Estrela do Norte 1865
.Do1ui11go A.1u 10 u .rt D 1le A.Jn•il A ESTRELLA DO NORTE. son os AUSPICIO~ OI! s. llXC. IIBVMA, o SII, D. ANTONIO DE MACEDO COSTA, IIISPO DO PARÁ. P ARTE OFFICJ:.&.L. OFPICfOS. Paço Episcopal em Belem 7 de Abril de f865. -Illm. Sr. Dr. Chefe de policia. - Não posso comprimir a expressão de meu profundo reconhecimento para com V. S. por ter mandado suspender as represen– tações do theatro durante os santos dias em que nos achamos. E' um acto que honra altamente a primeira autoridade policial desta religiosa Provincia, e que sérá sem duvida applaudido pelo paiz todo. Desejandoeu, Sr. Dr., que tão sau– davel medida seja apreciada em si mes– ma e nos fundamentos que a justiiicam, me hade P6 mittir V. S. que a faça pu– blicar no Jornal religioso da Diocese com as ponderaç~es que tive a honra de levar á consideraçao de V. S., P'.1~ª que fique assim bem firmada nos espmtos de meus diocesanos a doutrina da moral christã sobre ponto tão importante. Penso que a medida tomada por V. S. abrange igual– mente um baile de mascaras que nomes– mo theatro se tom dado na Semana San– ta, e que todas as conveni~ncias recla– mam seja tambem transferido. Queira acceitar, Sr. Or. , com_ a expres– são reiterada de. meus agradec~ment~s, a segurança de mmha alta cons1deraçao e perfeita estima . - Oeos Guarde a V. S. f ANTONIO, BISPO DO PARÁ. Tllm. sr. Dr. Jdsé d'Araujo Rozo Danin, D. Chefe de Policia da Província. Paço Episcopal em Belerri 5 de A:~!il de 1865. - mm. sr . Dr. Chefe d~ Pohci~ - Lendo eu nos Jornaes- de hoJ e o annun– cio de uma representação theatral, com– posta de um drama p rofano e duas ou– tras sc.cnas comicas, qu e tem de offere- Vcnite et ambulemus in lumine Donti ni, ISA!, li. 5. cer- se amanhã ao publico desta capital vou, em cumprimen to de u m dever a– grado de meu pastoral officio, ponderar a V. S. o inconveniente de semelhantes es– pectaculos, durante o san to tempo qua– resmal, sobre tudo nes tes dias mais par– ticularmente consagrados a commemorar a Paixão e morte do nosso adoravel Sal– vador. Com effeito quando a Igr eja tem troca– do em accentos de dôr seus canticos d'a– legria ; quando os altares e as sagradas Imagens cobertos de lucto symbolisam os sentimentos de penitencia e de compunc– ção que todos os christãos devemos ex– perimentar recordando-nos da morte do nosso Deos, facto que enche a h istoria do mundo, facto que tem sido a dezenove. seculos, que ser á até ao fim dos tempos, o objecto mais proprio a desafiar as medi– tações do homem; não parece por ven– tura natural que se interrompam ao me– nos por estes dias, esses di vertimen tos puramente mundano<;, como são os thea– tros, bailes, banquetes, e outras r euniões es trepitosas e dissipantes ? Nenhuma del– las poderia ter decentemente logar no dia anniver sario da morte de um pai queri– do; não · todas as conveniencias sociaes seriam offendidas por quem se entregasse a taes divertimen tos nesses solemnes dias de magoa, · em que no intimo sant uario da familia, se commemora a per da de um obj ecto tão querido. Pois bem ! A Ch ris– tandade é uma grande fam ilia; e nestes dias commemor a- se a morte do Pai, do Fundador adoravel della, em uma pala– vra é o a rrniversario da morte de nosso Deos I Nós somo~ todos Christãos, nós te– mos esta fé; nao podemos pois nestes dia-s sagrados, que ei:n todos os seculos foí:am respeitados como dias de santit t~istesa e de penitencia) entregar-nos a d-ivertimentos profanos. Tem-se tole– rado nos outros annos r eprosen taçôl s do dramas sacros, bem que om ,·ordnd<'
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