PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
:HIIIIIIIIIIUIUIIIIIIIIIIIIUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIHIIIIIIIIUI: 44 ..::,...'-;ª O ENSINO EDUCATIVO NO PARA ª1-:!- ,--r= =~ :,,1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111! gicos considerados como os melhores productos do pensa– mento humano, formando um lastro fundamental de idéas que atravessaram os tempos ·e _que admiramos e adoptamos com proveito, segundo as nossas convicções. De todos os educacionistas que concorreram para o progresso da educação moderna, salientamos Rousseau, o creador do Emílio, o qual elevou-se bruscamente, como diz um escriptor, á dignidade de um propheta annunciando o advento da razão philosophica na arte de educar os ho– mens. (5) Elle teve por precursores Francisco Rabelais e Bacon; foi perseguido e queimado em efigie por se ter revoltado contra a orthodoxia da igreja romana, quando proclamou estarem as crianças livres do peccado original, bem como livres para aprender fóra da socieda.de corrompida, isto é, em contacto directo com a natureza educadora; quando se arrojou a dizer, embora crente, que a alma não é sempre a: mesma, tem, ao contrario, uma lenta evoluçã-o e deve sof– frer uma educação por graus ou etapas, em tres edades de– terminadas da vida, havendo um tempo marcado até para pra– ticar a religião, aos quinze annos, etc. . Como a «Divina Comedia» de Dante, o romance pe- dagogico de Rousseau colloc_ou-o á frente do seu seculo e influiu grandemente nos outros centros intellectuaes da Eu– ropa, porque, apezar das suas phantazias geniaes, elle insti– tuiu a psychologia infantil, mostrou o dever do educador de ensinar a criança, preparando-a primeiro para viver, como mais tarde queria Spencer, isto é, tornando-a, antes de tudo, um bom animal; de suas idéas nasceu o chamado methodo natural, que devia ser desenvolvido e praticado _por· Pesta– lozzi e Herbart; desenvolveu, por sua vez, os principios edu– cativos de Rabelais, Coménius e de Lock; bateu-se pela edu– cação dos sentidos, encarando-os como faculdades de indis– pensavel cultura; condemnou os livros como instrumentos da maior miseria e tortura para os discipulos , exceptuando apenas «Robison Crusoé,), de Daniel de Foe, e adoptou as lições de cousas que começaram a alimentar a intelligencia infantil e vivificar o ensino; ergueu os educandos á posição de creaturas pensantes, orientando a sua actividade, para se tornarem capazes de aprender a sciencia por si mesmos, con– forme as suas predileções, suas faculdades, sua nat11reza, seus interesses e de chegarem a construir os materiaes dos proprios estudos. ( 6) (5) «Historie de I'instruction e t de. l' éducation», par François Guex. (6) V. obra _citada in loco. ., •
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0