PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

r :1IIIIIIIIIIIIIIIIIH IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII: 7'i PROCESSOS PEDAGOG I COS ~~ E111111IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIHIIIIIIIIIHIIIIIIIIIIIIIUIIIJIIIIIIIIIII= , lidade do conhecimento seguro '·dessa arma intelleclual, qual a de gra– phar a forma das cousas, linguagem universal que não conhece fron- teir8s mas que approxima os homens. · . Succintamente dir-vos-ei da evoluc;ão por que tem passado esta disciplina escolar em tão boa hora já, entre nós, obrigatoria nos estu- dos primarias. . E' de nossos dias ainda a est8mpa extrangeira e mal feita, impe– rando officialmenle dentro dos estabelecimentos de instrucçào publica, contaminando assim a sensibilidade artística das nossas crianças. Partiram dest~ Collegio o protesto e a acção contra esse abuso pernicioso, do que travou-se uma luta desigual ae um contra todos. • Alea jacla est. O ponto inicial desse movimento ascencional do ensino racional e util entre nós deu-se sob os auspícios do sr. Dr. J oão Antonio Luiz Coelho, ·então Governador do Estado, inaugurando a i de Setembro de 1909 a primei ra exposição official escolar de desenho, composta de tra– balhos executados nas escolas publicas e particulares do Parú e instal– lada com todas as honras no salão nobre do Theatro da Paz. A ella accorreram 870 expositores com 1825 estvdos. Era a primeira victori.a. A sociedade paraense viu que as criancinhas não despendiam todo o· seu tempo de ·esludo somente com as disc iplinas primordialmente ne– cessarias e, apezar de um conjuncto um tanto atordoante, muito se po– dia esperar, em os annos successivos, do aperfeiçoamento do ensino, carreando no sentido utilitario, sem tirar-lhe, no emtanto, o seu cunho de arte. Acabava-se assim de vencer a maior difficuldade, que era o co– meçar ; era a guerra pratica às estampas e aos catalogas, fabricados no extrangeiro para uso em nossas escolas e aqui criminosarr.ente intro– duzidos, com o fito do ganho, justamente pelos que se intitulavam, sem a devida fisc'alização, de professores de desenho. O Governo, agindo sinceramente durante os trabalhos anteriores e posteriores á exposição, prohíbiu immediatamente a acceitação de tra– balhos que não fossem originaes e preparou e estimulou a divulgação c_lo ensino de desenho, augurando assim, para o futuro, resultados pro– ficuos e seguros. Nessa primeira Exposição Escolar, o Collegio • P rogresso Para– ense » concorr·e com 9i expositores que apresentam 161 trabalhos. No anno seguinte de rn10, com o exilo aindâ relativo alcançado,· o Governador do Estado baixa a portaria de 1. 0 de Junho regulamen– tando a 2.ª exposição, dando- lhe a denominação de Exposição Escolar qe Desenho e Pinlm•a, e determina o dia 7 de Setembro de cada anno pa rét a f'es tc1 inaugural das futuras exposições. . Com effeito, em meio ás ruidosas festas de tão augusto dia, o sa– lão cio Thea tro ela Pa z abre su_us portas aos convidados e ao publico p,1 ra visitarem a 2.ª ex posição de a rte na escola. Nessa feira inLellectua l, o Co!legio_ é representado por 84 alumnos com 129 trabalhos: é o instituto que mais concorrentes envia ao certa- meú infantil. · Convem $alientar aqui que, emquanto os demais institutos de en– sino escolher;n um reduzido numero de pro tegidos para concorrerem ás exposições de desenho, o Collegio « Progresso Paraense », ensinando essa disciplina a todos- os seus afumnos, . naturalmente lhes dá o direito de leyarem a publico o esforço do ,seu traba lho, obtendo assim um lu– g.ar distiqcto na festa. Eis a razão pela qval esta casa figurou sem– pre com o maior numero de expositores.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0