Estrela do Norte 1865

& E8TRl!:L.L.4 DO NORTE. o homem ora. Entro seus iu sLinctos mo– rae? ne~hum outro lho é mais natural mais_ umvcrsal e mais invisivel que o d~ oraçao. O_rry enino se ajoelha com p res– s urosa docilidade. o velho se abri.ga nel– la como um refugio con tra a decadencia e o isolamen to.... ·u A oração sabe por si mesma dos labios roscos do menino que apenas balbucia o nome do Doos, e dos labios descorados do moribundo que já não tem a !orç.a de pronuncial-o. esquecer-se para desejar primeiro a glo– ria de Deos, a execução de sua vontade, o a chegada de seu reino. Os ímpios, os sophistas e os philosopbos muito trabalharam para arrancar do co– ração do homem esse doce dever da ora– ção, provando a superfluidade e inutili– dade della, mas o genero humano rindo– se dessas pretenções loucas e absurdas, deixa-os dizer suas loucuras e continúa a orar. F. DE MACEDO. Paris, março de t 86t5. Deos torna suaves os trahalltos que se eueontríio no @eu ser– '1'ifO• << Em todas as nações celebres ou obscu– ra!:., civilisadas Oli barbaras se acham actos e formulas de invocação. Por toda parte onde vivem homens, em certas ci.r– cumstancias, em certas horas, sob o im– perio de certas impressões d'alma, os olhos se elevam, as mãos se ajuntam, os joelhos dobram, para implorar ou para dar graças, para adorar ou para aplacar. com transporte ou com temor, publica- Um zeloso missionario, no curso de men te ou no segredo do seu coração, o suas missões, tinha tido a ventura de homem recorre á oração como a um der- reconciliar com Deos um joven até en– r adeiro r ecurso, para encher o vacuo de tão todo entregue ao mundo. A sua con– sua alma, ou para ajudal-o a carregar o versão foi tão sincera e tão solida, que fardo de seus destinos; é na oração que inteiramente desenganado do mundo, e elle procura, quando tudo o abandona, occupado 1.Jnicamente com a sua salva– appoio para a sua fraqueza, consolação ção, entrou em uma ordem r eligiosa, para suas dores, esperança para suas vir- summamente r ecommendavel pelas vir– t udes . . . . tudos que nella floresciam. Passados bas- « Por isso mesmo que elle ora, a alma se tantes annos, viajando o missionario e alivia, se anima, se acalma, se fortifica; passando pelo logar onde estava ·o joven -voltando-se para Deos, ella experimenta quiz ter a consolação de ver o seu anti- -esse sentimento do bem estar que nos ·go discipulo. Tendo-se reconhecido e traz a volta dasaude e do repouso, e que .abraçando-se. mutua.mante com a maior 68 derrama pelo corpo quando elle passa alegri~: Então meu amigo, disse o mis– de um ar calmoso e pesado para uma sionar1-0, estaes bem contente? Parece– ath mosphera fresca e pura.» (1 2) vo& doce o j1;1go d~ Senhor? Como vos os povos de todos os tempos reconhece- daes nesta vida? Nao se pode passar mais ram a força, a grandeza, e a necessidade mal, respndeo ó r eligioso; o silencio, a. da oração no homem e a de fazer dominar abstinencia, as vigílias, tudo me é tão em todos o verdadeiro espírito da oração. novo, como no primeiro dia. ; a cclla ó .!\Ias quantos oram com este espírito? e pa11a mim como uma prizão; nunca saio quantos ch ris tãos não vemos nós todos os della para ir ao côro, ou a outra qualquer– dias se inquietarem mais dos nens da ter- pá:rte, que não sinta nova r epugn a.n cia e ra? A oração de Hora.cio, ~i; to é, a or~ão º~"ª afflicçã?. O mi~sionario ou viu-o com pura e simplesmente pag~, _vem mmtas tristeza, e ll!l-º sabia o que r espondesse, vezes man char Iabios ehrrstaos. De fa:- quand0, á v1~i<!-' da sua dõr e do seu em– cto quan tos não dizem: « Que Nosso Se- baraço, o r e1Ig10so a'braçando-o e aper– nhor me dê vida saude, e riquezas nada tando.- o ternamente, accresentou, derra– mais desejo.» E' ~ verdadeira formula do m~ndo uma torrente d:~ lagrimas de aie– Pa'dre Nosso pagão. cem esses trez ele- g!'~a ; Mas, meu car o pai ,., meu ve.r:dadeiro mentos elles se julgam nada mais.poder pai em Jesus.Christo,. tu do,isto se tor na desejar. leve e co.r:isolador, quand o pen so que por Mas para O verdadeiro catholi_co, o h~~ estes trabalhos evitarei os do inferno, e mcm deve desapparecer, e cmdar . pn- que D_~os, co.Jnpadecend_o-se de m im melro da divindade·, cuja causa lhe m te- quer era receb~r-me no seio da bemaven~ r-essa mais que a sua- propria. Elle dov.e tura:da etermdadc. !· A esta lembrança tudo para: mim c;e converte em jubilo, (12) Guiso t, L'Eglise et la société chrétienne todos os d1as re~d? graças a. Deos p-ela mi~ en 1861, pag. 23. nha sorte e follcidade.

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