Estrela do Norte 1865

- ;-tz na morto, porque i"'noramos onde a de– vemos collocar nas dill'erentes idades da nossa vida. Não comtemplamos a mesma velhice como o termo pelo menos seguro e impreterível. A duvida de chegarmos a ella, qne parece que deveria limitar as nos as esperanças áquem des ta idade, faz que as alonguemos além della. O nosso termo, não podendo fundar-s e em nada certo, não é mais do que um sentimento vago e confuso que em nada se firma; de sorte que a incerteza, que não deveria recahir senão sobre o mais ou o menos, torna-nos tranquillos a respeito domes– mo essencial. Massillon. l\lORTE CHRISTÃ DO DUQUE »E MORNY . No dia i f do corrente, pelas 8 horas d a manhã, morreu em Paris o duque de Morny que, além dos titulos que possuia, desempenhava ultimamente ::J.5 funcções de presidente da camara dos deputados. Desde o dia antecedente, diz a França que o estado do illustre enfermo fazia pre– sentir o seu proximo fim. A's oito horas da noite o marquez de La Vallette, amigo intimo de M. de Morny, chegava a toda a pressa ás Tulherias pa– ra participar ao imperador e á impera– triz a perigosa crise que acabava de de– clarar-se. suas magestatles dirigiram-se logo ao palacio da presidencia, e como houves– se recepção nas Tulherias ficou a duque– za de Essling encarregada de prevenir as pessoas que se apresentassem da cau– sa da ausencia de suas magestades. o Sr. arcebispo de Paris tinha ido vi– sitar o illustre enfermo ao meio dia. A's seis' horas, M. de Morny, que esta– va sem sentidos desde pela manhã, reco– brou a perdida lucidez de espírito, e pô– de confessar-se. A's 8 horas da noute, foram-lhe ad– ministrados os ultimos sa_crament~s por Monsenhor Darboy, que a imperatriz ha– via mandado chamar. A molestia á qual M. Morny succum– hiu era complicada de uma gastralgia, inflammação de figado e bronchite. M. de Morny nascera em Paris a 23 de Outubro de i 8H, contando porisso 54 annos: foi educado pela condessa de Sou– za, conhecida pela sua cathegoria 1.!ª corte do imperador e pela sua reputaçao litteraria. , A vivacidade de espírito que em ver– des annos M. Morny já dava a conhe– cer, fez que Talleyrand di ssesse uma vez : S-d -w u Este pequeno ainda ha-de vir a ser mi– nistro... Nomeado deputado por Puy D6rne em 4842, elucidou com · talento, perante a camara, muitas questões de industria especial, reclamou varios melhoramen– tos financeiros, especialmente a divisão dos bilhetes de banco, e apresentou so– bre a conversão das rendas uma propos– ta que ficou sendo a base do systema de– pois adaptado . Dedicado á pessoa e aos interesses do pres!dente, M. Morny, em {849, foi do pequeno numero dos que a confiança de Luiz Napoleão chamou a preparar e le– var a eflelto o golpe de estado, e, no mo– mento supremo, desenvolveu muita au– dacia e sangue frio . A 2 de Dezembro, sobraçava a pasta de ministro do interior, que abandonou em 23 de janeiro de :1852, juntamente com Mr. Fould, Magne e Rouher em conse– quencia do decreto sobre os bens da fami– lia de Orleans. Em t854 succedeu a M. Hillault na pre– sidencia do corpo legislativo, cujos deba– tes dirigiu durante onze annos que de– correm desde então até a occasião da sua morte. Todos os representantes dos diversos matizes da opinião representados nos bancos da camara tributavam justiça á imparcialidade da sua direcção. ( Extl'. ) CONFISSÕES DE ROUSSEAU, E CONFIDENCIAS DE LAllfARTINE. Antes de J. Christo ainda não tinha ap– parecido no mundo legislador, escriptor, philosopho, ou poeta que comprehendesse como elle comprehendeu o sentimento da caridade : depois delle todos os philoso– phos, poetas, ou escriptores de qualquer genero que tem pretendido tratar deste sentimento do coração humano, fóra da base e do espírito da doutrina de J. Cbris– to, tem pago com a pena de cahirem no absurdo e na contradicção. Destes citare– mos dous, um como o primeiro nesta escola moderna do sentimentalismo phi– losophico, e outro como o ultimo Rous– seau e Lamartine ; e ainda_por uhia se– gunda razão, e é que o primeiro escreveu as suas Confissaes e o segundo as suas Con– fidenoias ; Rousseau , o homem das sensibi– lidades do coração, que todo clle é finu– ra, pureza de amor e de sentimentos • enthusiasta do sublime em materia d~ sentimentalismo!, cujo coração !estreme– ce todo por ter tocado com a ponta dos ,.,

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