Estrela do Norte 1865
~ ESTRELLA DO NOR TE. 119 Donde procede c1ue os opprobrios e traba– lhos não produzem en tre os christãos o mesmo eifeito, tendo-os o Salvador santi– ficado igualmente pela sua escolha ? Elle mesmo não escolheu a cruz senão por causa das grandes affrontas e tormentos que h ia achar nes te cruel supplicio. Ha JJOrém uma grande dis tancia entre honrar e so1frer. Ah Senhor l de que nos servirá ter honrado a vossa cruz, se não quizer– mos ter par te nos vossos abatimentos e nos vossos trabalhos ? Seremos reconhe– cidos por vossos discipulos, ó meu doce Jesus, vivendo em delicias e prazeres ? Oh -como é verdade, que aquelle que não leva a sua cruz nlio é digno de vós? Que agradavel objecto, e consolação é a imagem de Jesus crucificado para quem tern vivido conforme a este Divino mode– lo ? E qu ão grande e anim osa confiiança .acha neste divino objecto na sua ultima hora uma pessoa que tem vivido uma vi– da crucificada ! l\'las ser virá de mu ita con– solação a vista de um Crucifixo áaquelle a quem a penitencia faz horror, para quem a vida ch ristã é um pesado jugo e a mor– tificação um supplicio ? Apresentarão aos olhos do moribundo um Crucifixo ; mas será para lhe reprehender a sua vida delicada e licenciosa ; para lhe reprehen– der o desprezo que fez das suas g~aças, e 0 pouco ou nenhum fructo que tirou da sua morte. sem nas noticias da Italia dada pelosjor– naes piemontistas de Paris, e sobre tudo pelo Jomal elos Debates, porque todas ellas eram compradas a peso de ouro pelo go– verno de Turin. Trataram-me de visio– naria, e responderam-me que todas essas subvenções pagas pelo governo piemon– tez aos jornaes estrangeiros de que eu fal– lava não existiam senão na minha ima– ginaçüo. Calei-me, e esperei com pacien– cia que os factos, segundo o costume, vies– sem justificar-me. Hoj e não sou eu quem falla 1 é o deputado Siccoli, que, na camara dos aeputados de Turin interpella o mi– nistro do inter ior por este modo : « Perguntarei ao Sr. Min istro e aos de– putados que o appoiam se na sua alma e consciencia podem negar que haja sub– venções de 50, mo, 200 e 300 fr . por mez, concedidas a cer tos jornaes; se µoaem ne- gar que o corr espondente de uma folha estrangeira recebe 500 fr . por mez para enviar toctos os dias a Paris um ar tigo, em favor do ministerio : que u m jornal r ecebe 40,000 fr. por anno para susten tar as mesmas opiniões ; que ou tro r ecebe mais de 50,000 fr ., e que emfim 60,000 fr. são pagos annualmente a uma folha que se di stingue pelo zel com que defende a causa do gabinete. » Aresposta do ministerio foi a seguinte :. « Se o governo tem obrigação de dar con– ta á camara do emprego dos fundos do orçamento , a respeito dos fundos secr etos não acontece a mesma cousa. E' certo que Apresentar- nos-hão nos fim da vida a nossos olhos Jesus morrendo J.?elo nosso amor. rsto na verdade é de mmta conso– lação, e capaz de nos assegurar con~ra os horrores da morte e contra a severidade do Soberano Juiz. Mas havemos vel-o so– bre a cruz dizendo-nos por tantas boccas quan tas dão as suas chagas, o que Elle obrou e padeceu por amor de nós, e o que devíamos tambem obrar pelo seu amor. Ah meu doce e Divino Jesus l dizei-me ·hoje com eficacia tudo aguillo de que na– quella hora me accusarao ª:> vossas cha– gas sem fructo. Tudo em vos me falla e me está dando lições sobre essa cruz, meu Divino Mestre ; mas tudo_repr~h~nde a minha du.reza e a minha mgr atiçao. o minjsterio actual, do mesmo modo que o precedente, considera como um dos seu& deveres ( e os governos de quasi todas as outras nações acham-se precisamen te no, mesmo caso ) esclarecer a opinião publi– ca no exterior; e, pela minha parte, ne– nhuma difficuldade tenho de reconhecer que parte dos fundos secretos é consigna– da a este objecto. » Esta r esposta do mi– nisterio parece-me assaz explicita para que todos me dispensem de accrescentar qualquer especie que seja de commen ta.:. rio. » Estas palavras nós as tomamos a um sisudo correspondente do Jornal do Commercio. · ( Extr. ) "l'ariedade. JORNAES COMPRA»OS. « A verdadeécomo o azeite, que hadevir sempre á tona d'agoa, por mais e~forços que se façam para ir ao fu ndo. virias ve– zezes nas minhas precedentes correspon– dencias adverti aos leitores quo se não fias- No entanto é justamente desses jornaes c~mo o Jomql dos Debatiçs, o Siecle, a Opi– nwn Natwnale, etc. que a maior par te das nossas fol has tii·am as noticias da Italia que im_pingem aos leito1,es inexpertos. Attençã.o com es.sa imprensa que ahi vai pervertendo a opinião publica sobre os factos da revolução n a Europa e i nj urian– do o Summo Pon tífice.
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