Estrela do Norte 1865
• D o 111i1190 1, d e Maio A.uno Il:12: A ESTRELLA DO NORTE. son os AUSl'ICIOS nE s. EXC. n EVMA . O sn. o. ANTONIO 08 a!ACEOO COSTA, BISPO 00 l'AIIÁ . P .ADH.~'E OFF:i<DlIAL. ' Paço Episcopal, 9 de maio do 18füi.– Rvd . Sr. Vigario.-Em resposta ao que me communica V. H.vm . ª em <lata de 26 de abril ácerca do seu procedimento no que toca á policia e disciplina dessa Igre– ja l\Iatriz de Cametá, tenho a dizer-lhe que lou vo e approvo os esforços que tem feito neste sentido, sohre tudo para <J.Ue as pessoas do sexo feminino estejam na1cgre– ja modestamente cobertas, pois esta é a disciplina da Igreja universal, fundada nas palavras de S. Paulo, e muito estimo que os seus Parochianos em geral tenham attendido á voz de seu Pastor reconhecen– do nelle toda a auctoridade para regular 0 que diz respeito a boa ordem e decencia dos Templos e das solemnidades sagra– dasno territorio de sua jurisdição. Não era de esperar menos da docilidade e espírito r eligioso do bom povo de Came– tá.-Deos Guarde a V. nvm.•. t ANTONIO, B ISPO DO PARÁ. nvd. sr. Vigario de Cametá. Co1n•ento ,la Cart111clia. Ao norte e a seis leguas de Grenoble, em um medonho deserto, longe do tur– bilhão das paixões e dos homens, está situada a cartu cha, fundada por S. Bru– no em 1084. Não ha em toda a terra lu– gar mais pro~rio para ex~itar o espan– to, a adimiraçao, o enthusiasmo, e para inspirar o desgosto das cousas humanas. A' vista destes lugares, por um encanto inconcebível a alma se entrega a esse sentimento de piedade e de Religião que a eleva e arrebata. Os prazeres, os S'<?SOS desta vida são ali apreciados pelo seu JUS– to valor· todos os desejos tendem para a e fnidade, a terra desapparecc, o céo se almi. Vcnite et nmbnlemns in lumine Domin i. l SAI. II. 5. Ao sahir de Grenoble, dous caminhos ha que vam ter a este lugar solitario e terri vel, o de Sap6, e o de s. Lourenço da Ponte. O -viajante que tornar o primeiro, tem de subir a montanha de apé, toda coberta de abêtos, onde se lhe offerccern á vista quadros magníficos, bem como o for moso valle àe Graisivaudan, o Draco e o Jsero, qu e o r egam, formando tantos rodeios que se julgaria ver, disposla pela natu reza, u ma vintena de r egatos que aformoseam as aldêas, as choupanas, e as casas de campo, e fertilisam os campos de tr igo, de milho, e de linho que cobrem este ameno paiz. Chegado ao alto de Sapó, o viajante des– ce a outro vallo onde está situada a aldêa da Cartucha, que deu o nomeá ordem r e– ligiosa fundada por S. Bruno. Bem longe está o caminho de S. Lourenço de ser tão agradavel como este : a estrada tambem vai ter bem como a outra, ás torrentes de Guyemort, porém o paiz que a medea é de uma aridez propria para preparar o viajante para as tristes sensações que vai experimentar. O aspecto da aldea da cartucha é ex– traordinario; não obstante occupar um valle assás consideravel, as casas, ou , para melhor dizer , as cabanas dos cam– ponezes são separadas uma das outras o cm uma distancia cuja causa senão pode adivinhar; a igrej a o a casa do cura ficam no fundo do valle. A esquerd~ e. por entr~ collinas se pro– longa o cammho que vai ter ao mosteiro. E' impossível que o viajante imagine logo onde elle vai findar; porém apenas cami– nha algumas centenas de passos, de re– ponte se avista uma garg·anta apertada por inaccessiveis montanhas, algumas das quaes são talhadas a pique, formando des– te modo uma especie de barreira eterna que o Eterno quiz pôr entro a cartuchn e o mundo. Então se desce por um atalho semeRdo. .
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