Estrela do Norte 1865
& ES'I'UELLA. DO ,~Oll'.I'~. Cln•onien Religiosa. Está sendo celebrada a solemnidade do l\lez de Maria este anno na igeja de S. Ale– xandre com um concurso e uma devoção edifica~tes . Todos os dias um grande nu– mero de familias assistem ás 5 horas da manhã ao adoravel Sacriílcio, e á noite o formoso templo se enche de uma multi– dão inumeravel de pe~soas de todas as condicções, que ahi permanecem ~'?m silencio religioso durante os cxerc1c10s. Todos os olhares se fixam no bello altar da Santíssima Virgem, graciosamente or– nado de flores brancas e todo scintilante de luzes, elevando-se sobre esse como que vasto ramalhete a bella imagem da Rosa mystica, que com seu ar modesto J ch~io de bondade attrahe todos os coraçoes, in– filtrando nelles os mais puros sentime_n– tos de devoção e amor filial. Os melod10- sos cantos entoados pelo côro dos jovens seminaristas tem muito cooperado para o efleito moral desta solemnidade. LQgo no principio da ceremonia se ouve o bel_lo hymno siciliano: O' Sanctissima,. 6 pun?– sima, llulcisVirgo Maria, cuja melodia cheia de graça e de frescor sóbe como uma nu– vem de incenso até ao throno da l\1ãi Im– maculada. Seguem-se logo as Ladainhas, cantada~ alternadamente pelo côro e pelo povo, findas as quaes coro e povo entoam o bello hymno : Vem 6 Espirita de luz, Divino consolador. Abraza nossos comções Nus chammas do teu amor. Segue logo a instruc1:üo que é ouvida com religioso interesse. o nosso exm. Pre– lado tem explicado successivamente os d_ev~res funclamentacs da vida christã, in– s1st_u:~qo na necessidade de praticar-se a lleligiao, como unico meio de agradar á ss. Virgem, e ser verdadeiro devoto. O Mez do Maria assim concebido é uma ver– dad~ira Missão, cujos fructos se hão de sentn· . A.h I possa Deos abençoar os es-– forços de nosso Prelado e fazer reviver cm tod~s ~s c_orações o verdadeiro espiri to do Chr1sl1amsmo ~ Depois da instrucção se– gue-se a hençao solemnc do ss. Sacra– m~nto, cujo caracter todo grave e reco– Iludo penetra a alma desse sentimento de profunda :td~ração, suprema homenagem que sú é devida a Doos. E' então que es– tan~o to~os a.1o<'lhn.nos e no mais profnn– tlo silencio o cõro taz ouvir os accenlos de I\Jozart, de Mendclsshon, de mmmol, de Palestrina, que fazem sempre uma pro– funda impres ão, recolhendo suavemen– te a alma na presença elo Todo Poderoso. O celebre Ave ..Ve"i·um de lozart, que faz as delicias de todos os amantes da muzica re– ligiosa, tem sido executado pelos jovens alumnos de um modo satisfaclorio, at– tenta a difficuldaclc deste pedaço muzi– cal e o pouco tempo qu e elles tem de es– tudo da muzica. Tudo se deve aos esfor– ços incansaveis do Sr. Adolpho Kaulfuss. A ceremonia é terminada pela Benção do ss. Sacramento dada em silencio, e por um dos maviosos canticos que o povo já conhece e cujos estribilhos repete com o côro. _.._1•l1oris11nos, 1•ensa1ne11tos e re– flexões religiosas . p OR U111 P >. DR E DE MI NA S • - Quazl sempre são as auetoridaclcs fieis thermometros da moralidade pu– blica. - o sacerdocio é para a religião o que é apreceptoriapara a sciencia,_a _magistra– tura para a legislação, a medlcma para a economia corpórea, a palavra para o pen– samento. _ A applicação do fatalismo á enfermi– dade seria equivalente á sentença de pena capital. - um animal sem freio é ~ci:i_sis peri– .goso, que um homem sem nellgiao e sem temor de Deos . -São peiores os falsos amigos, que os inimigos declara.dos. -A tentação diabolica do suicídio ?ão se aninha no cora9ão relig~oso e_ sublillsso á vontade da Divma Providencia. - -:=e não crêem em Deos os atl~êos, po:r que empallidecem a hora do pengo · -Estão offuscadas a 1_9 ceculos ª~ e st rc~– las da philosophia paga pelo clarao d1v1- no e poderoso do Evangelho. -Mais valle uma pura consciencia, qllc um lucido talento. - Uma lagrima de arrependimento na d.i vina cisterna da penitencia sacramental apaga o chirographo dos peccados. Typ. da ESTRELLA DO NORTE, "
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