PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
:1111111111n1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111115 ~)ª O ENSINO EDUCATIVO NO PARÁ §\~ 511111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111,: ' Curso Primaria? Compayré, criticando a escola franceza de Mme Pape-Carpantier, doutrina que não se deve dar uma extensão abusiva a taes lições, mas procurar fazel-as pelo criterio de Alex. Bain, em sua ((Sciencia da Educação», para o qual as palestras respectivas devem visar tudo que serve para a vida, todos os phenomenos da natureza, etc. De ac– côrdo COll1,-0_ illustre pedagogo, não podemos admittir trata– dos nem dictados de lições de cousas, nem que ellas com– prehendam a Historia ou assumptos moraes, pois não devem ter o caracter didactico de uma exposição continua, porem consistirem numa conversação perpetua, livre e familiar do mestre com os seus alumnos. (13) Isto não quer dizer que dei– xemos de adaptar um plano racional, justamente para evi– tar que ellas degenerem no cháos da tagarelice a que o es– criptor se refere. Se um dos seus caracteres é o. de serem occasionaes, subordinemos o assumpto, para melhor proveito do ensino, a uma ordem a seguir ou plano preconcebido, tal como formulámos para desenvolvimento gradual dos senti– dos e da intelligencia dos educandos. Organizámos, pois, de commum accôrdo, um program– ma ·para o L 0 anno infantil, restricto ao cultivo dos sentidos corporaes, incluindo nelles questões simples como estas: Por onde vemos? Quando vemos e quando não vemos ? Que vemos em casa, na escola ou no recreio, no campo ou na cidade, no ar, sobre a terra sobre as aguas? - E o mestre agirá dentro dum campo vastíssimo, mos– trando a importancia deste sentido tão indispensavel, na es– cola como na vida. Quanto á audição, procederá do mesmo modo, distin– guindo os sons da natureza, entre os dos instrumentos musi– caes, das vozes dos irracionaes, das armas de fogo, e da voz humana, etc. -_ Quanto ao olfacto, seguirá a mesma ordem, niutatis mutandi, para distinguir entre os cheiros activos ou suaves, bons ou maus, conforme suas causas , e aconselhando sobre a maneira prudente de cheirar. Quanto ao do gosto, falará das cousas insápidas ou sa– borosas, das repugnantes, das alimenticias, oriundas dos tres reinos da natureza; lembrará as cousas doces, insulsas, pican– tes, amargas, acidas, salgadas, adstringentes, etc., aprovei– tando o ensejo para indicar as primeiras regras de civili– dade e de hygiene nas refeições. Quanto ao tacto, extremará as pessoas e as cousas, os mineraes e os vegetaes, cousas naturaes e artificiaes, e en- ( 13) V. « Cours de Pedagogi.e, théorique et pra tique», pag. 301. •
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