Estrela do Norte 1865
• ~ L.... . ·, o 1191 1"21 5 4 bie iSG:6':J:::,<Frr: 4 J x•rt F • Rcflexuc. ·, Aprendamos d'aqui quanto dernmos desconfiar de narrações falsas, e com q uanta solliciLude no devemos preve– nir contra a su rpreza que ellas podem causar. abril-as. Então ell e não Yiu mais, e ?llar– g-arida comprimindo cus 5oluços não teve outro remedia senão chorar perLo do filho . . . Entretanto elle não se deixava enganar: pedia ú mãi quese n.ssentasseá . eu ln.do, o p1·ocurando com as mãos os olhos da pobre mulher, achava-os cheios de lagri– mas. •\daremos a Providencia especial de Deos na pro lecçüu com <Jt1 e soccorre a in– nocencia, e no t:as ~igo que exerce contra a calumnia. -Oh cara mãi l recobrai animo, dizia elle com um tom supplicante; se sonbes– seís quanto estou sentido em cansar-vos tantas afflicções 1 Tenlrnmos uma devoção particular ao Sacrifi cio da l\lissa; nunca despresemos as occasiões de gozar das 0elestes conso– lações crue recream as almas piedosas dos que a clle assistem com verdadeira devoção. Não és tu quem me aftligc, caro filho, respondia l\Iargarida; tu és a bondade, a resignação mesma. Ao contrario, o meu sentimento ó de ver como o céo te expe- rimenta. Se esta en fermidade mo ti vesso acommeLLido em ·teu logar, cu sentiria menos. neclica~ão filial. (Continuação.) II. All'iJ>A OS SOFfHUfENTOS DE MARGARIDA. .José já se tinha restabelecido da doen– ça, freq uentava de novo a escola, e encan– tava seu instructor e sua JIJãi com gran– des progressos. Marga rida notou uma tarcle, que sou fi- 1110 voltando da escola estava com os olhos vermelhos ; ella pediu-lhe que e!i tudasse com menos ardor. No dia seguinte a in– flamação tomou uma alteraç~o tal, q~e foi wcciso chamar-se o medico. Depms de um sério cxnme, o doutor conheceu que era a mesma molestia, que subira •ws olhos, e que, esta affecçúo provavel– ~Jente duraria muito. Todavia disse elle, os cuidados maternacs allivi::i rão muito á José um mal tJue apresenta-se com tão \ir,lenta intensidad e. __ Aqui 0omeqou para n ~obre ma1 uma exif, tencia dcllcad1l das mais pu~gen_tes af– fli ões. Jo ·6, seu caro José esta pois rlcs– [iJiado a lbe dilacerar o coração ·? Quan– do cessarão para el~a, e Pª!'ª clle t:.mtp.s dóres moraes e phys1cas? Es ta prova.ç,ao é terrirnl. Ah ! Ah ! por ventura sera a ullima? Não obs tante os mais energicos rem~- dios o mal s •mpre resistia. O menino Já r1ua~i não via, e_ !s~o ern. par-:1 s_ua alma amante um sacrific10 doloros1ss1mo. O– l11ar a mãi, vel-a sorrir, mesmo a ~ravoz de sous prantos fazia bem á José, e ~1 que esta consolação n ão lhe ora concedida se– não em raros entervallos 1 .1s palpebras se encheram de tal ma1~ci– ra q_uc não foi _possi vel ma.is ao memuo -Não falleis assim, cara mãi, inter– rompia José, com uma admil'avel provi– dencia. Tudo que Deos faz ó por bom , momentaneamente tornou-me cego; mas vó3 estaisahi para cuidar em mim e vel– lar na herdade. E se esta desgrac.a fosse em vós, que poderia fazer cu, menino sem experiencia? Eu sentiria a dór em vos ouvir chammar a assistencia dos ex– tranhos, não só para vos applicar reme– dias, ma'> ató para cuidar nos negocios. -Tens razão meu, filho; és mais r e– s~gn_a~o e °:rnis subio do que eu , o teu ra– c10c1mo é Jnsto, o meu é delirante. En– tretanto, o que sobretudo me faz soflrer é pensar em tuas privações; te deve ser cruel não poder mais ver a luz do cóo, as lindas flores que crescem neste momento, os fru– tos, que estão tão sazonados, as aves cujos melodiosos cantos se ournm em torno de nós . --Quando m e conduzis ao passeio os penetrantes raios de sól me aquecem tan– to; e r espiro com fc1i0idado o perfume das flores que coDlcis para mim; nunca os fru tos me pareceram melhores cio que, de– pois que comendo-os; só me atenho ao p,dadar. Uma só couza me falta minha mãi, ó ver-vos; mas YOssas caricias me cer tificam que es tais presente. Oh! Não me lamenteis, es tou quasi feliz assim ! -Caro menino! Oxalá que Ceos aben– çoasse tua resignação, e m e concedesse as graças de que estás tão profundamente provido, exclamava i\fargarida apertando convulsivamente o filho nos braços. Como me p odes, eu terei coragem para esperar tua convalecençia. Margarida desesp~rava em silencio, José o corajoso menmo estava resignado ú vontade de Deos. Acceitava nobremente cm seu coração todas as consequencias
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