Estrela do Norte 1865
rw + t - alguns pon tos cober tos de fl ores que cho– viam da1: janellas apinhadas de damas e cavalheiros. Polico depois de chegados ao arsenal r 11de se ar,l!avam s. ~.· o Imperad or com o:; ~tlus semanarios, mini.:,,t ros da justiç.a, imper io, fazenda e marinha, ajudante de campo generül Cabral, encarregado do do quartel-general e inspector do arsenal, chefe da estação, capitão do por to e muitos officiaes de mar e terra, começou a cere– monir da bcnr,ão da banr eira offerecida pelos Bahianos·residen tes na côrte ao cor– po de volu n tarios da sua província. Esta ceremonia foi celebrada pelo Sr. conego Fonseca Lima junto de um altar convenientemente armado sobre um alto estrado, e pre enciada em religioso silen– cio pela muHidão que enchia o arsenal o as janellas de todos os ediflcios em que f~rncionam as diversas repartições da ma– rmha. _A bandeira eraempunhadapelo Sr. mi– mstro da guerra, que recebera das mãos do Sr. Dr. 1 ego Macedo. Finda a benção, pronunciou o Rvm. ce– lebran te o seguin te discurso : << Senhor.-No momento solemne em q1~e o symbolo sagrado da nação brasi– leira acaba de ser abençoado pela religião ~·~quellc cujo sangue pr ecioso e divino fo1 der ramado pela salvação do mundo, ~,uc!11 é que _se ão sente profundamente u~a1:1do a. vista <le nm espectaculo tão digno da nossa fé como do nosso patr io– tismo ? « Quanto sois feliz , senhor, em presidira um povo que se ergue nobre e magnani– mo ao~ rociamos da patri a, e que ancioso pela v1ctona vem aos pés dos altares do Doos vivo implorar essa forca invisivel q ue não conhece obstaculos 1• "E quanto é feliz o povo, cujo monar- . cl~:3:ncercado de urna repu tação, qua é o ma1., for te sustentaculo do palz , está som– pr?. a ~ua !re1:1te no perigo e na crença e te1 ia sido o primeiro a correr ao campo da batalha se o interesse de todos nãoesti vesse a moderar os impulsos do seu patriotico a rdf)r \ , " 1:/ d o Deos, senhor e só do Ocos que uep~n_de a soi-te da gu~rra. Era elle que ~!lil[!-Va ao mais hellicoso rei de Israel o J~-1° das armas. Docet manus mea~ ad f''.73 nr ; c1ue o cingia de uma impene- rave armadura e o enchia da coragem como se fôra na vanguarda dos seus co - batentes: qyasi: vir pugnator fortisin p ,w lio · Deos de puz e de brandur,1, que sopesi cm s~a dextrn omnipotente as obras da cre~çao, mas <tue se apraz tambem de sor i;hamado o Senhor neos dos exercitos. #ti ?ClíSP E í' eeza « Generosos voluntarios da.. patri a rece– bendo o vosso estandarte reverente~ ante a cruz, labaro sacrosan to de todas as li– berdades e de todos os triumphos viestes prestar uma publica e so:emne profissão da vossa fé naquelle que tem em suas mãos os distinos do. povos. (( Quando virdes fluctuar so e vossas cabeças esta bandeira consagrada pelas henções da reli gião e que vos vai ser con– fiada pelo mais amavel dos oberanos lembrai-vos que sois os defensores de to~ elos os direi tos que ella svmbolysa, lem– brai-vos que ella é o emblema da honra militar como da gl:nfa da na ão. Sua vis ta seja o poderoso tali sman que vos afer vore nas fragoas do combate e na fidelidade que animos valoroc;os e chris– tãos devem a seu Deos, a seu rei e á sua pa tria. .J\Ja s ah l eu não preciso incidar vossos brios : a espontaneidade pressurosa com que voais para a guerra responde pela vossa coragem e pela vossa lealdade : e o Deos, em quem pondes as vossas esperan– ças , é A.quelle mesmo qne for tificou o braço do valente Mach abeu quando-a testa de um punhado de bravos desbara– tou os esquadrões inimigos: é Aquelle mesmo que deu a Eleasar essa corag·em h eroica com que elle voou a sepultar- se debaixo do peso do seu proprio tr iumpho ; é Aquelle mesmo, emflm , que nos tem– pos gloriosos do chri stianismo inspir ou a famos:i. legião thebana essa firmeza indo– mita com que ella preferia antes serdeci– mada até o ultimo soldado do que faltar ao seu dever . « Briosos voluntarias, o Brazil inteiro vos contempla vend o-vos correr in trepi– dos aos campos do Paraguay com aquelle mesmo cnthusiasmo e denodo com que outr'ora vossos pais e muitos de vós cor– r es tes ltos campos historicos do nosso Pi- rajá. « Hoje sacrificaes os vossos comrnodos e as vossas vidas ; mulheres, filhos, mãis, tudo abandonastes pela honra da nação, como outr 'ora cxpu zestes vosso~ peitos des timidos pela sua independencia. (( Ereis então um povo escravo e biso– nho na arte da guerfa, e, n ão obstante, os lourosda vi ctor ia cing·irem vossas fron– tes ; hoj e sois um povo livre, ainda nã0 vencido, e nem o haveis de ser nesta causa igualmente justa e santa. Vossa missão é a mais nobre e sul.Jlimc. Ides pu nir os cri– mes, com que a mais perfl'da e sel \'agem ingratidão tem ultrajado o solo brasileiro a civilisação e a humanidade. i< Jdes vingar o pudor offendido das fa– milias, a innocencia manchada das crian-
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