nos br::i.ç:os do amor di– vino e das celestes esperà nças. Ent reta ~t má ag·itações sobrosalta– .-~m-no !11Ilda por i nstan tes, a ten ta– çoes d, 1otell igencia que procura sem– pre quebra r us diques, vinham cercar ~ espírito do ir mão Alfull, e sua razão 1n t rrogava ri. fü com uma certa altivez. Ent."io elle nL ·smava-so na tristeza, e n u vens interceptavam os impu l os de seu coração, onde os gêlos daph ilosophi a procu ravam in inuar-se. Alfus , in quieto, seguia erran te pelos campos, as entava– se sobre o muso-o dos rochedos, parava uiantc t.la espu ma dos r egatos, camin ha– va en tre o murmurio da 0.oresta ; porém em vão interrogava a n atureza ; a todas as suas p rgunt:is, as montanhas, as on– das, as plantas nJ.o lho respondiam. mais que uma palavra : Oeos 1 Fr. Alfus tinh a saido victor ioso de mu i– tas des tas crises; cada vez clle tornava– se mais for-Lificado, porque se a tentação enfraquece a alma que l he não resiste, aur,mon ta as forças da consciencia que a r!.'pclle. l'orC- m po uco depois uma agon ia do nova especie delle se apodero u. Tinha observado mu itas vezes q ue o bcllo per– de sen encanto pelo longo uso, que os olhos se saciam com o mais maravilhoso e pcc taculo, que os ou vidos se aborrecem da mais dôce voz , e en tão nffo sabia co– mo o llomern poderia encontrar , mesmo no céo, este alimen to prometticlo d.e uma alegr ia. eterna. O qu e será da mohilifülde de nossa alma no mdo de magni ficencias sem fim? A eternidade 1..• que p alavra para uma creatura que muda a cada ins– tante, q ue não conhece ou tra vida além da di versidade, e para quem a immob i– lidade i mpor ta a mor te I Nada de passa– do, de futuro , de lembranças n em de es– p~ranças I A eternidade I a eternidade 1 ••• O palav r::1; qu~ fa~es chorar na terr a, que podes pois s1gni ftcur no céo ? Assim se perturbava o irmão Alfus, o suas incer– tezas era~n g randes. Uma manhã sahio do mostei ro antes do dispertar dos reli– giosos. Estava-se nos bel! os dias do moz de Junho. Elle desceu no valle. O campo ainda todo mol hado pelo rocio, Pbria-se a.os primeiros clarões da aurora. O mon– ge atravessava lentamente as veredas sombrias dn. collina; os passaras voltea– vam nos pilr itei ros ( * ) sau tland o com seus cantos alegTes o nascimento do sol ; algumas borboletas ainda meio-adorme– cidas vrrlteavmn preg·uiçosamente para. seccar suas azas humidas. Alfus parou ( *) Plan ta ~emelhnntc á pereira brava e mni espinhosa. • 1 l p :i.ra . ontemplar e~tes bcllo campos que s , esh•ndiam clcba1xo de seu ol:10s · lle lembrou- e quanto lhe tinham parecido agradavcis á primeira •cz quo o vio, e com que emb r~aguez tinha a~olh ido a spcran a <l o ah1 acaba.r cus dias. Para cll pob re ülho das cidades, acostumado a êr os bêccos sombrios e os tri te mu– r os das cida.dollas, esta flores, e, ta11 ar– vore , ste ar, eram en tão novidades Ine– briantes. Do mesmo modo o anno do eu nov iciado tinha sido bem dõce. Quan tas descobertas encantadoras ! rega.to mu r– murantlo en tre as espaduas ( lirioroxo ), laro dos bos,cues h ab itados pelo rouxi– no l r o as amar lla , morang-ueiros dos bosques, oh I que felicidade cm encon– trar- vos a primeira vez! Que ul~/Hia em cam inhar por veredas desconhc:c1das, en– contrar de espaço em espaço uma fo nte ondo ni nguem ainda beheo, um mu sgo que ainda não foi calcado ! Porém estes mesmos prazeres duram pouco ; em bre– ve se tem percorrido todos os trilhos da fioresta, onvido todos o seus pa saros, colhido todas as sn as flores; e o habi to então desce como um véo entre a crea– ção e o homem. Nes te estado achava-se o pobr e monge. Similhante a esses i nsensatos quo, depois de terem abusado dos liquores inebrian– tes, não sen tem mais a sua força ; clle era indilferente a estas harmonias que o tinham enchido de tanta admiração. Que bellezas celestes poderi am pois occupar eLernamente esta alma para a qual os es– plendores de neos sobre a terra apenas tinham en cantado por um instan te? Propondo a si mesmo es ta questão , Al– fus, preoccupado, entranhou-se pelo val– le. Com a cabeça inclinada sobre o peito, o espírito absor to no vacuo, caminhava sempre, não vendo n ada, n ão se detendo em nada, transpondo os regatos , os bos– ques, as collinas. o campana.rio do mos– teiro tinha desapparecido ha muito tem– po, Olmutz ti nha-se sepultado com su as fortificações e suas torres detraz das mon – tanhas; e o monge entrou em uma gran– de flores ta que se <lerramava por um es– paço sem limites, como 1,m oceano de verdura. Mil rnmores deleiütveis ouviam– se em roda; uma briza odorosa stlspirn– va n as folhas. Alfu s J.)arou; e cheio dCI espanto tendo mergulhado sua vista na molle obscur it atle dos boscrues elle ca– minhou vac:illante, como que~ r eceia. fazer alguma cousa prohibida. Por ém ao passo que caminhava, a florest a tornn– Ya-se mais imponente ; bellas arvores cheias de flores exhalavam um perfume desconhcciuo. Este perfumr nada tinha
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