Estrela do Norte 1865

~ ES'l'llEL LA DO NOllTE, 189 va ·-vns ; quanto a olle, jarnai hei de con OJ1 ti r que ponha o pó nes ta lancha. Dai graç·as a Doos, nosalia, por eu querer doixal-o no navio. Se é pos ivel que este maln~clo volto a sentimentos cbristãos, d'aqm até que o navio seja submergido, terá tempo de sobejo de obter perdão. Jeronimo ex tremeccu. Vamos, nosalia,gritou o capitão, embar– ca na lancha ; o tempo é precioso. i\ão, respondeu nosalia com tom reso– lu to : quero virnr e morrer ao pó de meu pai. -Em n0me do céo, insistiu o capitão, desgraça.ela, vem 1 E assim dizendo, quiz tomal-a nos bra– ço para leval-a á força . -Düixe-me, exclamou Ilosalia, se es– forçando por livrar-se do capitão; se me arrastn.rd es, ialtarei fóra ela lancha. -Pen a em tua mocidade, continuou .o capitão, pensa cm Victoi·ia. Tua morte não póde salvar teu pai. D'aqui a algu– mas horas estará o navio submergido no o ceano -Uma ultima vez vos r epito-Deixa- mo morrer aqui, disse a donzella com in– nabalavel firmeza. Talvez que minha morte seja salutar; talvez converta meu pai para o bem. com admiração e sympathia profund~s con templou o capitão esta moça, em cuJa alma dominavam sentimentos tão eleva- dos. -Tu queres, cu te deixo; mas!? céo não pode deixar sem recompensa tao no– bre dedicação. Tu serás salva 1 pede á Deos que nos salvctambem . Apertou uma ultima vez as mãos de Ro– salia e lanço u-se na chalupa, desvian– do o~ olhos para não ver o doloroso espe– ctaculo que ap resen ta um navio despeda– çado e a heroica victima de joelhos jun– to de' seu pai r,ncadeado sobre a coberta. r a ••ie1Bacie, ANAGRAMMAS. 1.º (Continua. ) Ave Mciria aratia plena, Domim1s tewm. Estes dous anagrammas oncernentes ao Dogma da Irnmaculada Conceição de laria Santissima são os mais bellos, e en– genhosos, de que temo noticia. 1 0 primeiro ve-se que a Yerdacl e Dog– matica está concludentemente contida nas mcsmi simas palavras da audaçao .Angc– l cu, sob a forma ele um perfeito enthime– ma, que resulta da ad miravel inYersão de todas as suas letlras ; e como qu nomes– mo material ela expressão se aj usta :i coo– sequencia logica do destino ele Maria na. mente eterna para :\lãi elo Filhü de Deo -Deipam-Er 1 ro-Immawlata. -Sou 1ãi de Deos - -Portanto-Immaculada. 1 0 segundo vê-se não menos admira– velmente qu e todas as lettras que ne a affectuosa invocação rep resentam alga– rismos romanos , e que apparecem grifa– dos, indicam justamente o anno, em que teve lugar a solemne dillnição;do Dogma, MDCCCLIIII ( ½854) . Oração. ( flYMNO TRADUZIDO DO FRANCEZ. ) Feliz o que sabe orar 1 Feliz aquelle que a mente Em celeste flamma ardente sabe a Deos sempre elevar 1 Quando assoma do dia o astro bello E o mundo anima com vital calor, A frente inclino murmurando preces Da luz ao Creador ! Quando a noi te desdobra as negras azas E a dubia luz da lua vem dos céos cahir nos campos, moribunda e tri ~te, Ador o o Que da noite fez os véos ! QL~anto é bom; quanto é grande o Ente l:tern0i !\•leu Deos, meu Creador, Que n'alma falla com do.çura infinda E ouve o peoeado,r 1 De que males oppresso gemer posso. De que dura afflicção, Si elle escutando minha prece humilde Me dá consolação? ... Que prazeres poderam seduzir-me Para um Deos ultraj ar? Rebelde tendo o coração, ousara O seu Nome invocar? ... Deipara sum , ergo Immaculata inventa. 2 ." Maria, sinc Labe ConCep ta, JnterCeDe pro nobis. Oh t sim t ousara ainda, que em seus braços Alento ep.contra a alma arrependida; E se O implora o preso cm torp~s laços, AlDCCCLHfL E' mais nrn filho que regressa a vida!

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