Estrela do Norte 1865

& ES'J.'RELLA. DO NORTE. 111. colhidos como no tempo das persegui– ções. Pio IX vai pro testar energicamente con– tra e ta supprcssãode conventos,ordenado em violação ela concordata que a côrte de Roma concluiu em 1847 com o imperador Nicoláo. veio despertar o condemnado e annun– ciou-lhe que ia soar sua ultima hora, e este exclamou : Este protesto terá um grande effeito: se a perseguição não seabrandar, os mar– tyres sentirão redobrar a sua coragem. Além disto, a experiencia tem mostrado que a nussia teme o poder mysterioso da santa sé apostolicn; ella finge desdenhai-o, mas interiormente o teme. "Bem! tanto melhor ! antes logo do que mais tarde ; porém como eu desejo ~o~rer christão, fazei-me o obsequio de 1r dizer ao sr. capellão que venha receber minha confissão geral, e dar-me os ulti– mos SOCCOJrOS da religião. D Entrou logo no carcere o veneravel sa– cerdote, confessou o penitente e depois foi com elle á capella, onde oraram am– bos por muito tempo. Quando Collignon partiu para o lugar da execução que estava proximo ao car– cere, pediu ao Sr. capellão que publicas– se que elle estava arrependidissimo do crime que commettera e que pedia enca– recidamente, e do fundo do coração, que Deos e os homens lhe perdoassem. Ro– gou depois ao director da prisão que pre– senteasse com o seu barrete a um preso seu amigo, e depois de ter agradecido a todos, o cuidado que para com elle ti– veram, dirigiu-se a pé para o lugar da execução. Sustentado á direita pelo con– fessor e á e!,querda pelo carrasco, atra– vessou o pateo, escutando attentamente o reverendo padre, recitando orações em voz submissa, e olhando de quando em quando sem perturbação alguma, para o cadafalso levantado diante delle. ·An– tes de subir, ajoelha-se no primeiro de– gráo, faz uma curta oração; beija o cru– cifixo, e alguns segundos depois estava punido o crime d'esse infeliz. Possa tambem este inabalavel amor do summo pontífice para com seus filhos da Polonia, fa zer envergonhar aquelles, que ousadamente chamaram fraqueza a essas sympathicas affeições dos Polacos para com o seu unico defensor. ( Do Diaaio de Pernambuco. ) l\IORTE DE COLLIGNON. ua poucos mezes que um grande cri– me contri stava a população parisiense. Por uma futil differença no preço d'uma viagem, o cocheiro Collignon assassinara um homem honrado M. Juge, e tentára fazer o mesmo á mulher do pobre homem, a qual evadi u-se posto que ferida. Elle foi immediatamente preso e conduzido perante os magistrad os, e nenhum arre– pendimento demonstrou ; só lamentava ter-lhe escapado a mulher de Juge. o Jury lavrou-lhe a sen tença de pena ultima, mas elle con tinuou na sua per– tinacia. A pena ultima é um castigo grande! é uma palavra que nos deve encher de terror! Porém o que deve aterrar-nos muito mais é quando o réo solfre es ta pena sem entrar em si, sem arrepender– se sem pedir perdão a Deos, e depois de tef merecido a j ustiça dos homens, vai apresentar-se perante aj ustiça divi_na sem arrependimen to algum. Por maior que seja a bondade di vina, não póde por ven– tura temer-se, que esse infeliz passe do cadafalso humano ao i nexoravel inferno, com aftl icções, tormentos, eterno e odio implacavel contra Deos? Era bem de recear que assim aconte– cesse ao pobre Collignon ; felizmente um bom sacerdote, o capellão da prisão de- Hoquette onde elle estava detido achou meio de tocar aquella alma endurecida. Collignon confessou-se e arrependeu-se do crime que tinha perpetrado. E quando cm o dia 6 de dezembro ás 7 horas da manhã, o director da prisão Aper ta-se-me o coração ao recordar que este homem, tão fortemente embebidQ nas paixões, viveria feliz e honrado, se aprendesse a domar seus desej os. Con.. cluamos desta triste, mas necessaria li-, ção, que neste mundo devemos seguir a lei de Deos, cumprir nossos deveres de christãos, para não violarmos a lei dos homens e os deveres de cidadãos, A TODAS AS MÃII?, Pertence â mãi desperta;r em seu filho as primeiras luzes da intelligencia e o primeiro amôr da virtude ; depôr em seus labios as primeiras palavras da fé ; ensinar a lançar seus primeiros olhares para o céo; em uma palavra: pertence á mãi dotar com uma alma chrlstã áquel– le, a quem ella deu um corpo humano , e se nada é mais horrendo que o exem~ plo (felizmente bem raro 1) de uma mãl que introduz no coração de seu filho ~ irreligião ; nada tambem é mais terno e bello de vêr- se, como o ~espectaculo de uma mãi christã, dando a um filho, aben-

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