Estrela do Norte 1865
religiosamente respeitadas; não ha leis fei~a~ no interesse de todos e por todos rehg10samente respeitadas, sem morali– dade nos legisladores e nos subditos ; não ha moralidade nos legisladores e nos sub– ditos sem dominarem nas consciencias os principias saudaveis da neligião, e o te– mor de Deos; não domina. estes prin– cípios saudaveis da l\eligião e o temor de Deos nas consciencias sem sacerdo– ciô casto e respeitado que os inculque sem cessar ás almas pela força combina– da da palavra e do exemplo. Assim, bem o vedes, o Sacerdocio, o Sacerdocio como deve ser, o Sacerdocio com a aureola que Jesus Christo lhe paz sobre a fronte é o alpha e o omega, o ponlo de partida e o ponto de chegada da verdadeira civilisa– ção. E' preciso rasgar o Evangelho; desco– nhecer toda a economia do Christianismo para negar uma verdade tão evidente. Ti– rai o Padre. Quem ensinará a doutrina aos meninos esfarrapadinhos do povo? Quem levará balsamo saudavel á tanta chaga secreta que devora as consciencias? Quem será o conselheiro, o amigo, o protector, o pai dos que nada disso tem neste mun– do? Quem esfolhará uma oração sobre a tumba do desvalido? Qu em propagará, quem sustentará efficazmente no mundo a neligião de Deos, e com a Religião a jus– tiça, a verdade, a crença, a certeza das cousas que nos foram reveladas e que to– do homem deve conhecer e praticar? Quem dirá aos grandes da parte de Deos e com soberana autoridade: Sede humil– des e brandos de coração ; e aos ricos : Derramai o vosso superfluo no seio da pobreza: e aos que governam : A auto– ridade é um mero titulo para dedicar-so ao bem dos outros; e aos que são gover– nados: A obediencia é uma nobre virtu– de I Quem ensinará com efflcacia todos esses grandes _princípios, que salvam os povos, que os nobilitam, que os fazem avultar e engrandecer no pleno e harmo– nioso desenvolvimento de todas as suas forças vivas• quem, diremos Nós, é ca– paz de fazer tudo isto senão o Padre, com a palavra do Evang-elho nos labios, e o amor das almas no coração? Não rejeita– mos os outros elementos da civilisação; o que dizemos é que sem este, t~dos _os mais são insuffl.cientes. Interrogai a his– toria, o ella vos r esponderá pela _bõca in– suspeita de Guisot: O sacerdoc10 catho– lico f.oi o primeiro iniciador, o gran– de educador das nações civilisadas d'f:u– ropa I Eis porque rehabilitar o clero, vm– gal-o dos ultrag·es que uma impiedade estalida não cessa de lançar contra elle; augmentar o numero dos sacerdotes fieis; 91 promover por todos os meios a educação e instrucção de uma classe chamada a tão altos destinos, é fazer a obra mais eminentemente vantajosa ao paiz, assim con:io a religião. Eis porque o 'osso voto mais ardente, o nosso anhélo, a no sa ancia continua; a oração que a cada pas– so Nos está prorompendo do intimo d'al– ma e que desej áramos repetir a cada res– piraç.ão do nosso peito, é esta : Senhor! mandai overarios JJara a vossa inha ! Esta é a obra principal do Nosso Episcopado ; ella vos interessa no ultimo ponto; e é por este motivo que reclamamos tambem vossa cooperação. . Sim, Irmãos e Filhos muito amados, pre– cISamos de vossa cooperação; precisamos que nos aj udeis, e est.a Carta Pastoral é um appello selemne que fazemos a todos vós em favor desta obra importantissima. Vendo a immensa utilidade que resulta– ria ás duas provincias con1iadas ao 1 osso cuidado pastoral , de terem constantemen– te nos melhores Seminarios d'Europa al– guns jovens, que ali se formassem com mais perfeição nas sciencias e na pieda– de proprias do estado Sacerdotal, para ali temos enviado 24 alumnos, a tlôr do nosso Seminario, os quae':l se acham es– palhados em treze difl'erentes diocP.ses de França, e applicando-se aos estudos com grande aproveitamento e recebendo essa preciosa educação que tem feito d'aquel– le Clero um dos mais instruídos e mora– lisados do mundo. Em verdade, quando se vê todos os dias numerosos mancebos irem á civilisada Europa para lá culti– varem diversos ramos de sciencias, ou de artes, uns as mathematicas, outros a medicina, estes as sciencias naturn.es, aquelles a architectura, a musica ou a pintura, como deixar de r econhecer a utilidade de irem tambem alguns aspi– rantes aosacerdocio beber uma educação mais esmerada n'aquelles admiraveis asi– los onde se tem formado e se continuam a formar tantos pios sacerdotes que são a gloria de seu paiz e da Igreja I Si por este modo obtivermos ( e obteremos) ex– cellentes padres, pastores virtuosos e de– dicados, dignos da confiança e da estima pn~lica, n~o é certo que todos aprovei– tarao com isto: vós mesmos, vossos fi– lhos, o povo, o elcro, a província a dio– éese toda? Sim, o Pará que já teve' a hon– ra de offerecer á l PTDja de Deos tres Bis– pos, um dos quaes foi nm luzeiro de scien– cia, o outro um Prelado ::;cgundo o cora– ção de Deos e o terceiro fará em breve, com S !J.US modestas e corajosas virtude.s, a glorrn do rebanho que lhe vai ser con– fia,do ; o Pará não se encherá de nobre
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