Estrela do Norte 1865
90 .1. ESTBELLA DO ~ORTE, nhão de seus ado;:aveis myster!os; (i) Jesus Christo com sua pureza, sua hu– mildade sua' castidade, sua resi~nação, seu amo~ do soffrimento, seu desapêgo do mundo sua união a Deos; Jesus Christo, domin~ndo em vós, crucificando em vos– sos corr.ções todas as paixões más, todo o movimento desordenado e impuro; di– rigindo vossos pensamentos, desejos, es– peranças, palavras e acções exteriores pe– la norma viva da verdade e da justiça eterna ue seu Pai, Eis o que queremos. Sim, a Nós ainda que indignissimes, está confiada esta glor iosa missão; é a missão da Santa Igreja Gatholica no meio das vi– eis itudes d?s seculos ~ d~s nações; ou pa– ra melhor dizer, é a m1ssao de Jesus Chris– to, continuada, prolongada, desenvol– vida pel0s seus apostolos até o ultimo dia do universo. O que quiz o Verbo perfei– tissimo e vivo, o que tem querido depois deilc todos os seus ministros, senão di– latar neste mundo o reino de Deos, e sua gloria; remindo as almas do captiveiro infame do peccado, e fazendo-as respirar na gloriosa liberdade dos filhos de Deos? O que quiz o Salvador Jesus, o que qui– z ram depois d'Elle os seus ministros, se não estabelecer no mundo uma vasta sociedade de homens, que adorassem ao Pai Celeste em Espirito e Verdade, (2) uma geração escolhida, um sacerdocio real, uma gente santa, um povo de acquisi– ção; (3) oberl.ecendo á lei do Senhor, vi– vendo neste seculo segundo as regras da pieda~e, da jus~iça,. e da temperança; abommando a impiedade, e as paixões carnaes; (4) amando-se, ajudando-se uns aos outros com con tinua caridade, todos d'um mesmo sentido, compassivos, ama– dores dos irmãos, misericordiosos.., beni– gnos : não tornando mal por ma1 nem vituperio pol' vituperio, mas, pelo con– trario, bemd~zendo i .. (~) despojando-se de toda colera, ira, ma ic1a, blasphemia pa– lavras tôrpes; revestindo-Ele, como esco– lhidos de Deos, santos e amados, d'entra– nhas de misericordia, de benignidade de humildade, de mansidãô, de longamini– dade; (6) em uma palavra vivendo todos segundo a vontade de nosso grande Deos Salvuqor Jesus Christo, que se entrego~ por nos á morte, afim de nos res 0 atar de toda iniquidade, para formar par~ si um povo perfeito, particularmente consJgra– do ao sou serviço, e fervoroso rn1s boas (1} Palavrn.<; da uma bella oração. (2) Jonn. 1V. 23. (3} I Petr. ll o. (4) Til. li. 12. í3) 1 Vetr. III. o o 10. (O) Coll. VI. 12. obras. (7) Els, pois, o que nós queremos; eis no que trabalhámos noite e dia ; é a obra de Deos. Domine, opus tuum ! ( 8) Mas esta obra não é obra para um só homem; não diz o Evangelho que o pai de familia mandasse um só operaria pa– ra a vinha; mandou muitos; muitos com cffcito são precisos. Só considerando o territorio, que ncs foi confiado, que área imrnensa para desenvolver-se o zelo de cem infflarnmados apostolos ! Que_~ar– guissimo campo a rotear 1 que gep.til1~a– des a converter! quantas populaçoes dis– persas por este imrnenso valle do Ama– zonas! que profunda ignorancia dos mys– terios da religião I quantos meninos por aquelles lagos, á margem d'aquelles re– motos rios, crescendo sem baptismo, ~dm instrucção, sem trabalho, sem m<?rali a– de, sepu1t3:dos na barbaria a m~1s g ros– seira e hedionda ! Que de vlolencias a~ro– zes, que de clamorosas injustiças prayia– das no fundo d'aquelles desertos, a~s ºd· os só de Deos, contra esses pobres in 1 ºJ' nossos irmãos, remidos com o sangue e Jesus Christo, e a quem, sem emba:go, se desprcsa, se persegue, se extermi1!,a, em pleno seculo XIX, quasi c?mo nos dias ominosos da conquista! E amda entr~ ~s populações mais em contacto com a ci;~~ lisação ; grande Deos 1 quanto be~ a_r os lisar ! A ceifa é em ve_rdad~ mui !Iilior obreiros poucos. lloga1, pois, ao ~fa ( 9 ) que mande obreiros para sua cei infi– Suscite Elle no meio de nós, em _sua asto– nita misericordia, sacerdotes fieis, Pm á res segundo o seu coração! cresça , · s de jovens sombra do Tabernaculo, tur~a f eia nos Levitas, embuidos desde a m an serva– principios da mais pura moral, pre cori– dos cuidadosissimamente de toda.·~ 0 sal tagião do seculo, para serem um iditica– da terra e a luz do mundo; para e m lo remos povos pela palavra, e pelo ~xe 0 ?om e derramarem por toda a pa~ 0 , Mitte odor de Jesus Christo t -Fiat ! Fiat · to re: Domine, qiios missurus es. Oh l qu~ns 1 1;:, a cisa o mundo de bons sacerdo e ovo· supr~ma benção de Deos sobre uám iedes~ é o s1gnal de que esse povo est P . t~!)-ado a todas a~ glorificações da h~~â.~1~~ Nao se chegara nunca ao ver progresso, á solida grandeza, fóra da ac– ção moralisadora do Sacerdocio,. quteis ouvir a prova? Eis um racioc1n 10 em simJ:)les. Não ha solida grandeza, ver~8:– deiro progr esso para um povo sem eis feitas no inte-rcss-e de todos e por todos (7) Tit. H. 1/i. (8} Habac. III. 2. .(O) Luc, X. 2.
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