Estrela do Norte 1865

A historia ecclesia ti a registrou noc; I mil 1a~10 a sua falta , o uppli co11-ll1e m seus annaes grande nu mero de ra gos do ' nome de Jesu s Chri to qu ·e digna de caridade e de amor do prox imo , levado a 11erdoar; mas n m a Yista de n m amigo ao ultimo pon to de abcnoçação. o fac to I antigo, n m o e. pec tn u1o de tn h umilha– que n1mo narrar mui difforen to : o ção , nem as lagrimas do Ni cphoro rom– obj ecto do JJresente artigo é, pelo con tra- moveram o cora ão de 'apricio, o qual r io, a historia el e um chri tão , de um sa- s retirou fria e de. dcohosamen1e, depo is cer dolc, qu e até ao mom uto da mor te de d clnra r pue jámai. e r coni;ilia.ria infelizmen te recusou perdoar ao cu ini- om aq uell que o bavia ultrujado. migo · ma e ta hi stor ia, para a im di- N sto comenos levantou- uma nova zer, é unica nos registros da Igrej a pri- per eguição contra Igrc,ja. Os imperaclo– mili va, e a moral que della se t ira é tão r es Valeriano e Claudian no ordenaram tocan te, qu e não se podo dár uma prova aos governndores ela pr 0Yinci11 do im– mn.is completa da necessidade absoluta perio que obst.assem por todo os meio de e squecermos a · injuria e de perdoar- po ivri aos progressos cmpre cre en– mos áq uolles que nos oJTenderam; um tes rla seita christa. Na sua qualidade d unico sen ti mento de odio e de vingança sacer dote, ~apr icio foi o pri tnciro fi el que contra o proximo pod e ri car aos olhos se prend ou cm 1\n tioch ia; conduziram-no de Deos o mereri mento tle todas as mor- diant e do governador que lh pero-untou t ificações o virt udes. se era ver dade ser elle Ch ris tão, e se n- Pelo ann o 200 da era ch ristã cxistião tre os inimi "'os ele Cezar occupava o lu– em Antiochia, capital d!J Syria, e então ga.r de sacerdote. nespon clcndo apricio de todo o Oriente, um sacerdote por no- a estas duas pergu n tas pela affi rm!'ltiYa me Sapricio, e um leig·o chamado Ni ce- o governador mandou <1uc o tr.itca em, phoro, que viviam un idos desde muitos afim de Yêr se apostatava; mas o in imigo annos pelos vinculas da mais terna ami- de Nicepboro suppor tou os tormentos com zade. Depois de terem conservado por muita llrmesa, e o governador vendo que muito tempo a maravilhosa correspon- nada con ·eguia , condcmnou-o á morte. dencia de cos tu mes e do sentimentos qu e Sapricio ouviu esta sen tença com alegria. a caridade en tro ellcs havia fo rmado, um o pedia qu e o conduzissem naquelle mes– inciden te, cuja causa é ignorada, occa- mo instante ao lug·ar onde havida de ser sionou entre elles des união manifesta, e execu tada. Amaior part::i dos h abitan tes converteu a amizade em odio declarado. do Ant.loch ia se reuniram para o verem Esta inimizade foi sustentada de parto a passar . Do repente i\'icephoro saiu d'en– parte por tempo considcravel; mas Ni- tre a mult idão o foi lançar-se aos pés de cephoro entrou finalmente em si, e, ou a Sapri cio dizendo : consciencia o arguisse de que não tinha u r11artyr do Jesus Christ o, perdoai-me razão, ou conhecesse que, send o simples o ter-vos offendido ; permitta Deos que leigo, do\·ia submissüo e respeito ao seu o vosso per dão, pronunciado na rnssa hora antigo amigo revestido do caracter sacer- suprema, soj a um penhor d'aqu ello que dotal , determinou fazer cessar o escan da- eu pcç,o no Céu por esta e por todas as. lo que esta desuni ão tinha cau sado , e r e- faltas que tenho commettido. » conciliar- se com '.Sapricio. Rogou pois a l\las Sap1·icio não lhe respondeu, e pro– algumas pessoas amigas d'ellc que lhe seguiu o sen caminho. Nicephoro, er– fal~asse1~ da sua parto, e lho certificassem guendo-so vacillante e desesperado, di– a smccndud c do seu u~TepPndimcnto e da rigiu-se por uma ru a t ravessa e foi se– prome~sa gue lhe ~az1.a de dar-lho to_d1_1-s gun da vez sahir ao encontro do mart yr. as sati sfaçoes poss1 veis ; porem. Sapnc10 A penas se chegou a elle, lançou-se nova.– não se commoveu com estes s1gnaes do mente aos seus pés, o empregou para 0 humilhação, nem quiz ou vir falhir cm commo ver as expressões do mais sincero recon ciliaçüo. Nicephoro n ão desanimou: arrepen dimen to; mas Sapricio, cujo co– fez segunda e ter ceira tentati va, mas sem· ração cada vez mais se endurecia, nem ao pro sem fru cto. Sapricio cer rou obstina- menos qniz olhar para ello. Os soldados, damente os ouvidos n ilo só ás sollicita- aborrecidos de ouvir Nicephoro repetir çõos elos homen s, como á propria voz do sempre a mo_sma couza, diziam-lhe : Salvador . qn e lhe exclama : Pordoa, eser- 11 Nunca vimos um homem mais insen– te-lia 21crdoado. Em fim Niccphoro, ven- sato do que tu ; se elle vai morrer para do que natl a ob tinlla por in termodio de que lhe pedes perdão? ,> ou trem venceu ,1.s ;ultimas repugnancias u Vós não sabeis a i mportancia do qu e do seu ~mor propr io, e foi ter co_m_Sapri- eu peço ao c~nfessor de Jes us Ch risto, res– cio. Chegado á presença do seu rnumgo. :ponde-lhes N1ccphoro ; Deos a sabe, e me lançou-se-lhes aos pés, confessou com hu- Julga do modo mui dilfer entc. »

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