PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

:111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: ,,s =~ 7'! PROCESSOS · PEDAGOG I COS !,~ 7õ E11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111i111111111S: orgão de imprensa no Collegio e algumas series de brilhantes conferencias pedagogicas têm sido feitás pelos seus profes– sores. Dissemos que os trabalhos executados por sorteio muitQ concorrem para facilitar o estudo de humanidades, porque, alem de desenvolver o entendimento e apurar o gosto pelas lettras, predispõem os alumnos, pelo desembaraço progressivo de suas exibições, a vencerem as difficuldades das discipli– nas em que se preparam nas aulas. Quem estuda com inter– esse a Historia em varíos tratadistas para defender ou ac– cusar com bons fundamentos uma personage·m, quem se apro– funda na Geographia, na Philologia como em outras scien– cias, para fazer uma conscienciosa dissertação de theses, en– contrará muito menor difficuldade em estudar as lições ohri- gatorias de suas classes. . Como isto é differente do processo mechanico da chauf– fage coo.cernente aos exames de preparatorios ! Nesse· regí– men artificioso e mercenario em que os mestres são simples orelhadores, na phrase de Ruy Barbosa, os moços ainda têm · a desvantagem de se despreoccupar das bôas acções, por– que, desperdiçando o tempo, em vez de occupal-o com a lei– tura, exercícios physicos e tudo mais .que deve constituir a vida intensa dos bons estudantes, perdem até a noção da hy– giene propria e destroem o caracter que podiam formar .para bons patriotai , numa educação proporcionada. _Assim, não será comrnum ver alumnos, guiados pelos nossos principias, dar os tristes exemplos moraes que se nota nos que frequen– tam as casas de chau[fage, em que a instrucção é exclusiva– mente destinada a preparai-os para exames finaes, deixan: do-os, nos intervalos das aulas, sem orientação, sem disci– plina e sem vigilancia. * * * Entretanto, nem sempre o nosso esforço ·tem sido bem comprehendido e acceito. Temos encontrado paes de alu– mnos, alguns aliás diplomados e altamente collocados, que divergem comnosco, uns porque não quizemos dar valor aos celebres certificados adquiridos a pretexto da epidemia da grippe ; outros porque não admittem o ensino de desenho se– não para formar artistas ; outros porque entendem que a gymnastica desenvolve o corpo em detrimento da intelligen– cia que fica embotada. E todos foram entregar os filhos aos mestres de chaujfage. E ' que elles queriam realmente uma abreviação dos estudos dos seus filhos e nada mais. Um de– putado chegou a dizer-nos que não sabia para que distin-

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