PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

• • :1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111i1111111111111111111111111111: ~~ O ENSINO EDUCATIVO NO PARA i;'-- ,,= ="' S111111UHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIUlliHIIIIIIIIUIIUi: ao Amazonas, representam,'entre outros, mui bellos padrões da envergadura moral da sua raça. Quantos aos negros, contribuiram bem para o progresso economico da colonia, no trabalho da lavoura e mineração e não tiveram a culpa de se macular o nosso povo pela mes– tiçagem . Gente infeliz e docil, adaptou-se á nova patria, não se rebellou _contra verdugos · e senhores, que poderia esma– gar pelo numero, e serviu ao brasileiro, cruzou se com elle, mansamente, sacrificando-se em tudó quanto lhe foi exigido. Se, !}a hi~torica reacção dos Palmares, estes nos foram hos-. tis, devemos julgai-os mais pelos effeitos da invasão e guerra hollandezas do que por instincto de vingança, pois os prin– cipaes souberam morrer lutando heroicamente. Quanto ao elemento indigena, que tem a excellencia da nobreza nativa, ornamento e caracter da . grei cabocla, os índios auxiliaram-nos m1,1ito, no começo de nossa historia e colonização, até contra os seus irmãos vermelhos; de modo que, se não fôra a inepcia dos governos permittindo a sua escravização, com todas as violencias a que não estavam ãffeitos, teríamos hoje, pelo menos, uma população immensa, augmentada pelo congraçamento com todos elles. A mescla oriunda da assimilação de parte desse elemento não privou o povo nascente das energias e virtudes que ainda possuí– mos. Foi a raça desses brasileiros mestiços que, embora au– ctorizados pelos governadores do Brasil, conquistou o norte da colonia; foram os bandeirantes e sertanistas que penetra– ram o centro do paiz, resolutamente, sem esperanças de vol– tar aos nucleos do littoral habitado, creando povoações trans• formadas depois ym cidades, explorando riqu-ezas, cultivando a terra e abrindo-lhe as communicações; foram elles que se insurgiram contra a tyrann'ia da metropole e prepararam a nossa independencia nacional, nessas acções dignas de serem glorificadas pelos historiadores; e nunca é demais récordal-as em todas as occasiões solennes em que. se trate das nossas origens, das nossas possibilidades e do nosso futuro. . · A capacidade intellectual cio povo era tão patente que D. João VI bem se surprehendeu de encontrar na colonia tantos homens illustres, brasileiros natos. Foi por isso que evolvemos passando da colonia para o imperio e deste para a republica. Só nos falta hoje uma instrucção popular forte– mente generalizada e activada servindo os interesses patrios e, nos centros mais adiantados e intellectuaes, a instituição de Universidades, cuja influencia,- nos paizes civilizados, es– pecialmente na Allemanha, Inglaterra, Estados. :Qnidos clã America do Norte, tem fortificado o sentimento_ o_aüonal, como é sabido por todos os que lêm e pensam. . Muito me: