Estrela do Norte 1865

& ESTBELLA DO .NCUl'I'F.. r io com notavcl assiduidade, inte!ligen– cia e aproveitamento dos alumnos, Re– solvemos recompensar, ainda que imper– feitamente, seus dedicados esforços, dan– do-lhe em prestações mensaes a gratifi– cação de 1,000:000 réis, que por lei Pro– vincial de 4 de Novembro ultimo foram concedidas ao Seminario para manu ten– ção d'aquellas duas cadeiras. Pelo que ordenamos ao Nosso Reveren– díssimo Reitor, que depois de trasladada a presente no competente Livro lhe dê a devida execução. Dada no PaçoEpiscopal de Belefil do Pará aos o de Março de i868, sob o signal e o Sello de Nossas Armas. da Divindade refl ecLido no espírito do ho– mem ; o balsamo que nos sua, isa a cxis– tencia nos trances da adversidade, o the– souro, emflm, que por toda a parte nos acompanha, na expressão do philosopho Bias, é para o negligente como a agua qu e– foge aos labios do sequioso Tan talo l Que– ro dizer que aquelles que se propoem a mili tar no exercito das letras, campeõc:, votados ás luctas do pensamento , de, em ter por timbre o valor e constancia em debellar as difficuldades que se olferecc– rem no caminho , em destruir as barrei– ras que o ocio muitas vezes oppõe, e em preferir a um viver de falsos e momcn- f ANTO.l'UO, BISPO DO PARÁ. Discurs o JI EC!TADO NO DIA 25 DE 111ARÇO 1 ANNJVERSARIO DA SOCIEDADE - RECREIO JUVEN IL - PELO v rCE-PRt:51,!)ENTE DA MESMA. s enhores. - Solemne é o momento em que tenho de erguer minha debil voz nes– te recinto: solemne, não só pela presença augus ta de nosso amado e veneravel Pre– lado que abrilhanta e r ealça esta sessão, mas 'tambem por marcar um estadio de nossa carreira lilteraria, e evocar-nos á imaginação recordações gratíssimas do dia em que lançamos a primeira pedra deste edificio~inho ~as letr:is ! Vêde como da Providencia a mao bemgna vela sobre elle e sustenta nossos esforços, derraman– do Jm nossos corações o salutifer? _ba_lsa– mo da esperança l Um anno de v1c1ssitu– des e de afan continuo já lá sumiu-se na voragem do passado, sem que suas rodas de bronze podessem esmagar a humilde gramma que sob protectora sombra vi– ceja 1 Na idade inconstante e voluvel em que nos achalrJOs,, quando uma idéa ape– nas desponta, e ja se desvanece como um sonho matntino; quando faltam a coragem e perseverança para as emprezas arduas e grandiosas; nesta. p,poch_a sobretudo em que as sociedades lltteranas apenas nas– cem baqnearo e cabem por terra, seme– lha~do ern sua passagem rapida esses rncteóros que por instantes brilham na esphcra celeste; é, na verdade, para nós um feliz presagio que o nosso. InsJituto permaneça de pé l E esse presag10 nao nos ha de por certo mentir se o amor do est~– ~o fõr sempre o germen de nossa~ mais fog ueiras esperanças l Eu me expli co. A sabedoria, Senhores, a base sobre que pousa o'edificio social e a feli cidade de to– dos os povos; o clarão, sebem que frou~o, taneas deli cias um de. continuas insom– nias ; mas de verdadeiras e du radoura consolações. Oque aspira á gloria Iitteraria não deve olhar o estudo corno mera distracção n as horas do enfado, mas como uma necessi– dade reconhecida ; não como mera obedi– encia á vontade pa terna, ou condescen– dencia ás suas aspirações ; mas como pro– pensão nativa, como uma paixão domi– nante, capaz do resistir ás contrarieda– des : fervoroso e acti vo em suas lucubra– ções, deve elle considerar o tempo como inestimavel thesour o, r eputando gtan do perda um dia passado sem deixar-lhe n 'al– ma alguma nova idéa, como o avarento um maravedi escapado de sua bolça 1 - Enorme é o preço porque se compra a sabedoria, me direis vós. - Sem duvi– d'l ; as cousas mais preciosas são as mais difficeis de alcançar-se. Innumeros e ine– vitaveis são tambom os perigos da explo– ração das minas; penosos e formidaveis os trabalhos nellas empregados; mas dei– xam por isso os ambiciosos de aspirar ao ouro da California ? Arroja-se o homem á fender n'um fragil lenho as aguas do procelloso oceano, cujas ondas infinitas vezes teem servido de tumulo aos que á elle se confiam; mui custoso e arriscado é por certo : mas cessa de existir a nava- gação? · E de fa cto, as difficuldades só devem in– timidar os espíritos pusillanimes , inimi– gos do trabalho, sem nenhuma esperança no futuro, nem impulso algum generoso que os eleve ácima da massa abjecta dos pariás da sociedade ! « O estudo continuo e excessivo dimi– nue as forças vitaes, rlessoca o corpo hu- · mano, e torna em breve d'um botão que desabrocha viçoso uma flor desbotada e pallida que não tardar á muito virá o so– pro da morte desprender da haste 1 » Eis a observação que me poderiam fazer algu ns : não digo que seja ella inteira– mente destituída de fundamento ; confes.-

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