PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
48 - :11111111111111111111111111111nn11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111l111:' ~~ O ENSiNO EDUCATIVO NO PARA t< 51111111111i111i11111111111111111111111'111111111111111111111111111111111111111111i,i11111111111115 certas occasiç.íes, o professor é como um general que tivesse de empreg~r _uma estrategia, para triumphar sobre os me- nos access1veis. . . Certo dia, um ex-professor do nosso collegio confes- sou:nos que, ao assumir as suas funcções, extranhára tanto o regime familiar mantido com os alumnos, que chegou a re– cear se revoltassem quando contrariados. Elle tinha por ex– cessivas as regalias que lhes eram dispensadas, porque vi– nha duma escola atrazada e não comprehenclia a força mo– ral corri auctoridade branda e affectuosa, a desprender-se na~ turalmente do mestre ou preceptor, por certas qualidades e maneiras especia~s que geram a sympatbia, o respeito e a confiança reciprocas. O cerebro não dispensa o coração. De facto, ensinar com o coração tem sido sempre o nosso lemma, seguindo o ideal dos verdadeiros educadores. Para isso, basta que saibamos comprehender as almas ju– venis dós educandos como, poéticamente, Olavo Bilac ensi- . nava a ouvir estrellas, isto é, pelo amor. Portanto, ·amemos os nossos discipulos como amamos a sciencia e o proprio ensino! Por essa razão, costum.amos sempre nos cercar de au– xiliares moços, preferindo-os aos professores já embotados pelo tédio ou esgotados e enervados pelo cansaço ou dece– pções da vida, desprezando todas as criticas levianas, que nos têm sido feitas; porque, como Herbart, pensamos que a óbra da educação é, realmente, uma tarefa propria de gen– te moça, ( 11) e assim, em nosso Collegio, apenas orienta– n1os os mestres no plano do ensino a ministrar, para con– templal-os, com · satisfação, nos seus enthusiasmos e louval- os pelo bom exito alcançado'. . · Consideremos agora a arguição relativa aos program~ mas officiaes causadores de prejuizo ao ensino. Se elles são mais ou menos carregados de exigencias, se ha pontos a elu-, cidar, se parecem deficientes ou faltos de ordem logica ou se .se resentem da denunciada instabilidade, nem por isso ha– verá motivo grave pata condemnal-os. O verdadeiro profes– sor sabe perfeitamente quaes as matérias, ou melhor, quaes os materiaes necessarios á construcção da obra confiada á sua competencia technica. Os programmas e regulamentos são todos tirados da sciencia ·pedagogicá e da experiencià resultante da arte de instruir, e tudo quantó 'encerram, ma– terias de ensino, methodologias, disciplina, etc., consta do pa– trimonio dos mestres, pelo estudo que fizeram ou por auto– educação . (11 ) V . a inda o livro ele Mauxion. ... J .J (,1 •
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