Estrela do Norte 1865
A.. ESTRELLA.. DO NOR!l'E, nobre defensor obteve a commutação de vossa pena. Estaes condemnado ás ga– lés. Longe estava Jeronimo de considerar esta commutação no mesmo ponto de vis– ta qu e sua filha. -Tu chamas isto uma graça, disse elle com voz fo rte, quando um golpe sómente podia acabar minha existencia vagabun– da. ( Continúa. ) Varieda,le. EXPEDIÇ:ÃO AO AXUI ( NO MARANUAO) OU A RICA CIDADE E 'COBERTA. vem relatado o seguinte facto nos .Apon– tamentos pal'a oD ccional'io his toriei), geogra– pltico, topo1Jraphico e e tati tico da Provincia do Maranhao, bella obra do Sr. Dr. Cesar Augusto Marqu es, já bem recommendado no mundo das lettras pela diligencia com que se dá á investigação das cousas pa- trias: « Em 1794 um negro africano chamado Nicolau, escravo do tenente coronel João Paulo Carneiro, fugiu para as mattas. «Quando foi preso, com receio de ser castigado aproveitou-.se da fabulosa _noti– cia, que j á desde mmtos annos cor_na, de haver per to dos campos da Lagarteira um mocambo, qn e já fo1:mava uma boa cida– de chama.da do Axm. :e Apresentou-se ao general D. Fernando Antonio de Noronha contando tal desco– brimento nas margens da lagoa Cóçó af– firmando ser a cida~e habitada por negros tão ricos, que possmam uma im~g~m, ~m ponto grandf: , do N. s. da Con_ce1çao f.}ita de ouro, bebiam agua por emas do mes– mo metal, e que tinham tambem mu~to dinheiro em ouro e prata, sendo um Je– suíta vig•ario etc. etc. « Embora muitas p~ssoas fiz e_ssem vêr ao general ser Nicolau tido e hav1~0 po~ em– bus teiro, como annuncl~va muitas nqne- zas foi facilmente acreditado. . « o. Fernando deu-lhe_ a pat~nt~ ~e ca– pitão de milicias, e assim prmc1p10u ~ ser convidado até para muitos banquetes. «Trazia sempre como ordenanQa um sargento de primeira linha quando 1a pr~– curar as pessoas, que, segund~ elle, ti– nham trato occulto com os h abitantes do Axui sendo presas algumas, e e!ltre ell<;1s o me; tiço Antonio Tatú , que veio do Pná no meio de uma escolta. «Ta tú declarou nada saber, mas como Nicolau affirmou o contrario foi o pobre mestiço r ecolhido á cadeia, e só d'ella sa- hiu quando a mentir declarou conhecer tal cidade. « Iniciada assim a comedia, apromptou– se uma divisão de mais de 2: 000 homt:ns entre tropa de linha, milicias, pedestres o índios sob o commando do coronel do re– gimento de linha Anacleto Henriques Franco, tendo por ajudante de ordens o capitão Carlos Antonio Marques Henriques e para ajudante de campo o capitão Slm– plicio Dias da Silva conhecido por Simplicio dei Parnahi ba. « No dia 3 de Agosto de f794 sahiu da capital com grande estrondo esta tro– pa por mar, dividida em dois corpos; o maior e o principal se dirigiu ao l\tunim, e marchou para os campos da La 1 ,artefra servindo-lhe de guia o mesmo 1'icolau. «O c~rpo menordequeeracommandan– te o capitão de linha D. Antonio Castello– Branco, e guia o Tatú ainda preso, desem– barcou no .Alegre, marchou pelos Le çóes grande:;, e penetrando depois os matos an– dou n'elle perdido soffrendo muita forno e trabalhos, atravessando riachos e mori– tinzaes e gatinhando morros, como diz frei Francisco dos Prazeres. «Apoz 18 dias chegou aos ditos campos 1 onde já encontrou Franco muito conster– nado por ter Nicolau fugido, logo que viu approximar-se a hora de ser descoberto o seu embuste. u o nescio governador, que se deixou tão miseravelmente recommendado por sua correspondencia, e que havia dado conta á côrte da partida das tropas, par– ticipou o seu r egresso, dizendo que depois de fazerem o seu passeio com todas as re– gras da tactica, se havia r ecolhido por não ser propria a estação, produzindo apesar d'isto o passeio um grande e ffeito moral!» Ve1•sos no al1111n1d'u111. 1ueni110. DEOS VÊ E SABE TUDO. Dialogo ent1·e o filho e a mtli•. Lá dos céos o grande Deos A um menino escutará? l «Sim, t'escuta, ó filho me11, E junto a ti sempre está. n · Lá dos céos o grande Deos Meu mentir descobrirá ? « Sim por certo, filho meu Tudo vê e julgará.» Lá pr'ao céo do grande Deos Tambem poder ei subir? u Não ainda , oh filho meu Mas depois de o bem ser vir. »
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0