Estrela do Norte 1865
província; mas invadem a Europa intei– ra e outras partes d:t tcITa, e o que mere– ce ser brm obscn'ado, á med iu.a que os annos se passam, o m:il torna-se mais 'Tave, e ganha sempre mais terreno. Ora, toda a enfermidade reconhece-se 1do · s.'mptoma;;q wamanifestam. Quaes _ão pois o:; s~· mptornas dessa que afllige a F.nropa moderna'? Tanto quanto pouc-sc de cobri-los, es– tes symptoma · reduzem-se a quatro prin– cipiaes, a saber : O Racionulismo , ou em&ncipação dara– z,io de toda a autoridadf: divina em mate– ria ue doutrinas. O Sensualismo, ou a emancipação da car– ne de toda a autoridade divina Pm mo.– teria de co~tu mes pulilicos e particulares. O Ce.;arismo ou Regalismo, isto é a cmun– ~ipação do poder social de toda a autorida– de divina em materia politica O Allli-Catholicismo, i to é a aversé'ío, ou ,tntrs o odio implacavel que tanta- pes– ::-oas professam contra a Igreja cat!lolica e suas instituições. E para co!:lleçar pelo primeiro sympto– ma, não é um espectaculo qne encLe de dõr e de espanto, ver como hoje a socie– da na Europa vive e respira na atmosphe– ra intellectual certamente a mais cor– rompida que nunca houve, depois da fun– dação do Christianismo. ús erros mais mor.3truosos lan tas ve– z s refutados e condc rnnados, os sophis– ma · mais IJerfidos, as negações rr..ais au– duciohas, as biaspbcmias mais espantosas r·~rculam, graças aos máus , atravez das na– çoes que se dizem civilisadas, e corno ato– mos envenenados, derramados na atmos– phcra social, corrompem os pen samen– tos, as alfeições, e as mai · innocentcs as– pirações dos povos ainda catholicos. (('01itimíu .) & i1utoeeneia reea.11i1Jlae,•ida. G"~ a eahun.nia naiJn!Bl'O~a,iuenE.e pu– niaEe. ja ou para mostrar-se zeloso para com o rei, accuzou-o de ter intelligeucias cri– minosas com a rainha. Ainda que o rei não desse todo o crcuito a esta noticia, com tudo, corno vivesse indisposto contra a rainha e andasse inquieto com mal fun– dadas suspeitas, resolveu temerariamen– te dar a morte ao pagem, do modo mais cruel. Passando pois no mesmo dia por um forno de cal, mandou chamar os tor– neiros e lhes di sse, que na manhã do dia seguinte mandaria um pagem pergunlcJ.r– lhe - se tinham executado as uas or- d ns, e que apenas elle acabasse de í'allar immediamentc o lançnssem no fôgo . Re– tirou- se o rei, e chamando o pagem da ráinha, ordenou-lhe que ao amanhecer do dia seguinte, fosse executar esta IDt'n– sa,:;em . Obedeceu elle prnmptamenlc; mas Deos, que sempre vella cm favor dos que o temem, permittio que ao tempo em que o fiel pagem passava perlo de uma Igreja, ouvisse tocar á Missa. En– tra, ouve esta Wssa e duas mais que em seguida se disseram . Entretanto o rei desassocegado com a demora e impacien– te por saber se fõra obedecido, vê por acaso o pagem que tinha accusado a rainha e ordena-lho que vá pressuroso perguntar aos forn~iros se tinham cumprido o que se lhes tinh a ordenado. l\fas que ! :\lal 0 ou ,.-em, tomando-o por aquelle em quem deYia executar-se ~ orde,m do rei, agar– raram- no e o arroJ1.m1m as chamma ! l m d?s facto em que maí:; clc.ramentc •e m::imfesta, assim a. a.trocidarlc da ca– l_1111ini:i, como a. justa vrngan a de neos , e o que vamos referir. Sauta Jza.lwl rai– nha de Portugal, era tão caritativa com os polires, que alem de ter ordena.do ao seu esmoler que nurwa recuzasse esmola a nipg~em, dis~riLnia por suas proprias l~aos e por me10 dos seus dome ticos con– tinua~ cs!nolas. Como de ordinario in– c·umbia_ 1sto a um dos c;eus pagens, em <1uen_1 Linha rcc-onhecido grande piedade, • 1 comeceu que outrt,pagem, ou por inve- Neste comenos o pagem innocen te tendo acabado de satisfazer a sua devoção, t ra– ta de cumprir a sua mensagem; e r ece– bendo em resposta que as ordens do r ei est avam executadas, voltou a dar parte ao r ei , o qual estupefacto, e enfurecido ao m esmo tempo por ver que tudo acon: tecêra pelo contr ario do que elle havia. projcctado, perguntou-lhe, em tom de de assombro, onde se tinha demorado por tanto tempo? Ao que o pagem r espon– deu : que passando junto de u ma Tgreja ouvira tocar á Iissa; que is to o obrigár à a entrar, que se demorára até o fim des ta Mis:;a, e que tinha ainda ouvido ou tra~ duas que conserntlvamentc se celebra– ram ; acrescentando que seu pai , dando– lhe a benção antes de morrer, lhe havia recommendado mui especial mente que sempre ouvisse até ao fim todas as Missas que visse principiar. Então o rei, cntran– dc_> ~m si, compreJ?.endcu qu e t~do isto só podia ter acontecido por um Justo j uizo de Deos e co~hcndo por este m odo que a rainha era rnnocenLe, r .:-pellio in toira– mente do seu agitado espírito todas as más suspeitas que inj ustamentc ti nha concebido contra clla.
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