PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
:1111111111n111t111111111111111111111111111111111111t1111111111111111111111111111111111111111111: 68 ..___'--= PROCESSOS PEDAGOG I COS =u .:,=-;ª f~ :111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: stituto, transcrevemos o seguinte juizo do competente jorna– lista sr . J. Simões Coelho, da cc lllustração Portugueza )), quan– do o visitou: « Raros são os colegios particulares no Brasil, que não obedeçam, cegamente, aos programas da didatica oficial. Talvez não seja de mais atribuir essa passividade pedagogica ao receio de aplicar o que em ma– teria de racionalismo escolar se tem feito na Europa. Acontece, porém, que logo que haja um estabelecimento de ensino que rompa com os ve– lhos e absolutos preconceitos e demonstre os efeitos praticos de uma educação nacional, fatalmente que todas as atenções hão de convergir para seus proeessos educacionaes. Foi o que se deu c~m o bem dirigido Colegio « Progresso Paraense ». Ao Pará cabe a honra de possuir a melhor escola particular do Norte do Brasil; ao seu illustre fundador, Dr. Arthnr Porto, a posição invejavel de se ver rodeado de creanças ·que o estimam e. adoram. Assistimos aos trabalhos escolares e vimos a inteligente direção. da dinamica pedagogica, na permuta incessante de relações entre profes– s.ores e alunos. Observámos a feliz escolha dos mestres e à doc ilidade dos discípulos. Foi-nos dada a ventura de analisar, detidamente, como um cerebro pequenino evoluciona, desde que o professorado saiba com– preender o conselho de Rousseau:-« Oeixae amadurecer a infancia nas creani;.as». Ouvimos petizes ter opiniões proprias, para vergonha dos ho· mens que pedem a outrem raciocine por eles... Se a té então nos fossem desconhecidos os processos raciona listas do ensino bastaria a visita que em nome da « Ilustração Portugueza» fizemos ao já acreditado colegio paraense, para ficarmos convencidos de que só a educação racional das creanças é que pode libertar as futuras gerações de todos os prejuisos convencionaes. Vencendo, aos poucos, os obstaculos que os misoneistas da edu– cação lhe têm creado, o digno direcLor desse garru lo bando de estudio• sos paraenses, que hão de honrar o seu paiz, nada receia que o estor– ve, tão consciente está de que só os homens raros como ele dominam. Submetendo-se ao um criterio generalisador, como todos os grandes educacionistas, soube rodear-se de creaturas inteligentes, bõas e dedi– cadas, que amam as creanças e as respeitam como a elas proprias. De– lineou um plano de estudos, o mais consentaneo com a reforma do mi– nistro de interior, Dr. Rivadavia Correia, menos na pratica, aliás criti· cada asperamente, em que é preconisada a liberdade de e nsino secun– dario, sem curar da competencia do professoruclo cios colegios, exigindo somente um certificado de exame de admissão ás Academias s uperio– res, variando conforme os seus fins. Essa parte é que o ·colegio "Progresso Paraense» não quiz res– peitar, mantendo a sua organis:.{ção de ensino, reagindo sempre contra a tendencia geral do industrialismo : crear um pretendido curso de ad· missão. Habil prescrutador cio meio ambiente, chegou ao convencimento de que são pouquíssimos os professores que de coração se entreguem a tão nobilíssima carreira. Para obviar esse prejudicialissimo mal, creou o Curso Normal a fim de preparar, sob um crilerio modernissimo, os futuros professores primarias de alevantado ideal e consciente mistér. , A .-educação é mixta, o que demonstra o espírito orientado e al– tivo que assim sabe romper com a separação cios sexos em materia es-
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