Estrela do Norte 1865
!40 A ESTRELL.il 1)0 NORTE. ração do homem, uma força irresistivol: 0 ,1111ipote11tia sapplex. >) " Deos, diz ainda o mesmo eloquente prelado, lançando-nos no fundo deste \'allede mi serias, q11 iz dar a nossa fraque– za, a nossos r:r im_es mesmos, contra elle, contra sua Justiça a forç:a da oração. Quando o homem se decide a orar, e quando elle ora bem, sua fraqueza mes– mo torna-se uma força . A Oração iguala e ultrapassa as vezes o poder de Deos. Ella triumpha de sua vontade, de sua co– lora, de sua justiça me5cn.t.n (7) E o Evangelho justifica essa asserção da maneira mais clara : Tudo o que pe il'des em vossa oracões vos será da o . . • . Obtereis tucl ,, mesmo ÍJrecipitar montanh_sno mur. (8) « Jesus Christo, diz Bossuet, serve- se de proposito dessas extraordinarias compa– rações para mos trar que tudo é possível áquelle que ora. 11 E elle exclamou: « Pro– dígio dos prodígios! o homem se reveste da omnipotencia de Deos. n (O) Tertuliano, eloquente escriptor do car– thago, que viveu no segundo seculo da Igreja, resume n'uma de suas mais bel– las paginas os eJieitos admiraveis da ora– ção. « Deos que exige a oração, nada pode recusar quando ella é feita em espírito e verdade. Nós sabemos quão grande é esta efflcacia pelo que temos lido, e ouvido di– zer. A oração do antigo testamento livra– va do fogo, das feras, da fome, e todavia ella não tinba ainda recebido sua fórma cio Christo. « Mais poderosa é a oração do christão. Se ella não faz deswr sobre as cham– mas um fresco orvalho, si não fecha a guola dos leões, si não alimenta aos quo tem fome com a mcza preparada para os lavradores, (to) se emfim ella não extingue o sentimento ela dôrpelo effeito da grara, ella opera muito mais ainda ar– mando de paciencia áquelles que soffrem. (( Com a força que se obtem por ella, o o fiel póde medir a grandeza do beneficio pelos tormentos que elle soflrerpclo nome deDeos. « Outr'ora a oração atrahiacalami<ladcs sobro os máos, dispersa 'ª exerci.tos ini- (7) Mgr. Dupanloup, bispo d'Orlcans. 1. • Dis– currt0 sobre a oração. Quaresma de 1 5~ 8 • (8) Mafü. XXI v. 21-22. • , ~O) hleditoiõ~ .sohre o Evrrrrgt:lho. 1. °" parte J!J dia. !!. "' parte 21 º dia (10 ) Allu'>ào ao cap. XIV de Daniel onde elle cnnt a •iue O Anjo do Senhor, 4uorond~ alimentar 0 propli · 1~• ~bª nd0 nado na cova dos leões, trans– porto)! Hauacuc l'm Babylonia com a comida que ~•-te trnha preparado para seus trabalhadores. mígos, suspend ia as chuvas muito abun– dantes. Hoje l'. oração do j usto abranda a colcra de Deos, se in teressa pela salva– ção dos inimigos, eleva uma voz suppli– cante em favor dos perseguidores. E' por– ven tura de admirar que a oração faça descer do céo as aguas da graça, ella que sou be fazer descer o fogo? Só ella trium– pha de Deos.· n Christo que lhe deu toda a força para o bem, sabia que jamais clla operaria o mal. Chammar as al mas dos finados para o rcfrigerio da gloria, reconfo r tar os fra– cos, consolar aos que soffrem, livrar do poder dos dernonios, abrir as portas da prisão, quebrar as cadeias da innocencia, eis a.s unicas obras da oração. « Ella apaga os peccados, acaba com as perseguições, consola as almas tímidas, alegra e conforta os corações gener osos, guia o viajante, quebra afuria das on– das, lança o temor no meio dos malfeito– res, alimen ta o pobre 1 conduz o rico, pre– vine impede ou repara as culpas. 11 A Ornção é o baluarte da fé; ella nos servo d'arma contra o ad versario que nos observa de todas as parte~ . « Portanto não avancemos nu nca sem esta arm~; sej~~os firmes no posto du– rante o dia e v1g10mos durante a noite. u E' debaixo desta coiraça celeste que devemos guaruar o pavilhão de nosso so– berano com a orelha sempre alerta aos sons da trombeta ~o anjo . Os anjos mes– mos estão em oraçao, e todas as creatu ras se associam a seus concertos. (( Animaes domesticos e féras todos oram á su a maneira e dobram o joelho; ao sahir do curral ou da caverna clles não ficam com a boca muda cm face do céo, mas o echo d~ su as vozes demonstra 0 sopro que os amma. « A avesinba que se accor da eleva sua cabeça aveludada para o Céo e cm lugar de máos estende suas azas em forma de cr uz e diz alg~ma cousa que se par ece com uma oraçao . u rara que insistir ainda mais sobre esse de ver ? O senhor mesmo or ou; a Elle honra e poder no seculos dos secu- los. 1, ( H) . Essa bella pagma de Tertulian o cheia de poesia e de f\"raça conclu o o seu elo– quente e magmfico trabalho sobre a ora- ção. . ~ Mr. Gwzot o chefe do protestantismo francez, doixou cahir de sua penna deli– cada e eloquente o mais bello elogio da oração : 11 Entre todos os seres deste mundo só (1.1) De 01•ationc, XXVIII.
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