PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

• • :111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: ~~ O ENSINO EDUCATIVO NO PARA ~I~ rt: =" !u111111111u11u111111111111111111111111111111nn11111111111111111111111111u1111111~1111111ui E' possível que ninguem hoje deseje ver o seu filho edu · cado como o Emílio de Rousseau, sobretudo dando-lhe este um triste destino na luta com .a adversidade; nenhum educa– dor acceitará mais o seu systema de cultivar as aptidões in: fantis, successivamente, como se a natureza procedesse por saltos. Entretanto, quaesquer que sejam os erros ou exage– ros, aliás commettidos por não ter sido professor, todos el– les se relevam diante do cunho racional e humano que o grande genebrino deu ao ensino, rasgando -lhe os mais lar· gos horizontes. · . ' Em segundo logar, consideramos Pestalozzi, o egregio propagandista e organizador do ensino intuitivo, entrevisto ou formulado, mas não praticado por seus precursores. Não possuía o genio de Rousseau nem a cultura de outros edu~ cacionistas celebres, m;:i.s o meigo pedagogo de Zurich sou– be dedicar-se ás novas idéas e trabalhar com fidelidade, á despeito de todos os embaraços, por amor da humanidade. Foi assim que tomando por base da instrucção primaria o estudo da linguagem, desenho, escripta, calculo, geometria, sciencias naturaes, canto, gymnastica, trabalhos manuaes, atirou-se á faina do ensino popular como se faz ' hoje. A criança começa a cantar como começou a falar, faz gym· nastica acompanhada de canto, aprende por lições de cou 0 sas, e, sempre intuitivamente, educa as suas faculdades, numa escola propria, de methodo novo como demonstrou em suas obras. (7 ) A superioridade do seu espírito de educador re– surte logo de sua feliz maxima :-« E ' preciso que o mestre aprenda a calar para que o alumno aprenda a falar », pois que sugere a idéa de fechar as escolas onde o mestre ou o livro age sosinho, sem utilizar a actividade natural do dis– cípulo; e isto constitue uma regra de psychologia applicada, como já se disse, cuja sabedoria vae produzindo hoje effei– tos admiraveis. O terceiro educacionista benemerito,. ainda mais com– p1eto que os precedentes e de obra definitiva, é o allemão João Herbart, discípulo de Kant e de Fichte, o grande phi~ losopho da educação ministrada atravez da psychologia e da moral. Eis o verdadeiro creador do ensino educativo que, desde então, deixou de ser considerado uma obra de simples experiencia para tornar-se um trabalho evolutivo, methodi– co, reflectido, segundo as leis geraes do pensamento, visando a formação do caracter moral dos educandos por effeito de uma vontade firme, cujo exercício é tudo. (7) « Leo.na rdo. e Gertrudes•, « Como Gertrudes instJ'uiu seus fi – lhos», • O livro das Mães •, • O canto do cysne •. « O Serão dum eremit a».

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0