PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
r 1- :111111111111111fi111111111111111111111i111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: ~~ O ENSINO EDUCATIVO NO PARA ~(~ 39 Su1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111u11111n1111111i1: merecimento e situação .de nossa raça, em face do regimen republicano e do progresso da America; e todos recorre– mos a esta fonte abundante de considerações e conceitos de ordens diversas sempre que procuramos aquilatar segura– mente do valor physico, moral e intellectual do povo brasi– leiro, atravez de sua evolução nacional. Pois bem; já a esse tempo eramos accusados de não í5ossuir espírito de nacio– nalidade devido á deficiencia da escola brasileira, entendida esta expressão no sentido lato, escola .que, por isso, não teve a menor influencia na formação do caracter publico consi– derado, segundo o mesmo escriptor, como indolente, molle, accrescentando que nem · a educação se inspirou no senti– mento da patria, nem a litteratura no espirito popular. Deste pessimismo do emerito educacionista, litterato e critico paraense já uma vez tratámos, affirmando que todas as allegações feitas em apoio de sua these não chegaram a provar a existencia do defeito criticado; porquanto, mesmo argumentando-se com a invocada extensão do te·rritorio ou habitat brasileiro, com a mestiçagem da nossa raça, a fal– ta de unidade escolar e de livros-brasileiros pelos assum– ptos e pelos auctores-e mais outras circumstancias desfa– voraveis; mesmo assim, aquelle sentimento não desapparece da Historia; ao contrario, surge, de vez em vez, com a ma– nifestação do nativismo, e muito antes das lutas da nossa independencia politica. Se José Veríssimo reconhece que o povo é honesto, simples e generoso, embora indolente; que produziu os esta– distas do lmperio, aps quaes chama homens sérios e apenas destituídos das qualidades de administração, deveria esten– der tambem este bom juizo aos representantes de outras classes, como a dos militares, visto que muitos se immorta: lizaram nas lutas travadas com a metropole e souberam de– fender altivamente a honra nacional, nos campos de bata– lha; deveria fazel-o áquelles gloriosos brasileiros entrados no pantheon da Historia e que edificam as gerações do alto dos seus monumentos civicos e a quantos, ainda ha pouco, figuraram, com applausos, na galeria installada no Theatro da Paz, nesta capital, pelo nosso patriotico Instituto Histo– rico; _deveria ~stendel-o a jurisconsultos, professores, littera: tos, ( elle incluído J jornalistas e ecclesiasticos, igualmente no– taveis, que viveram antes e depois do imperio. Nessa epo– ca, o Brasil já tinha os seus homens de prol, como diria Ruy Barbosa. Quantos aos padres brasileiros, o grande poe– ta Luiz Guimarães Filho faz-lhes eloquente elogio desde os primeiros tempos de colonização, affirmando que mais logra– ram com suas doutrinas do que os soldados com seus arca-
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